Capítulo 12

29 6 0
                                    

Dylan me levou de volta para casa. Ficamos em silêncio durante todo o trajeto, mas senti seu olhar em mim a todo momento. Tentei fingir que dormia, mas ouvi seus risos contidos, me dando um pouco de vergonha.

No fundo, eu não consegui mais negar que nunca beijei ninguém, e que, talvez, como uma completa idiota, eu tenha reservado esse momento para Duke, que agora estava no outro lado do oceano e nem se lembra que eu existo. Dylan deve estar rindo disso agora.

Desço do carro antes dele dar a volta para abrir a porta.

— Obrigada pela noite, pelo passeio de barco para ver os golfinhos, me apresentar aos seus amigos e... me levar na casa de sua mãe. Obrigada pelo dia de hoje. Gostaria de retribuir um dia.

— Você sabe como poderia retribuir. — Ele provoca, mordendo os lábios inferiores.

— Preciso arrumar minha mala e... partir daqui a pouco...

— Vamos manter contato.

— Claro...

— Posso aparecer em Pocomoke.

— Como sabe que moro lá?

— Você escreveu na sua bio no Instagram, Saddie.

Como sou idiota!

— Ah, é! Claro, claro...

— A gente se fala. Boa viagem para vocês.

— Obrigada.

Ele faz menção de me abraçar, mas acaba dando a mão para me cumprimentar, o que acaba sendo mais constrangedor ainda.

— Até mais, Dylan.

— Até mais, Saddie. — Sorri, mas de um jeito triste — Sem sacada hoje.

— Sem sacada.

Eu o vejo atravessar o gramado e ir até a casa dele ao lado. Dá o último aceno antes de eu finalmente entrar em casa.

— Pai, cheguei.

Procuro por meu pai pela casa e vou até seu quarto. Ele não está em canto nenhum. Eu o chamo mais uma vez, sem resposta. Percebo que a porta da sua sacada está aberta e vou até lá. Meu pai está caído no chão, desacordado.

— Pai, acorda. Pai!

Eu o sacudo sem parar, mas ele não acorda. Verifico sua pulsação e sei que ele ainda respira. Tento decidir o que fazer e acabo pegando meu celular para ligar para o Dylan.

— Já sentiu minha falta? — Ele diz.

— Dylan, aconteceu algo com meu pai, me ajuda. Ele tá... no chão, desacordado. Não sei o que fazer.

— Vou chamar uma ambulância. Fique com ele.

— Está bem.

Dylan desliga e eu volto para o meu pai. Tento me concentrar nas decisões que preciso tomar antes da ambulância chegar. Considero ligar para minha mãe, mas desisto.

Pego o celular do meu pai e procuro o contato da Madison.

— Alô, meu bem.

— Madison, é a Saddie... o papai está... caído no chão. Acabei de chegar e o encontrei assim. Eu não sabia o que fazer...

— Estão aqui em Cape Charles ainda?

— Estamos, sim.

— Estou indo, chego em quinze minutos.

— Já chamaram a ambulância, pode ser que não nos encontre aqui.

— Então me mantenha informada.

Má CompanhiaOnde histórias criam vida. Descubra agora