Cap 12 | Dando uma de detetive

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📍 ᴀᴢᴇʀʙᴀɪᴊᴀᴏ - ʙᴀᴋᴜ | 27°

ᴀʟɪᴄᴇ's ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴠɪᴇᴡ 🏁

Assim que chegamos em Baku decidi dar alguma atenção aos meus amigos da equipe. Dievo já estava ficando impaciente com suas poucas opções de roupas não usadas. Aproveitamos aqueles dias para passear e fazer compras. Teve dias que Rafael nos acompanhou; Desde aquele dia na cozinha na Austrália tentei manter uma situação normal e dentro dos padrões de "colega de trabalho", estávamos fingindo que aquilo não aconteceu e era melhor assim.

Eu havia dado meu número à Lando e Charles e nos falávamos quase todo dia, Lando e eu fizemos chamadas de vídeo e mostrei a ele tudo que eu havia comprado, ele adorou a maioria dos looks e até me deu algumas dicas, como ele disse, nas palavras dele, "eu sou muito estiloso, deveria ser modelo". Toda vez que ele dizia isso eu lembrava de seus chapéus buckets engraçados. 

Hoje era dia de treino livre e eu cheguei mais cedo no circuito para gravar algumas coisas, estavam rolando alguns rumores e eu deveria saber o que era. Escutei alguns funcionários insatisfeitos da Red Bull e alguma coisa estava acontecendo, mas ninguém estava falando mais sobre.

Angelo me passou algumas instruções depois de muito tempo, ficamos uma hora falando sobre o alcance das reportagens e o público que precisamos buscar. Ele parabenizou meu trabalho, nossa relação estava ótima agora e eu realmente apreciava como ele estava me ajudando a melhorar.

Dei uma volta no circuito antes do treino, estava gravando tudo que podia como recordação quando meu telefone tocou. Era uma ligação de casa. 

— Alô? 

— Esqueceu que tem um amigo e uma mãe no Brasil? — Túlio falou todo convencido do outro lado da linha.

— Túlio! Nossa, nem parece que fazem quase dois meses que a gente não se fala, eu tô sentindo tanta saudade! — Eu falei emocionada.

— Tá, tá, depois a gente se fala porque tem mais gente com saudades aqui. — Ouvi uma movimentação do outro lado. — Alice, minha filha! — Era a voz da minha mãe.

— Mãe... Ai meu Deus, me desculpa por não ter te ligado...

— Oh, meu amor, eu tô morrendo de saudades, eu vi você na televisão, está tão linda... A mãe morre de orgulho de você, eu assisto todas as corridas só pra te ver. — Sua voz estava embargada de saudade e choro. 

— Ai mãe, não faz isso comigo! Não chora... Eu te amo, também tô morrendo de saudades, vou te ligar mais vezes, e obrigada... Isso importa tanto pra mim, saber que você tá aí em casa me assistindo. — Sinto minha garganta fechar, era o choro da felicidade.

— Tá bom meu amor, não vejo a hora de te abraçar de novo, agora vai trabalhar, eu te amo muito minha garotinha.

— Tchau, mãe, eu te amo! — E desligamos a chamada.

Eu havia realmente me perdido e esquecido de ligar pra casa, senti a culpa e a tristeza de não ter falado com a minha mãe durante esse tempo.

Eu estava andando e falando, quando desliguei me dei conta que estava em frente ao motor home da Red Bull, Mark veio na minha direção com um sorriso no rosto, revirei os olhos e sorri de volta. 

— Jornalista famosa, como você está hoje? Quase não te vi mais depois do bar... Queria ter tido a oportunidade de ter te levado pra conhecer alguns lugares. 

— Eu passeei bem lá, mas obrigada pela consideração, talvez na próxima. 

— Eu tenho algo pra você. Uma lembrança de casa.

Beyond The Finish Line | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora