XV || 𝐄𝐥 𝐚𝐩𝐨𝐲𝐨 𝐝𝐞𝐥 𝐨𝐭𝐫𝐨 𝐥𝐚𝐝𝐨

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LUANNA SCARPA
SÃO PAULO - SP
19:20

-Meus pais que são ruins com você e é você quem se desculpa? Luanna, você não existe mesmo. -Ah, minha mãe estava perguntando de você faz um tempo, quando ela ia te conhecer, surgiu a oportunidade de conhecer, e eu concordei. -Relaxa, vai dar tudo certo, eles vão amar você. Acho que nunca o vi tão tenso. Achou que tem medo de ser rejeitado, o que não vai acontecer em hipótese alguma. Mas minha mãe estava perguntando dele faz um tempo, então não haveria problemas. Ela e meu pai voltaram recentemente de uma viagem, e já marcaram um jantar. Minha mãe e meu pai estavam sempre viajando, então era meio difícil encontrá-los. Rich nunca esteve tão nervoso. Liguei a rádio e coloquei uma música para criar um clima agradável.

-Foi uma decisão errada, vai você sozinha. Ele estava definitivamente com medo. De repente um carro estaciona na frente do nosso. E quem desce? Meu irmão! "Ótimo" penso. O empurrãozinho que eu precisava. -E aí maninha, quanto tempo! -Gustavo, a gente se viu ontem. -Mas não hoje; E aí Rios? Beleza? - Meu irmão pergunta. Gu, fala pro Rich parar de ter medo da mãe e do pai? -Olha Richard, eles foram uns amores comigo- disse Sarah, esposa do meu irmão. Mas nada parecia confortá-lo. Ficamos nessa, até que o Henrique, até então no colo da Sarah, aperta a campainha e grita "vovó! vovô!".
Logo meus pais foram atender. Agora não tinha mais volta.

-Ah! que saudade dos meus filhinhos! Entrem, entrem! -Minha mãe já foi nos recepcionar. Sinto uma mão gelada agarrar a minha de supetão, e percebo que o Rich está gelado e quase suando frio. -Mãe, já volto, o Richard precisa usar o banheiro e vou levá-lo até o toalete. Eu o arrasto até o lavabo e tranco a porta. Sento na pia, enquanto ele se senta no vaso e começa a respirar fundo. -Ei, pra que isso? Tá tudo bem anjo. -Eu quero ir embora, eles não vão me aceitar, vão achar que sou igual ao Gabriel e vão me odiar. -Ai Rich, você nem tentou falar com eles ainda, dá uma chance vai, por mim. Peguei no calo dele. Fiz a típica carinha de cachorro carente e fomos juntos até a sala de jantar, ele não largava a minha mão.

-Então mãe, cadê o pai? Ele está no trabalho ainda? -Ah não filha, ele foi buscar a pizza, porque não soube pedir para entregar no Ifood. Mas quem é esse filha? Seu namorado novo? -Ela pergunta. Ele apertou minha mão em desespero. -Sim, mãe, esse é o Richard, mais conhecido como Rich. -Muito prazer, sou a Andrea, mãe da Luanna, estava muito animada em te conhecer! -Viu Rich, tá tudo bem, não precisava ficar com medo. -Bom, vou trazer uns aperitivos enquanto o seu pai não chega; Me ajuda filha? -Claro mãe, estou indo. Ele me olhou com uma cara de desaprovação, mas eu não poderia deixar minha mãe na mão. Eu me levanto e ele me segue até a cozinha. -Por que tem tanto medo garoto? Aconteceu alguma coisa? -Olha mãe, não sei se é a hora certa para iss- Eu sou interrompida. -Final de semana passado eu levei a Lu para conhecer minha mãe, e ela foi super ruim com ela, e como já deve saber o quão ruim o Gabriel foi para ela, fiquei um pouco receoso em vir aqui.

-Mãe, ele me trata igual uma princesa, tem que deixar de ser besta Rich- Eu digo e beijo sua bochecha. Arrumamos os pratos e colocamos os aperitivos sobre a mesa. Enquanto conversávamos, o Henrique chamou o Richard para jogar videogame, e eles foram até o sofá e ligaram o Minecraft. Meu irmão se juntou a eles, então fomos todos até a sala. A porta dos fundos é aberta e quem aparece é meu pai. -Finalmente chegou Alexandre, as crianças já estavam com fome. -Déa, tem que parar de chamar eles de crianças, olha só como estão crescidos; Sarah, Gustavo, Luanna e.. você eu não conheço, qual teu nome rapaz? -Meu pai pergunta. Ele gela ao meu lado, já entrelaçando nossos dedos. -É o Richard pai, meu namorado, eu te disse. -Aah, então você que é o príncipe da minha princesinha? -Sim, sou eu. -Oha, não vou bancar o durão, seja bem vindo na família Richard, depois nós iremos conversar a sós. -Meu pai diz dando uma piscadela para mim.

-Bom, está na mesa, venham jantar! -Minha mãe diz.
Nós nos servimos e começamos a comer. -Então rapaz, o que faz da vida? É médico, engenheiro, dentista? -Eu jogo bola no Palmeiras senhor. -Ele joga comigo pai, tem muita habilidade esse daí, dribla que é uma beleza, como diriam na Colômbia, joga uma pelota que é de admirar. -Gu, o namorado é seu ou meu? -Então foi você que apanhou para aquele panaca do Gabriel na final? -Senti que estava ficando desconfortável e mudei de assunto. -Bom, mês que vem é aniversário do Richard, e vamos fazer um churrasco no térreo, e eu queria convidar vocês. -Ah, como meu genro é gentil, iremos sim filho. -Obrigado- ele responde. Silêncio. -Alguém quer mais água? -Eu falo para quebrar o silêncio. -Eu quero filha, pode me servir? -Claro mãe. -Aliás Dona Luanna, a senhorita pode me explicar um negócio? -Ela pergunta. -Claro mãe, fique a vontade. -Por que você não me contou que o Gabriel te batia? Só fiquei sabendo quando saiu no noticiário. -Saiu no..noticiário? Senti que poderia vomitar o meu jantar ali mesmo. -Ah, não queria te deixar preocupada, e tá tudo certo agora, não tem com que se preocupar.

Encontro marcado (Richard Ríos)Onde histórias criam vida. Descubra agora