Este livro é um Dark romance. [+18] ⚠️
Em meio às ruas estreitas e sombrias das antigas cidades italianas, o eco das suas histórias ressoa nos becos. Arabella Rose Alencar, uma jovem com uma vida dupla: de dia, uma estudante discreta; à noite, uma c...
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Dias atuais. - Sicília, Itália.
Minhas mãos tremiam enquanto o celular caía de meus dedos, escorregando para o chão com um som surdo, a náusea ainda revirava meu estômago, mas o medo era o que dominava tudo agora, apertei meus olhos, tentando me desligar da realidade, tentando me convencer de que se eu não visse, não sentiria. O choro continuava a escapar, involuntário, rasgando minha garganta a cada soluço.
O tempo parecia se arrastar, eu mal conseguia respirar, como se o ar ao meu redor estivesse se tornando sufocante, a única coisa que eu conseguia fazer era esperar. Esperar que Carter chegasse antes de Carlo, antes que meu pai voltasse. A esperança era tênue e tudo o que eu tenho nesse momento.
De repente, ouvi a porta ser aberta, não havia trancado a porta e isso talvez fosse minha salvação de agora, meu coração disparou, martelando em meu peito com tanta força que doía. Apertei mais meus olhos, como se estivessem os esmagando, o barulho de passos ecoou em meus ouvidos, botas batendo contra o mármore, quero acreditar que seja Carter, mas nem sei se é de fato ele. E o que mais me assusta é eu estar confiando em uma pessoa que nem conheço, entretanto, sendo a única pessoa que pode me ajudar nessa situação.
— Não... — murmurei para mim mesma, sem conseguir evitar que a palavra escapasse, quase inaudível.
Os passos pararam, e o silêncio que se seguiu, sentir como se uma presença forte estivesse em pé ao meu lado, abri os olhos, lentamente, apenas para ver as botas de Carter, a poucos centímetros de mim. Meu coração se aliviou e foi como se eu tivesse visto o vislumbre da liberdade.
Antes que ele pudesse dar mais um passo, ou se quer me ajudar com uma mão estendida, ouvi o som de mais passos e assim que olhei para a direção do corredor vi meu pai parado com uma expressão séria, engolir em seco, meu corpo tremendo pelo o que poderia acontecer, e se ele machucar Carter como me machucou? Porque eu tive que trazer ele para essa bagunça? não posso deixa-lo pagar por um erro meu. Meu pai deu dois passos largos até nós e o loiro se pôs a minha frente, impossibilitando o mais velho de chegar perto de mim.
— Longe dela! — Carter rosnou, seus olhos fixos em meu pai, conseguia ver a raiva transbordando por suas íris, isso se tornava ainda mais intimidador, para meu pai, já que Miguel é três vezes mais alto e mais sério que ele, fora que a sua presença não é de alguém comum.
Meu pai hesitou por um momento e, então deu um passo para trás, recuando lentamente, como se a áurea de Miguel fosse mais perigosa do que a dele, por um breve segundo, todos os sons pareciam se distanciar, deixando apenas a tensão entre nós três.
Carter deu um passo para o lado bloqueando meu pai de meu campo de visão, ergui minha mão tocando em seu tornozelo e seu olhar veio direcionado a mim agora, como uma suplica silenciosa apenas pedir para ele me tirar daqui, eu apenas preciso sair daqui, foi para isso que liguei para ele, as lágrimas continuavam a escorrer, mas agora eram misturadas com um alívio que eu mal podia compreender.