Uma das partes mais difíceis de ter Gun ao meu lado não era controlar o desejo que eu sentia - apesar dessa parte quase matar - era me afastar dele. Sempre que eu precisava trabalhar era uma tormenta em minha mente, pois agora eu conhecia seu toque, o calor morno de seu corpo e a sensação incrível de vê-lo sorrir.
O pestinha ainda tentava me irritar, o que demostrava que ele estava um pouco melhor em relação a tudo que aconteceu. Varias vezes o peguei mordendo o dedo indicador para não deixar uma risada sair, e isso acalmava meu coração.
Estávamos construindo uma relação calma e leve, mesmo no meio daquela bagunça.
Obviamente eu ainda não sabia tudo sobre ele, assim como ele não sabia sobre mim, mas aos poucos isso iria mudar, eu respeitaria o tempo de luto do meu garoto e, esperaria ele se sentir pronto para começar a contar TUDO.
Meus superiores começaram a me questionar por eu aceitar cada vez menos os trabalhos que eles me davam, mas eu apenas dizia que estava cansado com as fisioterapias, e não queria trabalhar só internamente outra vez.
Hoje meu comandante estaria em Bangkok, se passando pelo papel de policial comum, para investigar um caso. Ele nunca gostou muito de mim, e com certeza usaria minha atual situação para me confrontar.
Não demorou muito para eu descobrir que estava certo.
Terminei o trabalho de investigação as 08:35 da manhã, extremamente cansado e com o corpo dolorido. Eu ainda tinha que passar em uma loja canadense para comprar os chocolates que havia prometido a Gun, pois ele se comportou bem durante uma investigação.
As vezes Gun podia ser um bebê, e eu me apaixonava ainda mais quando ele estava assim.
Mesmo exausto, fui ate a loja e comprei os melhores chocolates que haviam lá. Aproveitei para passar no KFC e comprar alguns combos de comida pera Gun, pois a fome dele era insaciável.
Ao chegar na porta do quarto, dei de cara com Mile - para minha falta de sorte - tentei manter minha surpresa em ve-lo, mas acho que não tive muito sucesso, pois ele riu. Assumi minha postura de combate por dentro, mas tentei parecer calmo.
— Seu garoto saiu — ele falou com deboche, e eu ignorei, abrindo a porta — estou me convidando para entrar — ele passou pelo portal.
— O que quer? — perguntei diretamente, pois Mile gostava de jogar e, eu não tinha paciência para isso.
— Dois países para qual você trabalha estão em guerra — ele se sentou — acho que chegou uma daquelas horas chatas de escolher um lado.
— Eu não preciso escolher — abri a garrafa de vinho, pegando apenas uma taça, para mim.
— Não vai me oferecer?
— Nossa conversa será rápida, não tem porque! — sorri, sentando — me diga o que quer, eu ainda preciso trabalhar.
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Macau e Tay - Especial MDB
FanfictionQuando dois corações quebrados se encontram, eles são capazes de ficarem juntos? Macau passou anos brincando com a morte, enquanto tentava esquecer o Porchay, seu amor de infância. No entanto, quando seu sobrinho está entre a vida e a morte, ele pre...