Cap. 72

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Chegamos ao meu apartamento e eu estava tentando convencer Anahí a deixar o assunto da doença do meu pai para depois. Eu, como advogado, estou acostumado a convencer juris inteiros de que eu estou certo, mas Anahí era mais que um juri, porque nesse caso o poder de convicção dela sobre mim era muito maior do que o meu sobre ela:

- Annie...

- Depois. 

- Agora! - Ela ordenou.

- A gente só brinca um pouquinho. - Fiz um biquinho. Ela estava sentada de um lado do sofá e eu do outro. Ela se afastava toda vez que eu me aproximava.

- Não, Alfonso! Deixa de ser safado. 

- Ok! - Levantei as mãos em sinal de paz - Mas depois a gente termina o que não nos deixaram terminar no escritório. 

- Por mim tudo bem.

- Pode ficar a vontade meu amor, eu volto já!

Peguei a pasta que ela tinha me entregado mais cedo e fui ao meu escritório. Dei uma rápida olhada no relógio e vi que eram 18hrs. Me ajeitei direito na cadeira e comecei a leitura.

A verdade é que acabei descobrindo muita coisa graças ao avô da Anahí. Coisas não muito animadoras. A pior de todas foi o alto numero de suicídios causados pelo diagnostico. A doença em si não mata, mas como afeta os movimentos, engasgos e acidentes acabam matando os portadores da doença. Também existem distúrbios como: Dificuldade em organizar pensamentos e focar em determinadas atividades, impulsividade, falta de consciência de seus atos e até mesmo promiscuidade sexual. Fadiga e insonia também são frequentes, além de bipolaridade. O progresso da doença varia de pessoa para pessoa.

O mais adequando é procurar tratamento psiquiátrico, já que a doença em si não tem cura. Parei para pensar no meu pai e não precisei ser um gênio para saber que ele não procuraria psicologo nenhum. Ele era orgulhoso demais e nem para a minha mãe ele tinha contado sobre a doença. Minha mãe que também seria um problema, afinal ela já tinha deixado claro que não estava disposta a cuidar dele. Sozinho e sem o tratamento necessário, a cabeça dele acabaria se transformando em uma bomba relógio. Eu só conseguia enxergar uma solução. 

Olhei novamente no relógio e já eram 19hrs45. Fui até a sala e encontrei uma Anahí dormindo no meu sofá, com a televisão ligada em qualquer canal e o controle remoto na mão, uma imagem que eu poderia me acostumar facilmente. Parei um instante para admirar a cena e comecei a me aproximar vagarosamente. Me deitei com ela no sofá vendo ela se mexer e resmungar sonolenta:

- Acorda. - Eu sussurrei no ouvido dela. 

- Hum... 

- Você me deve. - Sussurrei novamente. 

- Terminou a leitura? O que achou?

- Está tentando mudar de assunto?

- Não. Só estou tentando saber o que você achou. 

- Eu achei... Uma mulher linda e deliciosa no meu sofá. - Ela riu. 

- Eu já disse que você é um safado, hoje?

- Sempre ... Mas falando serio agora; não que a outra parte não tenha sodo serio, foi serio até demais. - Eu a abracei com força pela cintura, puxando ela pra mais perto - Mas sobre a doença do meu pai, só tem um jeito, Annie... 

- Qual jeito? 

- Vou ter que trazer ele pra morar comigo. 

- E você acha que ele vai aceitar? 

- Não vai ser um pedido, ele tem que vir. É o único jeito... 

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora