Noite fria e nebulosa, a escuridão envolvendo cada canto como um véu tenebroso. Corpos aparentemente sem vida e amontoados uns aos outros como galhos de um jardim, encontravam-se num lago de sangue carmesim, repleto de detritos, como espadas, armas e tudo que se podia imaginar.
Dentre os corpos amontoados, saía um ser abençoado que ainda respirava, um homem. Ele nadava no lago com a boca totalmente fechada para não ingerir o líquido vital obtido da impureza. Também prendia a respiração para não inalar o odor metálico de sangue que pairava no ar e misturava-se com o frio intenso, responsável por arrepios de arrancar a pele.
— Eu sabia! — Gritou um homem, batendo palmas, sentado no topo dos corpos, como se fosse seu glorioso e magnífico trono, com partes do corpo cobertas pela névoa presente naquele local.
— Apesar da idade, ainda continuas forte, Sr.Philemon — declarou soberbamente, dando risadas contidas, descendo do topo, pisando nos corpos.
— Foram noventa milhões de ziras que a Krook ofereceu pela tua cabeça — revelou, de braços estendidos.
O velho Philemon, nadou até a uma distância significativa daquele homem que não parava de falar.
— Com esse dinheiro, já dá para fazer muitas coisas — continuou.
No centro do lago, havia uma plataforma de pedra plana, onde uma bengala preta estava colocada. A bengala tinha a escultura da cabeça de um homem. O velho Philemon apanhou-a e apoiava-se sobre ela para manter-se em pé na plataforma.
Logo em seguida, ele trocava olhares de confronto, com o homem misterioso, que o encarava com a cabeça abaixada por causa da diferença de altura que tinha entre eles.
— Só noventa milhões?! — Perguntou, admirado — Eu achava que era um pouco mais, Suyuris — declarou, num tom sarcástico.
— E, é sim, noventa pela cabeça, e o dobro pelo corpo vivo — revelou.
O velho Philemon, riu das afirmações do Suyuris, em seguida, perguntou-lhe: — E qual opção escolheste?
— Por não ter te matado pelo menos no golpe anterior, imagina ter que te capturar vivo — observou — acho que ainda mantenho a primeira opção — respondeu.
— Ah, certo, então darei-te o luxo de poderes tentar fazer isso — disse, tocando a bengala no chão e, alterando o ambiente daquele local.
— Se quiseres facilitar o trabalho, eu alinho — riu, dando de ombros, e estalando os dedos das mãos.
Uma hora estavam em um buraco ligeiramente profundo, com um lago de sangue, e corpos amontoados. Outrora, num local extenso e, totalmente nebulado.
— Este local eu chamo de Geskiet, ao criá-lo, baseei-me na frase, tiro no escuro. — Aqui, eu e tu usaremos os nossos golpes mais destrutivos, como cegos, por causa da névoa densa. Quem dar o primeiro golpe, vence, este é o tipo de ambiente estruturado para melhorar até dez vezes uma técnica, e estou a estreiá-la contigo — revelou.
— É um prazer — agradeceu, encurvando-se —, e prometo fazer valer a pena
— E outra coisa, caso não haja golpes por parte de ninguém em trinta segundos...— disse apontando para o chão, aparecendo uma fera semelhante à um peixe, mas gigante — nós os dois seremos — finalizou, passando a mão estendida pelo pescoço, simbolizando um gesto de morte.
— Isso está longe de acontecer, velho
— Espero bem que sim. — Pronto? — Perguntou, deitando a bengala no chão.
— Desde o ventre da minha mãe — colocando uma postura de combate.
O velho Philemon fez o mesmo. Em seguida, explodiu, e corria em direção à Suyurus com uma velocidade descomunal, cortando a neblina.
VOCÊ ESTÁ LENDO
THE FULL VERGELLDING
ActionJustino Keta, um adolescente de 17 anos, tem sua vida transformada quando recebe poderes místicos de um velho homem moribundo. Inicialmente, ele concorda com o pedido do velho, em usar esses poderes unicamente para ajudar os outros, prometendo não...