Quando Elizah entra no elevador e pressiona o botão para se dirigir ao quinto andar não demora muito até ela ouvir o som do elevador indicando que ela chegou no andar correto e as portas começarem a se abrir.
Enquanto as portas se abrem tudo que a garota consegue ver é um corredor completamente escuro, sem nenhuma iluminação, apenas uma janela que fica ao fim desse longo corredor. Com um pouco de anseio Elizah dá um passo à frente, e assim que seu pé toca o primeiro ladrilho desse escuro corredor, todas as luzes se acendem repentinamente a partir do ponto em que Elizah se encontra, e logo em seguida, algumas das portas começam a emanar brilho radiantes como se houvesse uma brasa de fogo que queima apenas em partes especificas das portas.
Ao notar as luzes que eram emitidas das portas, Elizah vê ao lado da entrada do elevador, uma das portas que emitiam essa estranha luz, percebendo que as luzes emitidas pelas portas eram números que indicavam se o dormitório a pertencia. O número que estava mais próximo do elevador era o 2961, e ao lado oposto ao dessa porta estava o de número 2960. Logo percebeu que teria que dar uma bela de uma caminhada pelo longo corredor, então assim o fez.
Após andar um pouco pelo corredor, Elizah já estava próxima de seu final, a ponto de já conseguir discernir o número de seu dormitório, quando estava a alguns passos da porta, já com sua mão estendida para segurar a maçaneta, seu corpo do nada para, e escuridão começa a surgir cobrindo toda sua visão, tudo que Elizah podia ver era uma janela, que estava no mesmo lugar de onde a janela do corredor estava, mas essa era diferente, mais alta e adornada, ao analisar melhor a janela, uma fraca memória surge em sua mente, parecia que ela já havia visto aquela janela em algum lugar, logo a garota percebeu que conseguia se locomover novamente e se aproxima da janela, vendo que do lado de fora não era mais a escola, mas sim um grande jardim, cheio de arbustos de flores, que pareciam ser muito bem cuidados, ao fundo havia uma grande muralha e um brilho que vinha de além da mesma, e esse grande brilho que antes brilhava em branco, começou a se tornar amarelado, logo passando para o vermelho, e depois se tornando um profundo tom de roxo, e a cada mudança de cor o brilho parecia se aproximar mais. Ao se tornar um roxo tão escuro que mais emanava sombra do que brilho, Elizah descobriu que o "brilho" na verdade era uma explosão de chamas, e pelo fato de que ao passar pela muralha, o fogo a transformou em cinzas rapidamente, Elizah o julgou como chamas infernais de alto nível. Assim que identificou o perigo que se encontrava Elizah gira em seus pés para correr pra longe, mas assim que termina de virar se depara com uma figura alta, feita completamente de sombras, muito mais escuras do que as que a rodeava no momento, a única coisa discernível dessa silhueta eram seus olhos, que possuíam um feito ao qual Elizah não achava possível, suas escleras conseguiram ter um negro mais profundo que o da silhueta e suas írises as quais não possuíam pupilas eram de um roxo forte como o de uma ágata. Ao se deparar com essa figura Elizah novamente é paralisada, enquanto as chamas se aproximavam de onde ela estava, a silhueta silenciosamente estende sua mão a levando até um pouco abaixo do meio de suas clavículas, com as sombras de sua mão atravessando o tórax de Elizah, agarrando algo na ponta de seus dedos e puxando para fora, revelando um cristal, que ao mesmo tempo em que emanava brilho também o consumia emanando sombras, com duas metades que se misturavam mas não se transformavam em uma só, em um constante equilíbrio de luz e trevas.
Assim que o cristal deixa o corpo de Elizah ela sente como se seu corpo, e toda a força que ela havia conquistado nele durante os anos de tratamento e medicamento que teve que passar desde criança tivessem subitamente desaparecido, a fazendo voltar ao corpo frágil que tinha, a ponto de não aguentar ficar em pé por muito tempo. Com sua fraqueza repentina, Elizah cai sob seus joelhos, começando a ofegar em desespero, mas ainda olhando pra silhueta a sua frente, pelo brilho que começava a ser consumido pela janela que estava atrás dela, a jovem sabia que não restava muito tempo, quando as chamas roxas começaram a invadir o local pela janela e tudo começou a ficar ainda mais escuro, Elizah ouve uma voz profunda e misteriosa falando, cada vez ficando mais longínqua conforme as chamas imparáveis consomem tudo ao redor da garota.
- Me aguarde Elizah... - Assim que a silhueta começa a falar, sua voz faz com que Elizah tenha um arrepio dos pés à cabeça, e a sombra começa a se afastar - Você não conseguira ser protegida de mim por mais tempo.
Quando a sombra termina de falar, ela já havia se distanciado por completo e as chamas havia terminado de consumir tudo e tudo foi ficando cada vez mais escuro, lentamente Elizah fecha seus olhos, sem mais nenhuma esperança de sobreviver ao fogo que nunca para.
De repente Elizah abre seus olhos e inspira ar em desespero – O que caralhos aconteceu? De onde é aquela janela? Por que diabos tinham Chamas infernais naquele lugar? - Suando frio, ofegante e com milhares de perguntas circulando sua cabeça Elizah se levanta com dificuldade, ainda fraca pelo desespero que acabou de passar, e apenas uma pergunta reinava em sua cabeça - Quem era aquela sombra?
- Ficar parada aqui não vai me trazer nenhuma resposta – Diz a garota logo se recompondo e se levanta completamente, pegando a chave em seu bolso para abrir seu dormitório, e assim que o faz pega os livros que deixou cair e entra em seu quarto, tendo um ataque de tosse assim que entra completamente nele, apressadamente Elizah coloca seus livros em cima da escrivaninha que havia perto da janela de seu quarto e abrindo a mesma. Com a rajada de ar fresco entrando no quarto não demorou muito para que Elizah parasse de tossir, e assim que para e olha ao redor de seu quarto ela vê o estado de imundice em que o lugar está - a quantos milênios esse quarto não é usado? - Diz a menina com frustração na voz, elevando uma de suas mãos até suas têmporas para massageá-las – Eu não tenho tempo pra limpar o quarto tenho que voltar a pesquisa. - Fala Elizah, cada vez mais frustrada.
Depois de um tempinho se afogando em suas frustrações uma ideia ilumina a mente de Elizah, que logo começa a se concentrar em fazê-la dar certo. Logo a menina estende as mãos e começa a concentrar sua magia na brisa circulando pelo quarto, e como se não fosse nada a brisa começa a circular o quarto e tirar toda a poeira que havia no mesmo – Eu não sabia que tinha tanto poder assim... - Reflete Elizah enquanto o ar que ela controla leva a poeira para fora de seu quarto – muito menos achei que faria isso dar certo de primeira... essas dúvidas podem esperar, tenho perguntas mais importantes pra resolver agora – Diz Elizah terminando de mandar toda a poeira pra fora e começando a arrumar suas coisas em seus devidos lugares para finalmente poder começar sua investigação de quem era aquela maldita sombra e o que estava acontecendo com ela.
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Ruínas do passado
Ficción GeneralEm um mundo onde criaturas de diversas raças e espécies vivem em harmonia, e magia existe pra todo lado, Elizah, uma adolescente de dezesseis anos se matricula na escola de maior prestigio próxima dela. Será que Elizah será aceita na escola? Que ave...