Vigésima primeira hora

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     Cinco horas da manhã e Duda está se movendo rapidamente pelo apartamento,  me provocando enquanto vou  tirando fotos com a câmera Polaroid. É uma sessão de fotos improvisada, cheia de diversão e risadas.

—  Vamos lá, Hobi! Capture meu melhor ângulo para essa hora da manhã! ‐ Brinca, enquanto retira a calça. Fio minúsculo  esse que ela chama de calcinha.

— Okay, Duda, eu confio em você! Vamos tornar isso épico! - Mordo meu lábio inferior, controlando o impulso que sinto de largar essa brincadeira de lado e correr para ela.

     Duda faz uma pose nada convencional ao se ajoelhar em uma de minhas cadeiras e empinar a bunda para mim, usando a mesa como apoio. Ela me observa por cima do ombro e sorri ao me ver duro. Um, dois, três fotos e ela já é se movendo novamente.

— Uma modelo natural, Duda! Estamos arrasando! - Digo olhando as fotos.

—  É claro que sim, Hobi! Muito é mérito do meu fotógrafo particular. - E lá se vai o casaco juntamente com a camisa. —  Agora, devo mostrar um lado mais sério? Olhar misterioso, como se  eu tivesse um segredo profundo. - De lingerie ela desfila até a cozinha. Lá, ela usa minha bancada como um adorno para sua beleza. Senta-se sobre ela e sem pudor fica muito exposta.

— Uau, Dud's! Seus olhos parecem penetrar a alma! Isso vai ficar incrível!

    Aqui eu me perco. Fico completamente encantado ao ver Duda posar para as fotos que estou tirando. Meus olhos ficam marejados de emoção enquanto capturo  a beleza dela com a câmera. É como se o tempo tivesse parado naquele momento mágico, e eu percebo instantaneamente que estou apaixonado. Uma dor momentânea me atinge rapidamente.

     Mesmo com esse sentimento intenso, um debate interno se desencadeia dentro de mim. Eu sei que meu futuro próximo reservava um período de serviço militar obrigatório, uma etapa que exigirá distância física e emocional. Essa perspectiva obscurece minha alegria no momento e levanta inúmeras perguntas em minha mente acelerada.

     Por um lado, questiono se devo me permitir cair nesse amor ardente por Duda. Ela tem que partir em breve.  Me pergunto se e justo envolvê-la em um relacionamento que poderia acabar antes mesmo de começar. O serviço militar é uma realidade iminente, uma jornada que envolve sacrifícios em todos os aspectos de minha vida, inclusive no amor. Pondero se seria mais sensato proteger meu coração e encontrar forças para seguir em frente sem me apegar. Acho que já passei desse ponto.

      Enquanto observo Duda sorrir e se movimentar graciosamente diante de minha lente, sinto que não consigo ignorar completamente os sentimentos que estão florescendo dentro de mim. A conexão entre nós é tão profunda que eu me pego  imaginando como seria viver um romance intenso com ela. A ideia de deixar passar essa oportunidade de amar e ser amado parece uma injustiça tanto para mim quanto para Duda.

        Meu debate interno se desenrola intensamente, indo e vindo entre a cautela e o desejo de aproveitar o amor que surgia entre nós. Me questiono se é mais prudente me distanciar ou se entregar à paixão que me incendeia. O medo de perder e o desejo de viver um amor intenso lutam dentro de mim, cada um levando-me a direções opostas.

        Tento me equilibrar nessa linha minúscula de sanidade. Tento distanciar o pensamento sobre os preparativos para enfrentar o serviço militar, minha mente continua a navegar nesse mar de incertezas. Eu sei que devo que chegar a uma decisão, resistente e dura, que pode proteger meu coração e, ao mesmo tempo, explorar a possibilidade de um amor verdadeiro com Duda.

— Talvez eu queira ver muito além. Você vai me deixar ver mais Hobi?

      Duda me trás de volta ao nosso momento. Deixo trancado dentro de mim aqueles pensamentos dolorosos. Não consigo decidir. Não dá.

— Achei que já estava vendo. - Respondo e ela sorri, voltando a caminhar, agora em direção ao quarto.

       Ela me encara profundamente. Seus lindos olhos tentam ler o que tento desesperadamente esconder. Por fim, sorri. Uma compreensão  sem palavras. Acho que foi isso que ela encontrou neste momento.

— Agora, vamos deixar a diversão acontecer! - Ela deita-se em minha cama e lentamente vai acariciando suas curvas, enroscando os dedos nas laterais da calcinha e a retirando de si.

— Hhmm... acho que não vou conseguir ser um profissional muito bom. Estou assim perto de largar essa câmera e me enterrar em você. - Ela levanta-se e caminha até meu closet.  Ali tenho um confortável sofá e é ele que ela escolhe para ficar como veio ao mundo.

— O que mais eu tenho que fazer para que você perca o controle? Devo me tocar assim? - Ela leva os dedos até seu ponto sensível e o pressiona. — Devo desliza-los assim? - Ela os escorrega para dentro de si. — Eu faria qualquer coisa para te ver sorrir, Hobi! Para te dar prazer.

       Uma última foto, apoio a câmera com cuidado em cima da bancada e me ponho de joelhos a sua frente.

— Bom menino. Vem cá! ‐ Vou engatinhando até alcançar seus pés e faço uma tentativa tola de me deleitar com seu sabor. — Ainda não meu bem. Eu prometi que ia me livrar de suas roupas, lembra?

— E só  dizer o que deseja que eu faça. - Dominado, deixo ela fazer o quer.

      Num movimento rápido ela me faz sentar em seu lugar. Um arrepio gélido percorre minha espinha, me fazendo sorrir e arfar. Suas mãos ágeis, se livram de minha camisa.

      Sorrindo, senta-se em cima de mim e inicia um beijo delicioso e provocativo. Cada fibra do meu corpo reagi imediatamente. Minhas mãos tomam sua cintura, a forçando para baixo. Como se entendesse meu pedido silencioso, ela rebola gostoso.

      Apenas me deixe aqui. Não desejo mais nada. Só isso. Me deixe ser devorado por ela. Por essa intensidade toda. Eu não me importo.

 Eu não me importo

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