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•ESTELA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Manhattan sempre havia sido o lugar que eu enxergava como um lar, minha casa era nessa cidade, acompanhada das pessoas que viviam aqui. Mas bastou que meu pai falecesse depois de um acidente de carro, aos meus dezoito anos, para que eu saísse daqui o mais rápido possível.

Não suportei a dor de perder meu pai tão jovem, sempre fui apegada a família sequer pensava em abandona-los, mas a vida seguiu por outro rumo me obrigando a tomar outras decisões. Não me arrependia de meus dois anos longe, afinal tinha conhecido lugares lindos, adquirido informações maravilhosas sobre outras culturas e costumes, mas no fundo sempre soube que voltaria para cá, cedo ou tarde estaria encarando meu lar novamente.

A mala de rodinha pesada, que estava arrastando pelo chão junto com a mochila nas costas, não era impedimento nenhum para que eu andasse praticamente correndo pelo aeroporto feito uma louca. Não podia aguentar o coração que estava chegando em minha garganta, a qualquer momento o cuspiria para fora. Sempre fui assim, ansiosa até demais.

Guiei meus pés por aquele gigantesco lugar e mesmo sem saber direito para onde estava indo continuei correndo em direção as escadas rolantes, pedi desculpa no mínimo umas vinte vezes para quem trombava sem querer. E mesmo sabendo que deveria me comportar em um lugar como aquele, meu sorriso não deixou de se estampar nos lábios quando vi a garota logo a minha frente, mil sentimentos passaram por mim de uma vez e todos eles me fizeram andar apressadamente em direção a ela e agarrar sua cintura fortemente.

— Por favor, me diz que isso não é um sonho, garanta que você está aqui mesmo! — A voz feminina ondulou em meu ouvido.

— Não é um sonho, eu estou aqui, finalmente voltei! — Me afastei para olhar a mulher linda diante aos meus olhos.

Emilly Hamilton Mancini era simplesmente a melhor amiga de todas e não continha nenhum exagero nas palavras. Desde que me conheço por gente amava aquela garota, nas barrigas de nossas mães, nos primeiros dias escolares, nas festas de aniversário... Basicamente em todos os momentos estávamos unidas e até mesmo quando viajei criamos nosso próprio ritual para manter a amizade, contendo muitas vídeo chamadas, mensagens de texto e atualizações diárias da vida uma da outra.

— Ok, primeiro eu tenho que dizer o quanto seu cabelo está magnífico nesse loiro — Emilly falou fazendo minhas bochechas esquentarem um pouco.

— E nem vou falar sobre você, desde quando têm tanto disso aí... — Olhei para os seios da garota que estavam maiores desde que parti.

— Eu tenho os meus segredos — A piscadela da garota me fez rir.

Minha amiga pegou a mala que caiu no chão e ignorou completamente as pessoas ao redor que nos olhava, com a outra mão desocupada ela se agarrou em mim e começou a me levar em direção a saída.

— Então vai, me conte tudo o que aconteceu enquanto estive fora — Falei enquanto andávamos.

— Não tenho nada para te falar, todas as fofocas foram ditas por telefonemas — Isso era verdade, mas Emilly sempre deixava algo escapar.

— Vai, deve ter alguma coisa que aconteceu de diferente.

— Hum... — A morena pareceu pensar um pouco — Sua mãe esteve na minha casa semana passada para jantar, ela pediu mil desculpas por você ir se hospedar por lá e aparentemente estava com muita saudades.

— Também tenho saudades dela — Um sorriso brotou em meus lábios ao lembrar da mulher.

Minha mãe tinha sido meu principal apoio para aguentar a perda do meu pai, afinal ela também tinha perdido o marido. Fomos o consolo uma da outra por longos meses, até que Penellope teve a brilhante idéia de me fazer viajar pelo mundo, assim como a mesma tinha feito em minha idade. Claro que de início eu fui contra, não queria deixar minha mãe sozinha naquele momento, mas depois de pensar bem resolvi aceitar e deu no que deu, dois anos longe de todos.

A Amiga Da Nossa Filha (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora