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Bianca Milani👩🏼💼
Ganhar um título e começar a expectativa de ganhar outro,em uma diferença de dez dias,eram coisas que só o Clube de Regatas do Flamengo pode proporcionar.Para mim,essa semana era feriado mundial e só minha opinião importava,minha contagem regressiva começava oficialmente e eu que lutasse comigo mesma para me manter em sã consciência até o sábado,o dia da Final da Libertadores.
A nossa casa sempre ficava um caos às vésperas de um título importante,ninguém conseguia focar em nada além do jogo.Ao contrário de Gabriel,que sempre foi muito calmo e controlado nessa questão,era tudo ao contrário,ele que entrava em campo,mas a gente que surtava por ele.
Assim como em dezenove,Tia Lindalva e minha mãe não iriam para o país que aconteceria a final,que seria no Equador.As duas tinham um longo histórico de passarem mal em jogos decisivos,então seria melhor ficar no Brasil mesmo.Beatriz e Dhiovanna também já haviam decidido ficar no Brasil,enquanto eu ainda me questionava se deveria ir.
Meu pai e tio Valdemir já estavam com as passagens nas mãos,Fabinho também acompanharia eles.Assim como foi há três anos atrás.
Encaro a pilha de papéis a minha frente,me arrependendo amargamente de ter decidido vir ao escritório hoje,já que minha mente não produziria muito essa semana.Poucos dias depois da final,eu teria uma audiência e já estava querendo deixar tudo organizado por aqui,para que meu "eu" do futuro não precisasse se preocupar tão drasticamente.
No meu escritório eu tinha mais dois advogados que trabalhavam comigo,e também tínhamos uma assistente que cuidava da recepção,Laís cuidava de tudo que não envolvesse Direito aqui no escritório,ela era nossas braços e pernas.Beatriz,minha irmã mais nova que cursava Direito,estava nos últimos períodos da faculdade e estava estagiando no escritório,nos últimos dias sempre que ela tinha tempo,ela estava por aqui.
Me levantei e caminhei até a mesinha do café que ficava no canto da minha sala,me sentindo vencida pela ansiedade,já que não consegui progredir muito nessa manhã.Sentei no grande sofá de coro preto,estiquei minhas pernas na mesa de centro e senti minha cabeça doer,a jogando para trás.
Suspirei fundo e me permiti desligar-me um pouco de toda aceleração que estava na minha vida,fechando os olhos.Me assustei ao escutar o telefone residencial tocar,preenchendo a sala,ele só era utilizado quando Laís precisava falar comigo,lá da recepção,então eu sabia que algo me esperava.
Escorreguei do sofá como uma cena dramática,me arrastei até o telefone e atendi.
☎️Call
—Fala amiga?—Perguntei ao atender o telefonema.
—Tem visita para você,posso liberar?—Laís falou,com pouco entusiasmo na voz.
Refleti quem seria,já que não estava esperando por ninguém.
