Todo meu.

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Ele não sabia exatamente o que estava acontecendo, apenas tinha ciência de que Cellbit e Roier tinham se divorciado por um motivo que ele não se importava.

Quackity não se sentia mal em admitir para si mesmo que havia ficado feliz em ouvir essa notícia, aliás, quase soltou fogos de artifícios por toda a favela. Não o entenda mal, ele apenas não apoiava aquele casal, e pelo menos não interferiu em nada - mesmo querendo. Então, por sua culpa não foi.

Era quase noite, andava por sua construção da Vila do Chaves procurando por algo que ele nem lembrava mais - por ter se distraído com seu filho.

- Richarlyson, hijo - chamou pelo pequeno. - Onde está seu papa Cellbit?

Perguntou curioso, vendo o menor abaixar a cabeça e balançar a mesma em negação. Richas não via o detetive fazia uma semana, estava com saudades do loiro. Ele não sabia onde o maior tinha se enfiado, perguntou para todos da ilha, mas ninguém sabia onde estava o brasileiro.

- Certo, vá com seu pa Forever, ele deve estar procurando você pela Favela. - Avisou assim que leu a mensagem do brasileiro no grupo global.

Quackity se despediu do pequeno dragãozinho com um beijo na testa e um sorriso gentil. Voltando para dentro da Vila assim que viu o garotinho encontrar com Forever no fim do morro.

O mexicano suspirou, olhando para cima e vendo o céu começando a escurecer e as estrelas surgirem. Ele não estava tão bem emocionalmente quanto parecia, ou pelo menos ele achava que conseguia fingir estar bem.

O fato de Wilbur estar desaparecido a uns meses deixava ele desesperado, não poder fazer nada para trazer de volta seu antigo amor era desesperador. Antigo amor. Em consequência, ficar tanto tempo sem ver, falar ou trocar qualquer tipo de afeto com o dito cujo abriu enormes brechas para seu coração achar outro amor para lhe completar - e seu maldito coração nunca foi muito bom escolhendo amores.

Cellbit não demorou muito para aparecer namorando Roier, machucando os sentimentos do híbrido de pato. O que um híbrido de aranha tinha diferente dele? Talvez até fosse melhor que aquele aracnídeo invejoso. Não pense que Quackity não viu o veneno escorrendo e os olhos brilhando de Roier assim que contou sobre seu desejo de ser o primeiro a casar naquela ilha.

Ele não era muito fã de destino e todas essas coisas, mas se for pra acontecer, Quackity consegue esperar o tempo que for preciso para ter Cellbit somente para si. Mas ele não se importava em dar uma mãozinha pro universo.

Tomou uma decisão, voltando a respirar fundo e se encher de determinação, iria procurar o loiro e o achar, nem que entre na Federação e peça ajuda para aqueles ursos desgraçados.

Verificou se estava com suprimentos suficientes e se sua armadura estava em bom estado, constatando que não, mas ele jogou tudo pro alto e pensou que não teria tempo para conseguir outra naquela hora. Saiu apressado da Favela, usando a pedra de teleporte disponível ali, rumando para a nova casa de Cellbit - construída por Foolish -, mas que não via o loiro andar por ali fazia um bom tempo.

Bem, até aquele momento.

Caminhando pela ponte destruída e vendo ao longe o imenso castelo surgir em meio a névoa fraca daquela noite, Quackity conseguiu - com um pouco de dificuldade - ver duas figuras altas na entrada da construção tendo algum tipo de conversa. O mexicano só soube definir a figura esguia de Cucurucho por se destacar no meio daquela imensidão negra.

O menor esperou por um tempo até ver o urso ir embora, a criatura o olhando do nada como se soubesse da presença dele ali desde sua chegada, o que era, no mínimo, assustador. Quackity teleportou até a porta grande do castelo, esperando ver tudo, menos quem ele procurava e desejava a dias ali, sentado de forma despreocupada no trono bem construído.

𝗼𝗻𝗹𝘆 𝗺𝗶𝗻𝗲. (  chaosduo  )Onde histórias criam vida. Descubra agora