Maldito bem

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Crowley abriu os olhos lentamente resmungando da claridade e das cortinas abertas, maldito seja quem as deixou abertas, que no caso foi ele mesmo.

O demônio virou o rosto vendo um vazio ao seu lado, bufou sentando-se na cama com os lençóis que o cobria caindo sobre suas pernas mostrando seu peito nu. Esfregou os olhos tentando não dormir novamente, olhou para o relógio ao seu lado mostrando oito e cinquenta da manhã.

— Fala sério. — disse o demônio, indignado.

Levantou-se com seu pijama de baixo da cor preta, calçou suas pantufas vermelhas e caminhou até sua blusa que estava dobrada sobre a cadeira no canto do quarto. A colocou sentindo o tecido fininho da mesma que fazia par com sua calça de pijama, o demônio se arrastou com passos preguiçosos até a porta, a abriu então foi em direção as escadas que dava para o primeiro andar.

Deu um jeito em seu cabelo com um pequeno milagre demoníaco e logo chegou ao primeiro andar. Sentindo um cheiro gostoso no ar, Crowley caminhou até a direção do cheiro que vinha da cozinha, deu-se de cara com um anjo fritando alguns ovos no fogão da casa dos dois, ou seja, a livraria.

— Vem cá, que horas você acorda? É oito horas da manhã! — questionou Crowley, apontando para o relógio da cozinha que tinha os ponteiros em oito e cinquenta e sete da manhã.

Aziraphale virou-se imediatamente levando um susto com o demônio na entrada da cozinha, levou a mão até seu peito e o olhou dos pés a cabeça até parar o olhar sobre o de Crowley.

— Céus, querido, bom dia para você também. — disse Aziraphale, passando a mão sobre suas roupas claras.

— É, bom dia, anjo. — disse o demônio — Os ovos.

— Hum?

— Atrás de você, ovos. — o demônio apontou para trás do anjo que se virou.

Rapidamente o anjo desligou o fogão olhando o ovo um tanto queimado na frigideira, resmungou algo baixinho e virou-se novamente para Crowley que o obsevava uma sobrancelha arqueada.

— Não foi minha culpa. — disse Crowley, erguendo suas mãos.

— Eu sei. — disse o anjo — O que você tinha perguntado?

— Que horas você acordou? Porque tipo, eu acordei oito e cinquenta da manhã e você não estava na cama. — relembrou o demônio — Você ao menos dorme? Porque sinceramente eu durmo primeiro que você e só acordo no dia seguinte.

— Bem, eu acordei as sete. — respondeu o anjo.

— Hum. — murmurou o demônio, com um olhar julgador sobre o anjo.

— Não me olhe assim, eu tentei fazer café da manhã! — disse o anjo, apontando para um ovo que tinha sobre um prato e o outro queimado dentro da frigideira.

— Você nem come ovo frito.

— Era para você.

Crowley o encarou pelo que parecia horas para Aziraphale, viu o mesmo vindo até sua direção e parar na sua frente. O anjo arqueou a sobrancelha pois Crowley não tinha feito nada, apenas o olhava com um semblante duvidoso em sua visão.

— Você está me assustando. — comentou ele.

— Eu aprecio o seu café da manhã queimado mas a gente poderia deixar isso e ficar nos beijos, que tal? — sugeriu Crowley, com um sorrisinho estranho em seu rosto.

Aziraphale abriu a boca em choque, que demônio ousado, empurrou o mesmo dando a volta por ele e saindo da cozinha, o demônio o seguia logo atrás.

— Eu faço café da manhã pra você e você responde assim? — parou no meio do caminho com Crowley quase trombando em seu corpo.

A Um Beijo De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora