CULT OF CHAOS 1: Lobo na Pele de Cordeiro

Lobo na Pele de Cordeiro

     Em 1950, duas famílias estavam destinadas a se juntar com um casamento, não por amor, mas sim dinheiro. A família dos Russells, pessoas que agiam como ricos egocêntricos que no fundo na verdade eram falidos. A família dos Hross, pessoas ricas, donas de um hotel de luxo, extremamente humildes iriam realizar o casamento de Majorine Russell e Palace Hross.
     Nenhum dos dois queria aquilo, porém suas famílias achavam que seria a coisa certa a se fazer. Majorine detestava seu marido Palace, não importava quão gentil ele fosse, ela o desprezava. Eles tiveram um filho dois anos após seu casamento, Wallace. Depois disso tiveram mais uma filha quatorze anos depois.
     Os filhos amavam o pai mais que tudo, já que ele era quem os dava amor, ao contrário de sua mãe, que odiava principalmente o filho mais velho, Wallace e adorava sua filha mais nova, Virginia. Ela preferia sua filha pois ela se parecia mais com sua mãe, já Wallace a lembrava de seu esposo, era como se fosse uma versão mais jovem dele.
       Após tantos anos casados, em 1970, Majorine decidiu colocar em ação um plano que guardava a anos. Palace era dono do hotel de sua família, um dos hotéis mais conhecidos e luxuosos, e ela sempre teve inveja de sua posse. Ela queria matar seu marido, e assim ficar com o hotel para si.
      Sem nem hesitar, Majorine esperou até chegar a noite e Palace ir dormir, ela o enforcou com suas próprias mãos, o enrolou nos lençóis da cama e o arrastou para fora de casa. Wallace, já com seus dezoito anos, nessa mesma noite não conseguia dormir, e no exato momento que sua mãe arrastava o corpo de seu pai, estava no corredor escuro e viu toda aquela cena. Felizmente, sua mãe não o viu e ele conseguiu voltar a tempo para seu quarto, e depois desse dia ele nunca mais conseguiu dormir normalmente.
     Como os pais de Palace já haviam falecido, foi mais fácil ainda para Majorine conseguir esconder o assassinato de seu marido e se tornar a nova dona do hotel. Após conseguir essa posse,  em 1980, ela mudou o nome do hotel, o chamando de "Sheep's Habitation Hotel" e contratou novos funcionários.
       Desde que o hotel se tornou seu, ela decidiu trancar Wallace em um quarto, já que ela o desprezava porém não poderia o matar, já que sua filha mais nova Virgínia já tinha quatorze anos nessa época e tinha um apego em seu irmão mais velho. Majorine deixava Wallace dormir em um colchão velho e rasgado, além de só o alimentar com carne crua e isso quando ela tivesse vontade de o alimentar. Ele só podia sair do quarto quando Majorine permitia, e normalmente era para trabalhar.
     Majorine começou a ouvir vozes, como se alguém de dentro do hotel chamasse seu nome. Ela procurava a voz porém nunca achava, até que um dia, a própria voz veio até ela. A voz vinha de um "fantasma", ele chamou Majorine para uma proposta, a levou para uma sala onde ele dizia que apenas ele tinha autorização para entrar.
     Dentro da sala, tudo era escuro e bem no meio dela existia um coração gigante, pulsante. O "fantasma" então a explicou sobre sua situação.
      —Vou ir direto ao ponto. —Ele arrumava seus cabelos para trás. —Eu sei que você matou o último herdeiro, mas eu agradeço por isso.
      —Mas que palhaçada é essa? Quem acha que é? —Majorine o confrontava indignada. —Me tire desta merda de sala.
      —Credo.. Nem me deixa terminar? Esse hotel aqui é vivo, eu sou parte dele, pode me chamar de "Filho do Hotel". —Ele limpa a garganta —Bem, o ponto é: quero fazer um acordo com você, um acordo que os últimos herdeiros nunca aceitaram pois eram burros de mais.
      —E que tipo de acordo seria esse? Não tente nenhuma brincadeira comigo.
      —Existe uma entidade chamada caos, e existe um culto que ama esta entidade. Bem, basicamente esse hotel é uma parte desse caos, assim como eu e bem.. nós precisamos de um líder geral para esse "culto" que os fanáticos criaram, precisamos de alguém que traga cada vez mais pessoas para o caos e alimentem ele.
      —E o que eu ganho com isto?
      —Ahaha! O que você ganha com isso? Você vai ganhar pessoas que a veneram, te respeitam, te temem. Além de ter juventude eterna e vida eterna. Mas tenho um aviso, você vai ter que sujar muito mais suas mãos do que você já sujou ao matar Palace Hross.
      —Estou disposta a sujar minhas mãos, eu não ligo mesmo para reputação. Desde que eu realmente ganhe todas essas coisas que me diz, irei ajudar você a alimentar esse tal culto estúpido e ser líder.
       —Hehe. Ótima escolha, você é mais esperta que os outros. —O Filho estende sua mão para Majorine e eles fecham o acordo com um aperto.
     Desde que o acordo foi feito, Majorine começou a liderar o culto do caos, o hotel se tornou um dos maiores centros de tráfico de carne humana, já que sua obrigação era alimentar o coração do hotel, que se alimentava apenas de carne humana. Assim Majorine contratou um açougueiro que foi recomendado pelo Filho do Hotel, já que ele deveria saber sobre o esquema e o tipo de carne que recebiam no hotel.
     Todos os funcionários novos viviam vidas miseráveis, Majorine tratava seus empregados como se fossem nada até mesmo o Açougueiro era tratado de forma miserável, ela achava que botar medo neles, faria eles a respeitarem, e de certa forma ela estava certa.
      Wallace se preocupava com a sua irmãzinha, ela era tudo para ele, e saber que ela estava com sua mãe, alguém extremamente perigoso, o aterrorizada. Ele sabia que algo não estava certo naquele lugar, sempre que ele tinha a oportunidade de sair para trabalhar no hotel, ele observava aos seus redores, observava os funcionários e sons que estavam por lá. Ele sabia que devia fazer algo sobre sua mãe e as coisas que ela fazia, mas ao mesmo tempo tudo que ele podia fazer era sentir pavor.