Um brinquedo diferente

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Era por volta das 19h30 quando meu pai chegou em casa.

- Boa noite! Ôpa, Pedro, como vai? – Disse ele assim que viu meu primo que rapidamente se levantou para abraça-lo.

- Oi, tio! Saudades! Eu tô bem, sim. E o senhor? Tudo tranquilo?

- Se melhorar estraga! – Disse meu pai, rindo bastante. Pedro e eu rimos também.

Meu pai, Gael, é um cara que atrai olhares por onde passa. Quarentão com um corpo definido, uma barba muito charmosa e uma rola de fazer inveja em qualquer um. Claro que eu já vi meu pai pelado antes, somos apenas ele e eu, então isso sempre foi algo muito natural. Mas isso provavelmente não vai continuar com meu primo por aqui, certo? Certo?

- Bom, meninos, eu vou tomar banho. Vocês já jantaram? – Perguntou meu pai.

- Ainda não, pai. Tava pensando em pedir uma pizza. – Respondi.

- Pronto, faça isso! – E foi para o seu quarto.

- Beleza, Pedro, vou pedir aqui. Você prefere pizza de quê?

- Ah, sei lá. Por mim, tanto faz. Eu costumo colocar calabresa quando eu peço. – Ele me devolveu a pergunta.

- Pode ser, então eu vou querer de frango.

Quase que instantaneamente nos entreolhamos ao perceber o duplo sentido daquela conversa e começamos a rir.

- Não foi o que eu quis dizer, trouxão. – Disse eu. Rimos mais.

Após alguns minutos, meu pai apareceu lá na sala. Ele estava apenas usando uma cueca samba-canção branca que, obviamente, destacava seu pau. Se Pedro ficou desconfortável, ele não demonstrou.

- Pediram a pizza? – Perguntou meu pai, sentando no sofá.

- Já. – Respondi. – Duas pizzas, três sabores: frango, calabresa e mussarela que eu sei que você gosta.

- Boa! Mas e aí, Pedro, me conta sobre as novidades. Como vão as coisas?

Nisso, Pedro e meu pai começaram a conversar. Pedro falou muito do que ele já havia me contado e meu pai ficava o aconselhando, então como aquilo não me interessava muito, eu estava mais concentrado no filme.

Após uns 30 minutos, a campainha tocou e meu pai e eu fomos buscar as pizzas. Eu as peguei enquanto meu pai pagaria o rapaz.

- Pode ir, Luan. Leva pra elas não esfriarem! – Pediu meu pai.

Assim eu fiz. No entanto, quando eu já estava voltando para dentro, não tenho certeza, acredito ter ouvido meu pai dizer algo como "então depois a gente marca alguma coisa". Será que eu tô ouvindo coisas? Deve ser.

Entrei com as pizzas e coloquei-as em cima da mesa. Pedro me ajudou pegando o refri e os pratos. Meu pai entrou.

- Demorou, pai. – Falei, desconfiado.

- Parece que a maquinha estava com algum problema, mas deu tudo certo. – Respondeu ele.

Ele respondeu rapidamente e de uma maneira tão tranquila que eu me convenci que, de fato, deveria estar imaginando coisas. Sentamos e comemos a pizza. O que sobrou, guardamos na geladeira. Pedro disse que meu pai deveria descansar e que nós arrumaríamos tudo, o que ele prontamente concordou e foi para o seu quarto.

- Vai dando corda, vai.. – Brinquei baixinho com Pedro.

- Eu tenho que fazer a média, né primo? – Respondeu ele e rimos.

Depois de terminar tudo, concordamos em ir para o quarto.

- Vou escovar os dentes e já vou. – Disse eu.

MEU PRIMO VEIO MORAR COMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora