7° capítulo

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Gabriel

Eu tinha me mudado pra Nova York há algumas semanas, e estava tudo uma loucura. Consegui um bom apartamento no centro, e estava tudo pronto para eu voltar a trabalhar, tirando que eu vinha comendo comida congelada, eu decidi mudar, por isso resolvi vir ao mercado e comprar algo pra eu mesmo fazer.

Empurrei o carrinho até a parte de carnes e peguei uma bandeja de peito de frango e outra de carne vermelha, eu não era o melhor cozinheiro do mundo, mas sabia temperar um frango e colocar na frigideira. Eu acho que eu sei. Peguei mais algumas coisas e depois fui pro caixa onde paguei por tudo e saí do mercado indo até o estacionamento, abri meu carro e coloquei as sacolas no porta malas e me virei para entrar no carro.

Do outro lado do estacionamento, que não estava cheio, eu vi uma mulher baixa, com cabelos longos e escuros. Não me era estranha, mas não conseguia ver seu rosto com clareza, e talvez em outro momento eu nem me importaria, mas ela olhou pra algo adiante eu parei prestando atenção na situação. Um homem apareceu andando rápido até ela e pegou em seu braço, e não foi nada gentil ao tentar lhe puxar e arrastar, porém ela pareceu se negar e foi aí que o problema começou. Dei um passo a frente quando ambos começaram a discutir e eu percebi quando ele lhe acertou um tapa no braço. Aquilo foi o limite pra mim, olhei para os lados e atravessei indo até os dois, chegando mais perto eu conseguia ouvir até a discussão.

_Ai cara, não encosta mais nela_Falei me aproximando_Se não eu chamo a polícia_Seus olhos vieram até mim e eu os reconheci na hora e me virei encontrando os dela. 

_ Vai cuidar da sua vida!_Esbravejou atraindo novamente minha atenção_ Não se mete aqui não. Entra no carro Luise.

Era ela, Luise! E o maldito do seu noivo, marido.

_ Você não precisa ir_Me virei pra ela fazendo com que me olhasse e percebi quando piscou algumas vezes.

_ Sai daqui!_Meu corpo foi empurrado com força pro canto, mas não o suficiente pra me fazer cair_Entra na porra do carro Luise!

_ Não grita comigo_ Disse baixo.

Avancei sobre ele lhe empurrando contra o carro e não sei tempo, acertei um soco em seu rosto e depois outro, em ambos os lados. Mas senti um soco na minha barriga. O que me desestabilizou completamente e eu precisei me afastar pra baixar ar, e foi quando recebi um soco que me fez cair no chão.

_ Para Alex_Ouvi Luise gritar e recebi mais um soco, mas revidei e lhe dei uma joelhada entre as pernas fazendo com que caísse ao meu lado.

Me levantei do chão e encarei ele ainda deitado no chão, eu sentia muita raiva dele. E ver como a Luise estava sendo tratada me deixava ainda mais bravo.

_ Você tá bem?_Ela apareceu na minha frente com os olhos cheios de lágrimas_Me desculpa_Luise se virou pra ele e o ajudou a se levantar e ele quase avançou encima de mim novamente. Mas ela estava no meio_ Vamos embora, Alex_Me afastei vendo ela puxar ele e abrir a porta do carro deixando que entrasse primeiro e depois deu a volta. Antes de entrar no carro ela me olhou uma última vez.

Luise parecia tão amedrontada, os olhos eram o reflexo do medo e desespero. E acho que até um pouco de pedido de ajuda. Quando o carro se foi, eu atravessei o estacionamento e entrei no meu carro. Peguei meu celular e olhei a ferida pequena no canto da minha boca.

Liguei meu carro e saí do estacionamento. Eu não via Luise a tantos anos e nunca procurei nada sobre ela nas redes sociais. Durante todo o percurso até em casa, eu não conseguia parar de pensar no olhar dela. Ela tinha mudado tanto e ao mesmo tempo não mudou nada. Me lembro de que quando ela se casou, ela sempre foi bem magrinha, bastante mesmo. Agora parecia um pouco mais forte, eu não sei se eles tiveram filhos. Luise tinha um olhar brilhante, um sorriso divino. E quando a vi, não reconheci, seus olhos estavam fundos e ela tinha olheiras, um pouco pálida também. Será que ninguém da família dela sabe que o Alex bateu nela?

Eu e ela fomos grandes amigos no passado, e quando estudávamos, Luise tinha uma tendência a se envolver com homens de caráter duvidoso. Eu nunca entendi, geralmente, mulheres que se envolvem assim, são mulheres que não tiveram pais presentes em suas vidas, e o pai dela era muito presente. Eu acredito que tudo tenha começado com o Adam, quando ela tinha uns dezessete anos. Acho que o que ele lhe fez acabou ferindo sua autoestima, de alguma forma ela passou a pensar que não era boa e acabou aceitando qualquer migalha. Eu lembro que ela até fazia terapia, mas sempre me contava que faltava às vezes. Então ela nunca se tratou. Luise nunca entendeu que ela sofreu um abuso. Na cabeça dela, ela só foi usada por um cara idiota, mas ele coagiu ela a transar com ele, ele não respeitou ela, e ela não entendia. E toda vez que eu, ou sua mãe tentávamos falar com ela, ela ficava em negação. Então Luise nunca passou por um tratamento, ela faltava às terapias. Ela nunca entendeu.

                            ....🫠.....

Incrivel que o Gabi sabe ler a Luise né!

Gente, se alguém já me segue aqui, sabe que estou escrevendo uma outra obra, e estou muito conectada. Eu vou tentar escrever as duas histórias ao mesmo tempo, mas não sei se vou conseguir. EU NÃO DESISTI DAQUI, eu nunca deixo de finalizar uma história. Mas quem escreve sabe que se forçar a escrever uma história não é legal, estou voltando a me conectar com esse livro e irei terminar em algum momento. Enquanto isso eu quero convidar vcs a lerem NA BATIDA DO AMOR, estou mais ativa por lá. Mas se você deseja ler esse livro aqui, tenha paciência, pois eu vou voltar.

Prometo.

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