O Príncipe Perdido · pjm + jjk

0.6

Vinte anos atrás;

"A porta do elevador se abre e eu vou para o meu apartamento. Coloco a senha, entro, tiro meu sapato e coloco as chaves e carteira em cima da mesa.

Sento no sofá e me bate um cheiro forte de cigarro e bebida vindo da cozinha. A cozinha e a sala são um lugar só, então o cheiro está por toda parte. Olho para o lado e vejo a enorme janela com uma fresta aberta.

Quando comprei esse apartamento ele parecia vazio e ele permanece parecendo vazio, por mais que morem duas pessoas aqui, ele é grande tem três quartos e dois banheiros no quartos principais. Tem um escritório, uma enorme varanda com uma piscina mediana e uma churrasqueira para família grande.

Sabe, eu fico pensando, se minha família fosse unida poderíamos estar aproveitando essa incrível varanda em família, mas pelo visto não era para ser assim na minha vida. Minha mãe me odeia, não liga para mim, meu pai está sempre trabalhando, mas ele sempre está ali para mim, meus irmãos, bom, como eu posso explicar eles, eles são horríveis, terríveis, sempre foram assim comigo.

Meu único momento de paz é quando estou com meu namorado, ele é a pessoa da minha vida, me apoia, me ama, ele sempre esta comigo. Incrível o fato de tudo na minha volta está desmoronando e a única pessoa que consegue me levantar é meu ômega.

Ele foi minha primeira pessoa para tudo, se eu tivesse medo, inseguro, triste, caindo aos pedaços, ele estaria lá para mim, ele sempre está lá, é como se ele soubesse que eu estou passando por problemas e viesse me ajudar, mesmo sem termos uma marca.

Ele não quer que eu assuma a empresa do meu pai para não me sobrecarregar. Mas deixar tudo para o meu irmão não está nos meus planos, talvez eu acabe deixando, mas se eu fizesse isso, acabaria com o legado do meu pai colocando a empresa na mão de um inútil igual ele. Meu ódio por ele é eterno, vai durar vidas.

Quando éramos crianças me lembro que ele quebrou a louça cara da minha mãe e colocou a culpa em mim. Ela acreditou em mim? Não. Minha mãe me detesta, acho que nem sou filho dela, talvez ela tenha achado que me pareço com uma amante antiga do meu pai, talvez seja por esse fato que ela me odeie.

Com meus irmão são sempre amorzinho, comigo é ódio eterno. Mas não vai mudar eu ficar aqui parado, ela não me ama só por ser minha mãe ou por eu me sentir triste pela falta de amor e carinho da parte dela.

Me levanto do sofá e vou até a janela abrindo mais para tirar esse cheiro de cigarro do ambiente. Subo as escadas ouvindo um barulho no cômodo de cima, como se alguma coisa estivesse batendo. Entro no extenso corredor e tropeço em uma camisa jogada no chão, quando a pego meu coração começa a bater mais rápido.

Ando rápido até a porta quase tropeçando novamente, só que dessa vez nos meus pés. Abro a porta tremendo e vejo aquela cena, na minha cama, na minha casa. Meu irmão, deitado na cama enquanto fode o meu namorado. Eles logo me notam e param o que estavam fazendo.

- Jungkook. Você chegou! Droga. - Sussurra a última parte mas eu consigo escutar.

Eles se olham e depois olha para mim.

- Ele me obrigou. Eu tinha bebido umas porque estava com raiva por conta de um rolo na faculdade. - Diz se fazendo de vítima

- Ei, não foi assim não, você queria, me implorou dizendo que o Jungkook não te dava o que você queria.

- CALA A BOCA! SEU MENTIROSO! - Ele levanta limpando seu rosto e se cobre com o cobertor chegando perto de mim, tentando segurar meu braço.

Estou mole igual a uma lesma, não sei o que fazer. Como reagir, escuto as suas vozes abafadas.