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彡★ Capítulo 12: consequência.
Quase me engasguei feio ao lembrar de Rosa, praguejando mentalmente de raiva. Quanto tempo levaria para um Astri morrer de fome ou sede? Tentei tossir o mais discretamente possível, e o bolo de comida preso na minha garganta desceu lentamente, fazendo meus olhos lacrimejarem.
— Q-querida? — Omar chamou.
— S-sim. cof E-eu cof cof estou bem — falei, com a tosse entrecortando minhas palavras, tentando parecer o mais tranquila possível.
— Tem certeza? — ele se aproximou e deu leves tapinhas nas minhas costas.
— S-sim, pai, estou ok — me esforcei para completar a frase sem tossir, o que fez meus olhos lacrimejarem ainda mais.
Aquela Astri talvez fosse uma das minhas poucas chances de sair daqui. Se ela tiver morrido, acho que vou passar o resto da vida presa em mil e uma noites. Luar disse que eu sabia como sair, e algo me diz que eu devo confiar em Rosa, por mais que me doa admitir isso. Bem, não que passar o resto da vida aqui fosse horrível. Minha vida é muito melhor aqui: sou uma nobre, sei fazer magia, e para alguém que cresceu acreditando que a magia é tudo, isso me coloca em uma posição muito confortável... Não, eu não podia continuar aqui. Por mais tentadora que fosse a ideia, eu precisava voltar para Torthaí, precisava voltar para minha família.
Respirei fundo e, aos poucos, fui recuperando o fôlego. Eu precisava verificar se Rosa estava bem.
— Acho que vou acatar a ideia de ir ao jardim, sabe? Acho que vai me fazer bem — falei, tentando manter a tranquilidade no tom de voz.
Omar suspirou alto, mais do que o normal. Virei minha cabeça e vi seu rosto contorcido em uma nova expressão, com as narinas dilatadas e os olhos semicerrados.
— O-o que foi? — perguntei, visivelmente nervosa. Será que eu tinha dito algo errado?
— Você é igualzinha à sua mãe — ele concluiu.
— Eu não entendi — retruquei.
— Você passou por uma experiência de quase morte, ficou duas semanas desacordada e agora quer passear pelo jardim do palácio como se nada? — sua expressão se suavizou e dessa vez, juro que vi um sorriso discreto.
— Bem, aquele curandeiro disse que isso me faria me sentir melhor, né? — lhe dei meu melhor sorriso amarelo. Acho que ficar trancada nesse quarto o dia inteiro me faria mais mal do que bem.
— Tudo bem, desde que um guarda a acompanhe.
Outro estalo na minha mente. Eu havia esquecido de Kahir também. Me separei dele naquela confusão, ou melhor, joguei um feitiço nele para ter tempo de correr. Quase comecei a roer as unhas de nervoso. O que teria acontecido com ele? Ele poderia ter corrido atrás de mim e lutado com aquele Ifrit sem eu perceber, não é? Droga, o coitado só estava cumprindo ordens do meu pai de me acompanhar. E se eu, no meu desespero, acabei atraindo-o para uma armadilha mortal?
— Pai! ééé... falando em guarda, como está o Kahir? — mais um sorriso amarelo. Eu não queria ter sangue nas mãos.
Ele franziu o cenho, como se eu tivesse criado chifres de repente.
— Quem é Kahir? — perguntou, genuinamente confuso.
— Kahir é o guarda que o senhor designou para mim ontem... quer dizer, no dia em que aquela "coisa" nos atacou.
Seu cenho permaneceu franzido, mas aos poucos foi relaxando. Ele parecia realmente confuso.
— Certo... Acho que ele está bem. Apesar dos ferimentos e do sangue, não tivemos nenhuma baixa no dia do ataque.
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O feiticeiro e o deserto.
FantasyTorthaí é um lugar pertencente ao domínio dos Astris, uma espécie de fada. Jade, uma jovem humana que após ser levada para trabalhar na mansão do um duque de Limethorm, um Astris, por conta de uma dívida, acaba descobrindo um livro que ao abri-lo, f...