POR TODA MINHA VIDA | Charles Leclerc & Mason Mount

Capítulo Dezessete - As Cartas Já Disseram Antes...

Camille

Tudo bem, eu confesso.

Eu nunca acreditei no destino.

Sim, talvez eu seja uma das pouquíssimas pessoas que habita o planeta terra que não acredita no destino, mas é a verdade. Eu não acredito, simples assim.

É claro que eu e Bruna já tivemos essa conversa sobre acreditar ou não acreditar no destino várias vezes, com a minha melhor amiga praticamente jogando na minha cara que "nenhum argumento vai mudar o fato que a minha vida é feita pelo destino e que os últimos acontecimentos provam claramente isso"

Bem...

Eu já estava começando a acreditar que sim, o destino é realmente real.

A minha opinião e argumentação sobre essa narrativa, já estava ficando um pouco distorcida. Obviamente que, todos os acontecimentos que sucederam a minha vida nos últimos tempos contribuíram para isso, mas é bizarro.

É inacreditável. É surreal. É... eu nem tenho nem palavras para descrever isso!

A senhora que tirou as cartas para mim, há um ano atrás exatamente aqui no México, é avó de uma das minhas amigas mais próximas. A cartomante que praticamente narrou toda a minha vida, porque sinceramente, ela não errou em absolutamente nada. Até a Bruna se amarrar no Ricciardo ela acertou!

Para quem não acredita no destino... eu levei um belo de um tapa na cara!

Diante do silêncio constrangedor que se formou entre nós cinco, a minha troca olhares intenso com a aquela senhora, Mica intercalando seus olhares entre a sua avó — ou suposta avó porque sinceramente, eu ainda não conseguia acreditar nessa tremenda coincidência — e mim sem entender todo aquele clima tenso.

— O que foi? Por que vocês duas... — Mica aponta para mim e Bruna, um sorriso sem graça. — Por que vocês duas estão com essas caras assustadas?

— Hum... eu... — Bruna olha para mim, os olhos levemente arregalados. — Mica, na verdade a sua avó...

Eu me aproximo de Mica e a sua avó, me impressionando por ela estar exatamente igual à última vez que eu a vi.

Exatamente igual.

Ela me lança um sorriso que até o momento, não consigo identificar se é um sorriso reconfortante ou um sorriso de divertimento. Acredito que seja um pouco dos dois, já que eu não devo estar com uma expressão muito amigável. Digo, minha expressão deve estar ridiculamente engraçada porque sim, eu ainda estou em estado de choque.

— O que foi, Cami? Parece que você viu um fantasma!

— A sua avó ela... — eu começo a falar, desorientada. Eu engulo seco, me virando para Mica. — Lembra que eu comentei sobre um cartomante que eu consultei aqui no México no GP de 2022? — eu questiono, minha voz trêmula e o meu coração prestes a explodir de nervoso.

Mica abre a boca, parecendo chegar a uma conclusão rápido demais.

— Espera... A Cami foi a mulher que você viu no ano passado? — Mica grita e eu pulo de susto porque não estava esperando por esse grito repentino. — Abuela! — ela se vira para a avó, desta vez. — Por que não me falou nada?

— Eu não sou adivinha, menina! Já conversamos sobre isso, não conversamos? Quem é o adivinha aqui é você! — a senhora responde e eu olho para Micaela chocada.

Juntando os quebra-cabeças e...

Não é possível.

— Eu não sou adivinha de nada, eu... — Mica olha para mim sem graça. — Você tem noção? Você, minha vizinha e amiga querida se encontrou com a minha avó há um ano atrás aqui no México. Isso é... louco demais. — Mica balança a cabeça negativamente, como se estivesse tão chocada quanto eu.