Às vezes, Brasil se sentia solitário. Diferente dos outros irmãos latinos, ele estava sozinho. Por mais que ele estivesse cercado de países ao seu redor, simplesmente não era o suficiente.
Ele pensou nos seus irmãos do outro lado do continente. Era angustiante sempre que ele os tocava. Era como sentir uma barreira. Um oceano, o Atlântico os dividindo. Sentindo as ondas balançando entre o toque deles.
Brasil fitava onde estava agora. Estava em uma de suas casas no litoral, Rio de Janeiro, observando o mar que o dividia. A brisa acariciava-lhe o rosto, e isso era certo. A areia coçava suas pernas bronzeadas, o vento carregava o gosto da maresia em seu nariz e boca, incitando seu paladar. Era um lugar isolado, quieto, só a natureza presente.
Embora ele se sentisse confortável perto de seus cidadãos, sendo ele feito deles, ele gostava do silêncio dali. Ele gostava de sentir que ele era só ele mesmo. Não sentir as vozes das cabeças de outras pessoas, mas as suas. Sentir ele mesmo. Sua terapia.
Aliás, o futuro sempre foi incerto. Brasil era tão frágil quanto os humanos. Ele sempre apreciou o patriotismo, o carinho que recebia. Uma pena, não era a época de setembro e nem temporada de COPA mundial, em que muito orgulho de ser brasileiro era carregado. Ele se sentia sozinho, e não queria se aprofundar mais em si mesmo, porque tudo que ele encontrava era mais dele.
Ele queria poder se deitar com seus irmãos sem sentir o Atlântico entre eles. Ele queria abraçar Portugal como se não houvesse uma barreira longa e distante entre eles, dizendo que não é certo, o lembrando que vocês estão distantes.
Afastando esses pensamentos, a personificação da nação brasileira se levantou e se dirigiu a sua casa. Ele entrou, passou pela casa simples de madeira, mas confortável, e olhou para a sala que entrou. Encarou, pelo que pareceu horas, a mesinha ao centro, onde estava seu celular. Desligado. Assim como o celular, ele também estava desligado.
Ele sentiu a sensação da casa de madeira. Silêncio. Estava tudo limpo, não havia pó. Mas não estava brilhante. Ele se deitou no sofá, sentindo que era mais confortável do que sua cama, e ali, ele dormiu. Ele teve paz, por alguns momentos.
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Sinto que não haverá ninguém aqui, mas sinto que é importante finalmente escrever mais dos meus gostos. Não escreverei shipps de countryhumans, mas quero em minhas obras fazer os leitores refletir sobre as questões que coloco em minhas obras. Afinal, esse é o sentido de ler; sair sabendo mais, sair pensando em soluções. E é isso que quero, nesse mundo de geopolítica misturado com filosofia (aliás, representações de países com pensamentos e emoções humanas? Isso é um grande universo a explorar) retratar.
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Será Solidão? - Drabble
FanfictionSim, vendo essa capa horrorosa e título igual, além dessas tags... é família, entrei em countryhumans de uma forma nada extravagante. Perdoem a ausência de luxo na fic, mas queria publicar esses poucos parágrafos que escrevi sobre minha headcanon em...