Capítulo 5

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Estava em êxtase, parecia uma colegial antes da noite do baile. Confesso eu menti para o Gustavo, ele me conhece bem e realmente minhas outras intenções estavam mascaradas pelo meu argumento de apenas me divertir. Mas qual é? eu estaria finalmente no domínio do meu inimigo e tendo a chance de conseguir feri-lo um décimo do quanto ele fez comigo. E sua filha era o caminho.

Concordo com o meu irmão, ela não tem nada haver com a minha "desavença" com o coroa dela, mas eu enganava a mim mesma pensando que também poderia aproveitar a sua companhia. Maraisa a não era feia, passava longe disso e se eu não estivesse tão obstinada, eu diria que ela estava além da minha liga, muita areia para o meu caminhãozinho.

Tomei um banho e caprichei no meu visual. Me olhava no espelho e com certeza também não estava de se jogar fora. A cicatriz que adquiri na sobrancelha direita à alguns anos, me dava a aparência de badgirl que as garotas adoram. Tenho minhas aventuras e como tempo perdi a paciência pra garota atirada, elas não me dão nem o gostinho da conquista, assim fica sem graça.

Olhei pro meu reflexo e dei uma última arrumada no meu cabelo, tentando deixa-los arrumados, mas eles permaneciam com a aparência que eu fodi a tarde inteira. Terminei oque fazia, catei minhas coisas e sai do quarto, indo para o do Gustavo. Entrei sem bater e vi ele sentado na cama amarrando o tênis.

- Empresta o seu perfume? - Eu disse já indo pro seu banheiro.

- Não. Porque você não compra o seu?

- Porque você tem melhor gosto pra essas coisas. - Ele bufou.

- Tá mas usa o do frasco transparente, que eu tô usando o preto.

- Ok. - Peguei em cima da pia e dei uma borrifada - Já tá pronto?

- Quase...- Ele terminou de amarrar o cadarço - Pronto.

- Vamos então cabrón. - Voltei pro quarto e fiquei parada enquanto ele arrumava a barra da calça.

Ele se levantou e pegou suas coisas em cima da cama. Juntos saímos do quarto dele, prontos pra pegar o elevador.

No caminho até o subterrâneo algumas pessoas entraram, mas tivemos companhia até o térreo, depois saímos do elevador sozinhos indo até o meu carro. Dei a partida e engatei a ré, sentindo borboletas na barriga pelo ronco que o motor fazia quando eu acelerava. Estava inclinada pra trás pra enxergar melhor e pude ver os dois presente que compramos pra ela no banco de trás.

Pensei em colocar camisinhas ali, mas eu não cheguei ainda nesse nível de canalha. Eu só tenho dezoito anos, ainda tenho muito que aprender pra isso. Sorri com meu pensamento e voltei a olhar pra frente pra poder sair dali, seguindo pra rampa do estacionamento do prédio.

[...]

Chegamos na rua da mansão do Marco e eu dei uma passada na frente pra ver como estava o movimento. Tinha bastante carros estacionados na rua e vi algumas pessoas, uns grupinhos indo até o portão pra falar com dois seguranças. Algumas já tinham entrado e caminhava pela entrada em direção a mansão. Fui reto e decidi estacionar o meu carro na rua de trás. Parei entre dois postes e guardei minha carteira no porta luvas, assim como Gustavo.

- Eles estão pedindo nome na lista. Como que eu vou entrar?

- E eu que sei? não sabia que ia ser assim. - Eu passei a mão no rosto.

- Liga pra ela lesado e fala pra ela liberar a nossa entrada.

- Eu não tenho o número dela.

- Nossa senhora... - Eu disse impaciente.

- Calma, calma. Acho que eu consigo com um dos caras do time. - Ele levou a mão até o bolso de trás da calça e pegou o celular, apertou algumas coisa e levou o aparelho ao ouvido. Depois de um tempo ele fala - Eaí tudo bem?...tudo em cima...eu queria saber se você tem o telefone da Maraisa...é...é que eu tô aqui do lado de fora da festa dela e queria pedir pra ela liberar a minha entrada e da minha amiga...eu fui, mas tinha dito pra ela que não dava pra eu ir, só que eu consegui vir. Você tem o número dela?...beleza...555-4287 - Ele falou olhando pra mim. Anotei o número no meu celular - Sim sim, valeu Shawn te devo uma...você já tá aí dentro?...eu já encontro vocês, até. - Ele removeu o celular do ouvido e finalizou a ligação. - Pronto, agora me passa o número.

Firebird - Nascida das Cinzas - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora