Não consigo ficar longe

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Saí do salão com Vincenzzo em meu encalço, ele segurou meu braço fazendo eu parar e olha para ele.

- Não é o que você está pensando.

- É sério que você vai mandar isso pra cima de mim? Você acha que eu sou alguma idiota?! Haa eu não acredito nisso!

Ele começou a me olhar com um pouco de diversão.

- Não era você que disse para eu ter amantes?

- Eu falei pra você deixar negócios escondidos! – falei entre dentes e ele deu um sorriso – você esta vendo esse circo todo? Essas pessoas lá nos prestigiando, FOI IDEIA SUA SEU IMBECIL! E você ainda fica pelos cantos se esfregando COM A MINHA PRIMA!

- Eu não estava pelos cantos com ninguém – falou ainda com graça.

- Você está achando engaçado? Há, eu não acredito nisso! – dei meia volta saindo de perto desse babaca – eu vou tirar essa porcaria – falei para mim mesma tentando triar o vestido que estava me sufocando.

- O que você está fazendo? – perguntou ele.

- O que você acha! Vou tirar esse vestido e ir embora – ele veio para minha frente me impedindo seguir.

- Eu não toquei na sua prima além de tela-la empurrado para longe de mim.

- Do que você está falando?! – já estava com a paciência por um fio.

- Eu vim para fora para atender uma ligação e sua prima me seguiu, ficou dando em cima de mim e quando eu a rejeitei ela se jogou em mim e eu a empurrei. Deve ter sido nessa hora que ela veio pra cima que acabou sujando minha camisa.

Fiquei sem palavras, o que eu ia dizer? Era bem a cara da Melissa fazer isso e eu tive um surto de ciúmes, CIÚMES! Que porra estava acontecendo comigo?

Mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa o Paollo chegou nos procurando.

- Onde é que vocês estavam.

- Aqui, você não está vendo? – Vincenzzo falou sem paciência.

- As pessoas estão na mesa de jantar esperando vocês!

- Já estamos indo Paollo – falei.

Ele olhou desconfiado pra gente.

- Vocês estavam brigando?

- Paollo, volta pra lá e diga que já estamos indo – mandou Vincenzzo.

E assim Paollo fez nos deixando a sós de novo.

- Eu não vou lhe pedir desculpas, nem morta.

- Não achei que fosse.

- É melhor nós irmos, quero tirar esse vestido o mais rápido possível – falei indo na frente, ele me acompanhou e segurou minha mão.

Entramos no salão de jantar onde todos estavam esperando.

- Desculpem por fazermos esperarem.

- Eu não estava passando muito bem, mas agora já estou melhor.

Sentamos e as pessoas começaram a perguntar se eu estava bem mesmo e o Vincenzzo os cortou mandando servir o jantar.

Meu futuro sogro como sempre com a cara de poucos amigos, nada que já não esperasse.

O jantar seguiu normalmente na medida do possível, estava tentando o possível para parecer a noiva contente que precisava ser mesmo depois de esclarecer a confusão que foi a mancha de batom meu bom humor não voltou.

Enfim o jantar acabou e os convidados pouco a pouco foram embora, agradeci mentalmente por Melissa não ter se despedido antes de ir embora. Eu iria dormir aqui por a ser tarde e minhas coisas já estarem no quarto.

- Bom, alguém ai quer uma saideira? – Paollo perguntou.

- Pra mim não, estou cansada. Amanhã vou bem cedo pra casa.

- Realmente já está tarde filho e todos nós estamos cansados, e melhor dormimos - Catallina falou.

Com isso nós seguimos para os quartos respectivamente. Percebi que Vincenzzo me seguindo então andei mais rápido pra entrar logo no quarto, pensei que tinha conseguido quando estava quase fechando a porta mas a mão dele impediu.

- O que é que você quer agora! – falei baixo para não ter perigo de ninguém ouvir.

- Ainda está com raiva?

- Não estou com raiva, então pode ir – tentei fechar a porta de novo, mas foi em vão.

- Vamos sair amanhã?

- Vou estar cansada amanhã.

- Como você sabe?

- Vincenzzo, pelo amor de Deus! Deixa eu ir dormir - ele me olhou pensativo mas se deu por vencido, balançou a cabeça em positivo e foi embora.

Eu estava tão exausta de tudo, de fingir ser uma noiva apaixonada, de suportar o pai do Vincenzzo, de estar confusa com os meus sentimentos, desse vestido me sufocando. Tiro essa roupa e vou para o banho me sentindo aliviada, faço meu skin care, escovo meus dentes e boto meu pijama confortável e minha toca de cetim para dormir e vou para cama.

Automaticamente cai no sono de tanto cansaço. Mesmo cansada acabei acordando na madrugada e indo a cozinha para beber água. Enchi o copo com água e enquanto eu bebia ficava pensando em como minha vida tinha virado de cabeça para baixo.

- Também não conseguiu dormir? – a voz de Vincenzzo ecoou me assustando.

- Tá querendo me matar! – tentando acalmar meu coração do susto.

- Longe de mim querer ficar viúvo antes mesmo de casar.

- Engraçadinho – larguei o copo na pia e comecei a voltar para o quarto.

- Eu quero dormir com você hoje. – estanquei na hora me voltando pra ele.

- O que?

- Vamos dormir juntos hoje.

- Você perdeu o juízo?

- Vamos – falou ele me puxando escadaria a cima.

- Que porra você acha que tá fazendo? Me solta.

Ele não me ouviu e continuou me levando, entrou no meu quarto e fechou a porta. Comecei a me desesperar pensando no que ele estava querendo com tudo isso.

- Dá pra você parar com a palhaçada! Que caralho você quer?

- Eu já falei que a gente ai dormir juntos, da pra você para de dar chilique! Nós so vamos dormir então não se empolga não.

- Me empolgar? Você perdeu totalmente a cabeça.

Ele não me respondeu e foi para a minha cama e deitou.

- Você ficou até bonitinha com essa touca.

Touca? Eu ainda não estava com a touca de cetim não né? Por favor Deus me leva.

Mas se eu não ficar atraente ele não iria fazer nada, assim espero, então eu vou pra cama me deitar dando as costas pra ele. Mas subitamente senti ele enrolar o braço na minha cintura e me puxar para ele até minhas costas baterem no peito dele, gelei na hora.

- Vincenzzo – sussurrei

- Só quero ficar assim com você, então não me afasta. - desisti de ficar brigando e decidi dormir ou pelo menos tentar.

Terrible ObsessionOnde histórias criam vida. Descubra agora