Prólogo Quem se recusa a reconhecer os apelos da alma
Vinte de maio – Ano do Dragão
Hora do coelho [N/A: entre cinco e sete horas da manhã]
O odor do pavio se apagando, aquele resquício de fumaça escapando do pavio chamuscado e agonizante, se dobrando débil sobre a cera prestes a esfriar e endurecer.
Shu Rong sentiu o cheiro das velas se apagando e despertou sentindo uma pontada de dor no pescoço, a claridade pálida entrava pela janela em sua visão periférica e aos poucos ele empertigou seu corpo meio dormente, há muito tempo na mesma posição.
Por estar tão exausto, nem havia percebido que tinha dormido sentado na cadeira em sua biblioteca.
No entanto, ele se lembrava da última coisa que tinha feito e despertando ligeiramente mal humorado, Shu Rong se deparou com aquele caderno costurado à mão aberto em sua direção.
Espreguiçando-se com seu olhar no papel, primeiro fitou rapidamente suas próprias palavras em nanquim e identificou outra caligrafia abaixo, seus dedos puxaram o caderno e seus olhos castanhos leram aquela interrogação inacreditável.
“Shu Rong-shi... Podemos tomar banho juntos?”
Esse inquérito tão sumariamente desavergonhado somente podia ser obra daquele cultivador de Zhen Yan! Não era possível... O tapado ao menos tinha se dado ao trabalho de ler o que tinha escrito para ele?
Ou, se havia lido... Ao menos tinha se proposto a entender?
Enquanto se fazia tais perguntas, Shu Rong se deu conta que a manta de chita escorregava por suas costas, percebendo que era a mesma manta que costuma cobrir seu antigo divã que às vezes usava para ler.
Esfregando de leve o cantos dos olhos, o pescador se sentiu incomodado consigo mesmo.
Normalmente seu sono era leve como de um felino, desconfiado até durante seu descanso.
Pensar que Fu Sheng tinha entrado na biblioteca, lido o caderno deixado na mesa, andando livremente pelo cômodo a ponto de cobrir seu corpo com a manta... Não queria dizer que Shu Rong se sentia à vontade o suficiente para baixar a guarda quando estava ao lado dele?
Observando melhor, o cultivador tinha deixado até mesmo a outra cadeira fora do lugar.
Como não tinha escutado o menor ruído? Nem despertado minimamente?
Seu coração afundou no peito, não era como se o cultivador fizesse parte de sua vida... Claro que não. Era um absurdo, definitivamente mal o conhecia! Era um estranho... Um... Estranho...
Mas seus instintos tão aguçados, apenas aceitavam a presença de Fu Sheng como se ele fosse uma simples continuação de sua própria existência.
Por um momento, Shu Rong voltou a deitar a cabeça pesadamente na mesa, como se desabasse ali de olhos bem abertos, ouvindo seu coração pulsar tão alto no peito.
Suspirando, podendo ver de lado o caderno e entrevendo a porta do aposento aberta... Pensava numa resposta para aquele inquérito escrito logo abaixo de seus argumentos ignorados.
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Capítulo 436 Este Daozhang tem um sogro cruel
Não tinha dormido quase nada.
Não que fizesse muita diferença, Jun Wu estava inquieto.
E era o silêncio de Huan Shui que o afligia.
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Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3
Fanfic⚠️ Aviso importante ⚠️ Fanfic com temas sensíveis como abuso, gore e tortura psicológica. ◇ Essa é a continuação da Fanfic "Jun Wu A Terceira Face do Príncipe", aqui começamos o último livro dela, o livro 3. Aqui pretendo concluir essa imens...