pink letter | renmin

40

Manhã ensolarada e quieta assim como Renjun estivesse familiarizado a ver quando acordasse todo dia, hoje quem avistava era Jaemin pela janela daquele seu quarto.

Deveria ser cerca de oito horas quando Jaemin acordou, e para sua surpresa, Renjun estava acordando bem ao seu lado.

Ele antes de costa para o coreano, agora se virava e via aquele rostinho marcado pelo travesseiro e o cavalo bagunçado.

— Bom dia! — Renjun proferiu ao abrir bem os olhos e avistar Jaemin, que não mencionado, estava em seu mesmo estado.

Os dois sorriram com os lábios e não demoraram muito para se grudarem num abraço preguiçoso e se envolverem em selinhos sonolentos e tímidos.

De fato, acordar ao lado de Jaemin era melhor do que Huang tinha planejado.

Ser mimado em beijos logo que acordava parecia um sonho. Um sonho muito maior dos quais já tinha sonhado com aquele garoto.

Eles tocavam a ponta de seu nariz uma na outra e continuavam se olhando de pertinho. Sentindo aquele conforto e manhosidade tomar conta um do outro na mesma proporção.

— Vamos nos lavar? — perguntou Jaemin, ainda sentindo o afeto daquele chinês.

[...]

Minutos depois que acordaram e se lavaram, voltaram para a cama e se sentaram nela para tomar café e trocar mais beijos.

Mesmo que parecesse comum e agradável, o clima entre eles ainda era estranho depois do que havia sido dito pela madrugada.

Ao menos pensava Jaemin assim, já Renjun cogitava perguntar mais uma vez, sem a chance de Jaemin usar de desculpas seu sono e fugir da resposta.

— Sabe que você dormiu de bundinha pra mim mesmo não querendo, não é? — brincou Jaemin, tocando a ponta do nariz de Renjun e bebendo mais um gole de café.

— Única coisa que eu lembro foi da sua mãozinha na minha barriga enquanto dormia quietinho no meu pescoço. — fez um beicinho, olhando Jaemin atentamente, bem na sua frente — E também lembro de ter te questionado algo e você nem ter respondido.

Jaemin revirou os olhos, sorrindo com os lábios.

— Tava bem cansado. — mas Renjun virou a cabeça de um lado para o outro, negando que fosse isso.

Não iria esperar muito para retornar naquele assunto.

— Jaemin, eu preciso que você me responda o que eu te disse noite passada. — ele começou em um tom de voz moderado e atento ao coreano — Eu... não aguento mais viver me questionando... se você sente algo por mim.

Jaemin no mesmo instante tirou o sorriso de seu rosto e largou a xícara no cômodo ao lado.

Ele se levantou da cama e pegou sua mochila jogada um pouco mais ao lado. Permanecendo quieto e sem olhar no rosto de Renjun. Ele apenas mexia em suas coisas.

— Fala sério? — questionou Renjun mais uma vez, olhando o coreano de costas para si.

— Não quero falar sobre isso. — disse em meio ao silêncio, gerando um riso breve e sôfrego por parte de Renjun.

— Jaemin eu realmente preciso que você me diga o que sente por mim, porque eu quero ser honesto com o que eu sinto também. — aquilo parecia encaminhar para uma discussão, mas não era o objetivo.

Jaemin se virou para Renjun, olhando para ele atento e motivado a ouvir o que dizia.

— Então começa, diz o que você sente. — ele respondeu em um tom rude e Renjun não entendia mais nada, porém continuou mesmo assim.

— Tem muito tempo que eu te quero e no momento parece que você tá me usando só como um ficante. Eu não quero ser um ficante... — Jaemin cruzou os braços, dispersando seus olhos de Renjun.

O peito de chinês doía a cada medida que Jaemin tomava. Parecia que ele sequer se importava.

— E você quer o que de mim?

— Eu quero que você diga que me quer, porque eu te quero também. — ele tentava se encorajar dizendo o que sentia, mas tudo começava a parecer sem nenhum sentido — Eu quero te fazer feliz e viver uma história ao seu lado, Jaemin. Quero passar horas ao seu lado. Quero te beijar sem me preocupar se os outros estão olhando. Quero demonstrar que sou seu e quero poder dizer pra todo mundo que você é meu. A única coisa que eu quero é que você diga que me quer e que também sente o mesmo por mim.

O coreano riu sôfrego e brevemente.

— Tudo isso apenas para dar errado depois? — ele sorriu de canto com seus olhos já tomados em lágrimas.

— Nada irá dar nada errado se você também me amar, Jaemin. — ele respondeu, disfarçando as lágrimas que também tomavam seus olhos — Só me diz se você também me ama?

E o embargo na voz de Renjun parecia já presente.

A dor em seus peitos era imensa. Tanto em Renjun por querer Jaemin, quando em Jaemin por não saber o que verdadeiramente queria naqueles segundos.

— Me desculpa. — ele proferiu por fim, pegando suas coisas e saindo quarto a fora da casa de Renjun.