(Nova Fic! Dessa vez sem capítulo de avisos como costumo fazer, espero realmente que gostem!)
Ano: 2015.
12:50pm.
Lory.
Era uma tarde de verão, observei os pacientes pela janela de grade do prédio, os enfermeiros cuidavam deles entre sorrisos gentis.
Eu gostava de ver os pacientes fora de seus quartos, os deixando mais calmos; era uma cena linda, aproveitar um pouco dessa.. Liberdade.
- Srta Lory? - Afasto-me um pouco da janela e me virei vendo Léia, a assistente da chefe Clary.
- Sim? - A olhei séria e atenta.
- Dê o remédio da paciente do quarto quatorze. E após, a Srta Clary quer tratar um assunto com você.. Seja breve. - Disse e se retirou e suspirei dando uma última olhada para os pacientes no jardim.
- Certo, lá vamos nós mais uma vez. - Sorriu fraco e caminho calmamente para o quarto indicado, bati na porta e abri.
- Boa tarde, Srta Nancy! - Abri meu melhor sorriso assim que passei da porta para o quarto de um dos pacientes, apenas entregar seus medicamentos.
- Dra. Lory.. Acho que estou melhorando! - Esboçou seu doce sorriso.
- Eu fico feliz com isso! - Metade dos pacientes desse corredor eram esquizofrênicos. Srta Nancy, uma mulher de quarenta e sete anos, era uma deles.
- Sim, sim, minha querida. Louis quem me disse! - A olhei enquanto separava seus remédios, um azul e branco comprido e outro amarelo redondo e pequeno.
Louis era um duende, dizia ela, que entra no quarto apenas durante a noite. Comentei uma vez com as outras enfermeiras, que esse ser fictício era um depravado de primeira.
- Eu acredito. - Sorri e a entrego seus dois remédios, ambos tinham que tomar juntos, como na receita pedia.
Assim que ela engole, verifico se ela realmente o fez e sorri satisfeita.
- Voltarei mais tarde. - Ela me deu “tchau” e me retirei do quarto, respirando fundo mas fico séria, vendo uma cena a qual me quebra em pedaços por dentro.
Um corpo, sendo levado do quarto dezessete por alguns enfermeiros com máscaras descartáveis, e pensi por alguns minutos.. Este era meu paciente. Rapidamente alcancei o braço do enfermeiro que parou e me olhou atento.
- O que houve com ele? - Pergunto seriamente, tentando não expressar minha preocupação.
- Enforcamento. - Disse sem rodeios e sua voz soa abafada pela máscara.
- O quê..? - Sussurrei e o soltei o braço, e caminhei em passos largos, fazendo soar o barulho de meu salto nesse piso.
Alcancei o quarto e olhei perplexa para a corda presa no teto.
- E eu pensando.. Que ele estava melhorando... - Digo baixo e pego sua ficha que ficava na porta. - Joseph. - Sussurro.
Lembrei-me que Srta. Clary quer falar comigo, então entro no elevador e espero ele subir para o próximo andar. Arrumei minha franja atrás da orelha, e logo pude imaginar o porquê que a senhorita Clary, quer me ver.
- O teste, é claro. - Sussurro e acabo por sentir o nervosismo me percorrer. Tinha que ser logo hoje?! Paciente morto e agora o teste!
Eu estava sentada a frente da mesa de minha chefe, a vendo ler alguns papéis.
- Senhorita. - A chamei baixo para que eu receba sua atenção.
- Lory, preciso que me faça um favor. - Disse em tom sério e acenei com a cabeça, sem tirar os olhos dela, a qual ainda lia os papéis - Preciso que vá para esse endereço. Seu teste se inicia agora; quero que entregue os equipamentos que restaram pelo correios ainda hoje.
- .. Restaram? - Fico confusa mas essa apenas entrega uma tira de papel com um endereço - .. Espere, correios? A senhora..
- Mas ela me interrompe.- Você só voltará amanhã. Irá trabalhar até mais tarde. Está bem? - Mordo de leve o lábio inferior e aceno afirmando - Pode ir.
...
Agradeço ao taxista assim que estacionou na rua e no número indicado, o paguei e saí do carro caminhando e uma espécie de floresta, mas essa trilha.. Me lembrava muito bem um lugar.
Avanço os passos e travei ao ver um hospital abandonado e repleto de cinzas.
- Esse.. É o teste!? - Olhei ao redor vendo algumas cadeiras de rodas ainda abandonadas e já velhas.
Foi um incêndio, ocorrido no final de dois mil e quatorze. Não acredito que esse é o maldito teste! Caminhei apressadamente e empurro com força a porta emperrada.
Entrei e.. Aqui parecia um verdadeiro filme de terror. O balcão abandonado, a sala de espera abandonado, sério, a televisão nem deve mais funcionar!
Peguei o controle no sofá e assim que ligo, a Tv de cubo na parede, soltou faíscas me fazendo se afastar.
- Okay... Eu só vim aqui para buscar equipamentos. - Digo baixo e abraço a mim mesma enquanto caminhava vendo quartos vazios. Aqui tá parecendo Chernobyl!
Verifiquei todas as sala e não encontrei nada, tudo foi para... O água baixo ou para o mar de cinzas.
Um vento gelado soprou ao meu lado e me virei vendo uma escada, cerro os olhos engolindo em seco, e avancei pelos degraus meio rápido.
Cheguei no corredor e vi a baderna que estava, pelo menos o sol brilhava pelas janelas iluminando, se fosse a noite...
No início do corredor estava como uma lagoa rasa, talvez alguma infiltração tenha estourado... Ou várias...
Vi uma porta escrita “Área restrita” e imaginei que era ali onde estaria os equipamentos e assim que abri, não vejo nada além de cinzas.
- Não pode ser... Que merda! Vão se ferrar! Não tem nada aqui!
E uma risada alta soou e abafei um grito com a mão, totalmente assustada e o coração disparado.
O quê..?
Coloquei o rosto para fora da sala, e me encolhi ouvindo a risada aumentando.
Engoli em seco e caminhei na direção da risada masculina e louca, principalmente doentia.
Eu não entendo.. Não era pra ter ninguém aqui dentro, e a ideia de fantasmas poderia ser.. Real.
A risada se torna baixa quando me aproximo de uma porta.
- Quem.. Quem está aí? - Pergunto e alcanço uma pequena tábua de madeira ao meu lado no chão, mas não ouço mais nada.
Respiro fundo e me ponho rapidamente na frente da porta indo contra meu medo de fantasmas.
Mas o que estava em minha frente, era surreal, não era normal, não era.. Humano. Meus olhos se alargam e apenas escutei a madeira bater com força no chão ao cair.
Era um homem. Preso na cadeira de rodas por uma camisa de força. A camisa de força era verde água e fazia conjunto na calça. Mas tudo o que me assustou.. Foi o sorriso cortado do homem, e seus olhos sem as pálpebras.
- ... Que merda é essa?

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𝙋𝙖𝙘𝙞𝙚𝙣𝙩𝙚 "𝙕𝙚𝙧𝙤" {𝙅𝙚𝙛𝙛 𝙏𝙝𝙚 𝙆𝙞𝙡𝙡𝙚𝙧} +18
FanfictionLory é uma mulher gentil, séria, que dá tudo de si em seu trabalho, que seria, uma psiquiátrica que à poucos meses recebeu tal cargo. Para testá-la, Lory recebe uma ordem vinda de sua chefe superior, essa ordem consiste em pegar certos objetos que f...