Capítulo Único.

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Shibuya, Tóquio, 18 de Fevereiro de 2026.

O fim de tarde havia chegado rápido. O sol era aos poucos engolido pelo horizonte visualmente poluído pelos diversos prédios e arranha-céus que ocupavam a paisagem admirada por um par de orbes esbranquiçadas, esboçando a distração do dono daquele par, que estava imerso em diversos pensares. Nagi Seishirō era como se chamava; um homem de alta estatura, fios brancos tais quais seus mirantes, pele pálida pela falta de sol e grandes mãos que eram utilizadas para segurar o controle personalizado que servia para seu jogo.

Já passava das seis hora da tarde, ainda estava um pouco claro, ainda faltavam trinta minutos para seu "compromisso". O preguiçoso rapaz teve os olhos fixados na tela que transmitia o jogo "Cyberpunk 2077", decidido a progredir um pouco mais nas missões e decorrer da história para matar o tempo que teria disponível – ou não tão disponível. Havia marcado o último horário disponível no estúdio onde faria novos piercings para melhorar sua aparência e suprir seu desejo por jóias novas, e provavelmente iria se atrasar caso permanecesse afundado naquele puff enorme de gato preto – mas não se importava, fazer algo apressado demais era um saco.

Enquanto isso, em um ponto não tão distante de onde Nagi estava, um amontoado roxo organizava o salão ocupado por indescritíveis materiais e móveis. Ao seu lado, fios longos e rosados balançavam de um lado ao outro presos em um rabo-de-cavalo ao que o corpo movia-se para limpar a máquina e assento qual havia acabado de utilizar.

— Ei, Chigiri, ainda tem algum cliente seu? — A voz tranquila do arroxeado soou, ouvindo um ruído do amigo, indicando que este estaria pensativo.

— O próximo que eu teria desmarcou na última hora, lembra? Agora eu só tenho outro para depois das 19:30, é aquele cara do cabelo branco e mecha verde de novo. — Após a explicação, o rapaz suspirou, arrancando um riso do amigo.

— Aquele que você adora atender? — Provocou, recebendo um olhar nada amigável junto de uma expressão raivosa, o que fez-o rir ainda mais. — Qual vai ser a de hoje pra ele?

— Uma tatuagem de vinte e dois centímetros, uma serpente, e uma perfuração labret. — Disse com certa dificuldade, visto que havia abaixado-se para alcançar algo que estava ao chão, no espaço estreito entre a mesa e o piso. — Que merda, se não fosse por esse filho da puta tarado, eu poderia ir embora agora mesmo. — Reclamou em um resmungar adorável.

— Eu tenho o meu último no horário de agora, mas não tenho problema em ficar hoje. Quer que eu te cubra? — Perguntou, recebendo um par de olhos brilhantes em resposta.

— Faria isso?!

— Deixa de drama, não é novidade eu fazer isso. Pode ir embora, eu atendo o seu último, o meu não vai ser demorado. São só algumas perfurações rápidas, e ele já veio aqui antes fazer as que já tem com o Kunigami. — Finalizou a explicação junto do trabalho, podendo sentar-se na poltrona da recepção.

— Valeu, Mikage! Você é incrível. — O amigo elogiou antes de se jogar contra o de fios medianos, causando risos aos dois. — Vou arrumar as minhas coisa e sair pelos fundos. Até amanhã, chefe! — Se despediu, recebendo um acenar ao se recompor, correndo numa velocidade absurda para os fundos do estabelecimento.

Um suspiro escapou os lábios desidratados, rapidamente umedecidos pela língua enfeitada com um piercing ali, logo o pulso foi erguido para a altura do olhar roxo para que pudesse ver as horas no relógio nitidamente caro que carregava; seu último cliente já estava atrasado, fariam dez minutos logo.

Após alguns instantes a mais de espera, finalmente escutou o som do alarme curto e simples soar pelo lugar, indicando uma chegada, o que o levou a se levantar e virar para a direção da porta, se surpreendendo levemente com a visão que teve.

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𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐎𝐃𝐘 𝐏𝐈𝐄𝐑𝐂𝐄, 𝗻𝗮𝗴𝗶 𝘅 𝗿𝗲𝗼.Onde histórias criam vida. Descubra agora