Capítulo 31

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Mari on

As vezes, acho que joguei pedra na cruz ou algo do tipo, sempre que estou bem, tudo faz questão de dar errado. Eu estava semana passada super de boa com a minha vida, com minha escola, meu namorado e meus amigos, até que aparece um doido falando que iria acabar comigo se eu não fizesse o Kei jogar contra ele. Tipo, o Kei já faria isso sem ninguém falar nada, por que esse esquisito de cabelo preto é de uma escola no centro da cidade, então é tudo que o Kei quer, mas o maior problema é, eu tive que me mudar para essa escola, a mesma do maluco de cabelo preto.

Pra você que não tá entendendo, vou resumir um pouco pra você.
A alguns meses atrás, eu estava assistindo e gravando o amistoso do meu namorado contra a aoba jounsai, e estava tudo indo bem. O time do meu amorzinho ganhou e eu estava feliz, só que minha felicidade durou bem pouco, por que quando eu fui ajudar a guardar os equipamentos, um grupo de torcedores furiosos me bateram e me estupraram dentro da sala de equipamentos. Eu não conseguia pedir socorro, não conseguia fazer barulho algum por que eles eram grandes e me pressionaram muito com a força do corpo deles.
Depois de poucos minutos, o Oikawa entrou na sala de equipamentos e me viu pelada toda ensanguentada no chão, clamando por uma ajuda, então ele não pensou duas vezes ( apesar de ser inimigo do meu time ) e correu pra me levar para o treinador do Karasuno, o Ukai, e irmos para a emergência. Chegando lá, eu fiquei uns dias apagada e quando acordei vi que eu estava toda quebrada, costela, braços, perna... Enfim, eles foram muito agressivos, mas graças a Deus, não estou levando um bebê comigo. Meus ferimentos se curaram rapidamente, e os responsáveis foram presos ( já eram maiores de idade e nem estudavam mais no colégio, eram só fanáticos em vôlei).

Depois disso, minha mãe resolveu me trocar de escola, e todos concordaram, menos eu, que tinha problemas em fazer amigos e agora fiz muitos, então pra mim estava tudo bem em continuar no Karasuno. Depois de muito insistir, minha mãe cancelou minha matrícula por telefone, mas não foi lá no colégio assinar pessoalmente, então minha matrícula não pôde ser cancelada. Logo, estou no colégio Nekoma desde então, só que ninguém sabe disso, só eu, minha mãe e o estranho do Kuroo ( o psicopata que é um observador um pouco lunático pelo meu namorado).

- eu preciso desabafar com alguém - eu dizia a mim mesma sozinha na cozinha enquanto preparava um chá de hibisco pra relaxar, já que estava extremamente ansiosa, mas, não sabia para quem falar. Ninguém no time vai guardar esse segredo por muito tempo e eu não queria que o Kei soubesse tão cedo.

Estamos no final do ano, dia 20 de dezembro, daqui a pouco tem a festa de fim de ano e não quero passar essa data tão bonita brigada com o Kei.
Mas, depois de muito pensar, decidi ligar para um dos mais responsáveis entre todos os meus amigos, Sugawara.

Então subi as escadas e peguei o celular para ligar para o mesmo, que depois de alguns breves segundos, atendeu com a voz um pouco rouca.

- oi querida, tá tudo bem ?- ele perguntou sonolento em meio a bocejos.

- desculpa, te acordei ? Achei que as 8 você estaria fazendo corridas matinais, desculpa mes... - antes de eu terminar pude ouvir outra pessoa resmungando no fundo da ligação.

- amor, vem deitar mais um pouco, desliga o celular - pela voz grave, parecia ser o Daichi. Que fofos, eles passaram a noite juntos, amo esse casal.

-espera, é a Maria, deve ter acontecido algo - ele disse e então voltou a atenção pra falar comigo. - oi minha princesa, o que houve?

- então, eu tenho uma notícia boa e ruim pra contar, mas preciso que você e o Daichi guardem segredo.- respirei fundo, fechei os olhos e continuei- não fique estérico e não conte para o Kei ainda, no ano que vem eu conto tá bem ?

- me conta logo, eu juro que não conto pra ninguém e se o Daichi contar eu belisco ele. - ele disse rindo e o Daichi reclamou de fundo.

- não garanto nada- Daichi disse e eu pude ouvi um estalo que imagino ter sido um tapa do Suga e então, ouvi um leve grunhido no fundo - tá bem tá bem, não conto pra ninguém.

Dei uma risadinha leve com a atitude do Suga e logo voltei minha concentração ao assunto.

- enfim, a notícia boa é que eu vou observar o time do próximo amistoso bem de perto- eu disse tentando esconder o quão chateada eu estava por ter que ir para outra escola.

- nossa, isso será de grande ajuda Maria, você é muito incrível - Sugawara disse empolgado com a ideia.

- tá, isso é muito bom para o time, mas, qual é a parte ruim nisso tudo ?- Daichi disse se aproximando do celular que eu imagino que estava no viva voz.

- é, bem... Eu terei que parar de ajudar no Karasuno e parar de cuidar do Jardim do colégio também - eu disse isso e Sugawara deu um grito de indignação.

- mas por que? Você é tão boa cuidando da gente, a escola fica linda com suas flores. - Suga disse e eu senti um aperto forte no coração e então senti as lágrimas descerem do meu rosto.

- Desculpa mesmo gente, mas eu vou mudar de escola. - de repente, pairou um silêncio na ligação, e isso me deixou mais chateada ainda. Eles deviam estar furiosos por eu não ter avisado.

Alguns segundos se passaram e a ligação foi desligada. Pude sentir que os dois, ficaram super chateados comigo, então só deitei na cama e fiquei chorando no meu travesseiro, bem baixo pra ninguém em casa ouvir, já que todos em casa ainda estavam dormindo. Logo após uns minutos de choro, eu desci para a cozinha e fui pegar um copo de água, já que me desidratei bastante com o choro.
Sentei no banco do balcão e fiquei olhando para a janela, o sol batendo bem de leve e as nuvens passando devagar. Não quero culpar minha mãe pela mudança de escola, mas estou muito chateada com isso.
Depois de mais alguns minutos ali na bancada com o copo de água gelada na mão, ouço a campainha tocar. Me levanto do banco, olho meu rosto rapidamente no espelho próximo a porta para conferir se estava com a cara super inchada de chorar por meia hora.
Abro a porta, ando um pouco até o portão e abro o mesmo. Na hora que eu abro dou de cara com o Sugawara com as mãos na cintura e o Daichi de braços cruzados perto do carro da mãe dele. Eles olham pra mim e Suga me abraça, me abraça bem forte e eu não aguento e desmorono em lágrimas de novo, Daichi vem por trás e me abraça tbm, e ficamos ali, os três abraçados.

- me... Me desculpa gente.. eu... Não que...queria sair do time. - eu dizia entre soluços.

- não é culpa sua, garanto que foi um acidente - Daichi disse sem me soltar ainda.

- não fica assim, sei que está chateada, mas quer saber ?- Suga me soltou, Daichi tbm mas logo Suga segurou meu rosto e olhou pra mim sorrindo - eu trouxe pudim de leite com morangos e calda de doce de leite.

Ele beijou minha testa e eu sorri. Mesmo indo embora para outra escola, eles me mostraram que eu não estarei sozinha.


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Oi amores🥰, sentiram saudades da nossa protagonista??? 🤭

E esse casal secundário? Eu amo demais esses papais carinhosos ❤️❤️❤️❤️

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