Capítulo 9

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Voltamos para nossas casas no horário do almoço, e prometemos nos encontrar mais tarde depois de trocarmos nossos contatos. Dylan me passou algumas redes sociais que usava, e fiquei com vergonha das que eu uso. Snapchat, Tik Tok, Kooapp e Facebook. Decidi que mais tarde criaria um perfil em todas as redes sociais que usa. Não para segui-lo, o que é bem verdade o que eu farei, mas para sair um pouco da minha zona de conforto. Acho que seria bom eu mudar de ares no meio virtual.

— Achei que não voltaria mais. — Menciona meu pai, segurando uma panela na mão. — Iria tentar fazer um macarrão com a ajuda de um tutorial no Youtube.

— Não sei como você sobreviver até agora, pai. Ou melhor, sei...

Ele coça a cabeça e larga a panela no balcão da pia.

— Onde esteve?

— Por aí, com um amigo.

— Encontrou alguém que conhecia, por aqui?

— Mais ou menos. — Abro a geladeira para pegar uma garrafa de água — O que quer comer? Eu preparo.

— Podemos almoçar fora.

— Posso preparar algo, pai.

— Se você prefere, faça o que quiser. Eu como o que você preparar.

— Beleza.

Bebo a metade da garrafa de água antes de iniciar o preparo do almoço. Meu pai me observa no outro lado da bancada, folheando jornais e uma revista, ou mexendo no celular.

— Quando iremos embora? — Rebusco.

— Já se cansou daqui?

— Não é isso. Eu só queria saber mesmo.

— Você tem aula amanhã, não é? Aliás, como está indo no colégio?

Balanço meus ombros. Todo assunto de colégio é chato.

— Normal.

— Sua mãe disse que você tira boas notas, e pode se inscrever em várias faculdades que quiser.

— Não sabia que falava sobre isso com ela.

Ele suspira.

— Quando ela está calma, eu consigo perguntar coisas desse tipo, Saddie. Eu me interesso pela sua vida.

— Certo. — Não me vejo convencida, mas tudo é possível.

Preparo o almoço de domingo que minha mãe costuma preparar quando estou em casa. Macarronada com almôndegas. Quando eu era criança, domingo era meu dia favorito porque minha mãe sempre preparava esse prato. Lembro-me de, às vezes, ela colocar duas almôndegas a mais para mim escondido do meu pai, porque ele dizia que sempre ganhava menos. Hoje em dia eu sei que era uma brincadeira dele, mas eu achava divertido minha mãe me dar algumas a mais que ele.

— Podemos partir à noite? Tipo, depois da meia-noite? — Pergunto a ele, enquanto sirvo nossos pratos.

— Claro, sem problema. Eu não preciso voltar tão cedo para a cidade. Mas porque você quer ir embora mais tarde? Quer se encontrar com os amigos?

— Queria passar mais tempo com um amigo. Novo amigo...

— Por acaso vocês estão... namorando?

— Claro que não! Não é nada disso... — Afirmo, quase gaguejando, para minha surpresa.

— Não precisa ficar nervosa. Foi apenas uma pergunta.

Má CompanhiaOnde histórias criam vida. Descubra agora