Shield

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Mais um dia na pacata vida da cidade de Foz do Iguaçu, Paraná. Querem saber de uma coisa? Eu realmente não me importo com isso. Gosto do que faço. Ser psicóloga se tem lá suas vantagens. Levanto da cama um tanto quanto preguiçosa, querendo voltar para debaixo das cobertas. Escovo os dentes e penteio o cabelo. Aproveito para tomar um banho, hoje tem plantão no hospital.

Depois de pronta, visto minhas botas brancas e sigo em direção à Clínica de Tratamento Psicológico das Cataratas. Prefiro chamar de CTPC. Desligo meu carro e vou em direção à minha sala, já colocando o jaleco.

- Bom dia, Doutora Edwards.

- Bom dia, Charlie. - cumprimentei minha secretária.

- O garoto Luis está a sua espera.

- Diga a ele que já pode entrar. - entrei na minha sala e me sentei perto do divã branco. Ouvi duas batidas na porta. - Entre. - o jovem alto, magro e esguio se encaminhou até mim.

- Oi, doutora.

- Já te disse para me chamar apenas de Candice. - sorri amigavelmente para ele. Ele assentiu. - Quer me contar alguma coisa?

- São os caras do colégio. - esperei ele continuar e o induzi até o divã para sentar-se.

- Luis, você já me disse sobre o colégio. Posso saber se seguiu meu conselho?

- Eu tentei, mas... - suspirei.

- Não conseguiu. - completei. - Luis, como te disse antes, irei repetir. Garotos como aqueles normalmente têm muitos problemas pessoais, e, seguindo isso, eles acabam descontando seus traumas em outras pessoas, essas, infelizmente, como você. O mais provável é, ou ignorar, ou tentar se comunicar com as autoridades do colégio. Eu aposto que eles vão te ajudar.

- E depois o Carlos vai me bater. Não adianta, doutora. Eu já fiz isso uma vez.

- Já optou por ignorar?

- Também. Toda vez que eu faço isso, as provocações pioram. Eu não sei o que fazer.

- Eu não costumo dizer o que estou dizendo agora. Sempre procuro por opções menos arrasadoras, mas estou pensando seriamente em comunicar seus pais e pedir a eles para te mudar de escola.

- Sério? - seus olhos brilharam. - Sempre pedi isso para meus pais, mas eles sempre me disseram que isso é um exagero e coisa de minha cabeça.

- É normal dos pais dizerem isso. - rolei meus olhos discretamente. - Bom, mando o aviso por e-mail. Até a próxima sessão, Luis.

- Obrigada, Candice. - e saiu. Fui até minha mesa. Ouvi duas batidas na porta.

- Será que ele esqueceu o celular? - e então vi um senhor negro, com uma capa preta e um tapa-olho também preto entrar na sala.

- Olá, senhorita Edwards.

- Posso ajudar? Marcou horário?

- Não. Eu sou Nick Fury, diretor da Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão, ou apenas SHIELD, e tenho uma proposta para te fazer. - pisquei duas vezes para assimilar o que tinha ouvido.

...

- Desculpe, está querendo me chamar para ser sua agente, se é isso que eu ouvi? - perguntei, depois de ouvi-lo falando por mais de dez minutos.

- Se você não está surda, provavelmente sim, foi para isso que eu te chamei.

- Foi mal aí, diretor. Tenho muitos pacientes para ajudar. - coloquei meus óculos.

- Você vai querer nos ajudar, senhorita Edwards. Eu sei que vai.

- E por que você acha isso, mesmo?

- Porque você é uma psicóloga técnica, formada em um dos melhores institutos federais do seu país e graduada em Tecnologia de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, além do doutorado em psicologia. Tudo isso com menos de 25 anos, é incrível.

- Eu sempre tive um gênio avançado, se me permite dizer. - disse, um pouco irônica. - O que você quer que eu faça para a SHIELD? - perguntei.

- Queremos que você ocupe um dos lugares perto da nossa direção. Precisamos de pessoas como você para desenvolver algoritmos e softwares. - bufei.

- E por que eu? Não podia ser outra pessoa?

- Outra pessoa não aceitaria de bom grado essa proposta.

- E por que não? Trabalhar na SHIELD não é algo oferecido todo dia.

- Não, não é. Por isso estou aqui.

- Eu tenho milhões de coisas para fazer, diretor. Largar esta cidade e ir para Nova York não estava nos meus planos de fim de semana, você sabe.

- Eu sei, mas ter você na nossa equipe estava. - o olhei por cima das hastes. - Podemos lhe oferecer um estágio.

- Estágio, diretor? Está falando sério? Olha ao seu redor. Acha mesmo que eu trocaria tudo isso por um estágio na sua "Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão"? - fiz sinal com aspas.

- Candice, me leve a sério. Precisamos de você. Ouça o que eu estou dizendo. O mundo precisa de você. - suspirei. - Não vou te obrigar a nada, mas sei que você irá aceitar. Venho ter minha resposta amanhã. - ele saiu da sala.

Cacete.

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⏰ Última atualização: Jun 09, 2015 ⏰

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