Jeongguk foi desafiado andar pela rua do medo por seus colegas, soaria bobo para aqueles que não e nunca moraram naquele pequeno bairro em busan, mas para aqueles que lá já viviam há bons anos as crianças estavam doidas. Ele ouvia muito dos adultos sobre aquele atalho quase nunca usado, tinha medo sim, mesmo tendo passado por ali pouquíssimas vezes e dessas pouquíssimas vezes em nenhuma delas estava sozinho.
Bom, dessa vez também não estaria sozinho, outros dois garotos tinham pegado o mesmo desafio e decidiram que iriam todos juntos a fim de amenizar a sensação medonha.
E ali estavam, os três bem agasalhados por conta do frio que costumava fazer de noite, montados em suas bicicletas e tremendo de medo a cada pedalada.
— Estamos quase passando em frente à casa do morto. — Jonghyun falou, quebrando o silêncio entre ele e as outras crianças. Ele não parecia com medo, talvez fosse porque só estavam no começo da rua ainda ou porque ele realmente fosse uma criança ruim, afinal ele passava dos limites quando decidia mexer com os mais novos na escola. Jeongguk sabia, não concordava com as "brincadeiras" e também não tinha medo dele, apesar de ser mais novo e uma provável vítima.
— Credo, não fala assim. — Soobin murmurou se encolhendo ainda mais na bicicleta. Ali estava outra criança nova que nunca fora alvo das brincadeiras maldosas de Jonghyun — e talvez nunca fosse, afinal Soobin é seu primo. Jeongguk pensava que se um dia ele aprontasse com o próprio primo, seria mais que uma prova de que ele era alguém de coração ruim. — Aquilo foi assassinato. Não devemos tratar o assunto dessa forma desrespeitosa.
Jonghyun lançou um olhar feio para o primo que se encolheu ainda mais se possível sem que o Jeon percebesse, em seguida se aproximando do terceiro citado com aquele seu sorriso nada amigável.
— Ei, Jeon.
Jeongguk só fez olhar para o mais velho esperando ele continuar, Jonghyun estava perto demais e isso não era necessário para que o outro ouvisse algumas palavras.
— O que acha que aconteceu com ele? Tipo, o cara matou o filho e a esposa e sumiu da face da terra. Até hoje nenhum vestígio dele. — ele falava todo empolgado, como se aquele assunto fosse o melhor para se conversar naquele momento. Jeongguk engoliu em seco. — Até mesmo o cachorro da família ele matou. Bizarro.
— Talvez ele... — sentiu um arrepio cruzar sua coluna ao decidir pensar um pouco somente para dar uma resposta que fizesse sentido, a fim de deixar Jonghyun tão satisfeito que ele não voltaria a tocar no assunto. Não, não deveria estar pensando em mortos quando estava prestes a passar em frente a uma casa onde duas pessoas foram encontradas sem vida. — ... tenha saído do país. Quantas pessoas em dívida com a polícia não saem do país e nunca mais são encontradas?
— Hm... Você tem um ponto, dentuço. — ele parecia convencido e prestes a se afastar, mas o objetivo mesmo era alcançar o pneu traseiro da bicicleta do Jeon, que não percebeu.
Soobin estava atrás, viu tudo acontecer, mas sua única reação foi tirar as mãozinhas do guidão da bicicleta e cobrir a boca, sem acreditar no que o primo estava prestes a fazer bem na sua frente. Foi questão de segundos até ver Jeongguk no chão, acidentado por ter seu pneu furado. Ele não estava sangrando e nem chorava de dor, só parecia estar caindo na real naquele momento. Os olhos arregalados enquanto tirava a bicicleta de cima de si.
Soobin notou também a risada alta de Jonghyun, na verdade era impossível não notar, ele ria de um jeito tão... maléfico enquanto pedalava em círculos perto do Jeon, que o Choi começou a chorar de medo.
Ali ventava tão forte, mas Jeongguk só notou quando começou a chorar também, não como Soobin que parecia um bebê no momento, nunca foi de chorar alto até onde se lembrava. Seu choro era silencioso e cabeça baixa para ninguém notar.
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rua do medo
FanfictionUma noite, um desafio, e então... tudo ficou tão estranho. Jeongguk se perguntava se no fim valeria a pena ter descoberto tudo aquilo.