De volta ao Upper East Side

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"Ain galera do Upper East side, está frio lá fora. E com fevereiro chegando, temos que achar um jeito de evitar congelar. Alguns se aquecem a maneira antiga, Alguns procuram consolo nas pessoas amadas, e outros tentam disfarçar a tristeza pintando um quadro bem colorido... Mas com certeza a volta da Little J vai esquentar um pouquinho as coisas. Espero que ela não tenha amolecido depois de um tempo longe de toda essa agitação de Manrattan."
XOXO, Gossipgirl💋

- Cheguei!! - a voz de Jenny ecoa por todo o apartamento assim que as portas do elevador de abrem.
- Jenny! - Lili caminha até ela com os braços abertos lhe dando um abraço caloroso e receptivo.

- Como eu senti sua falta.
- Imagino, sem mim aqui não tem ninguém pra brigar com o Eric e agitar as coisas - respondo brincando.
- Oi Jenny - Dan me dá um beijo na bochecha e um breve abraço. - Eu fico muito feliz em saber que você está de volta, mas agora eu preciso ir.
-Como assim? Eu acabei de chegar! - brigo indignada com o fato dele não parecer estar nem um pouco contente em me ver.
Não que eu imaginasse uma recepção de boas vindas já que dá última vez que estive aqui fiz uma bagunça na vida de todos eles. Mas ele era meu irmão poderia fazer um esforço para tentar me entender.
- É que... olha só, o meu estagio na W começa hoje e se eu ficar mais um pouquinho eu vou acabar me atrasando. - diz pegando sua bolsa e a colocando no ombro. É tão estranho ver ele com essa bolsa, no Nate até fica bonitinho, mas no meu irmão fica parecendo um nerd. Não que ele não seja.
- tá bom, tchau! - deixo minhas coisas em cima da bancada e acompanho a agitação matinal na casa dos... nem sei como dizer, aqui cada um tem um sobrenome.

Erick estava na escola então só ficamos meu pai, Lili e eu.

-Pelo visto o senhor ainda está com raiva de mim. - digo em um tom de voz alto para que ele me escute.
- Não estou com raiva, mas ainda estou chateado sim. Você foi de venda de drogas até a overdose da Serena.
- Pai quantas vezes eu vou ter que falar eu não tive nada a ver com o que ouve com a Serena? Foi tudo ideia da Juliett.
- E eu devia acreditar? Porque agora você está falando a verdade. - Debate debochado.
-Olha só, vamos parar de brigar. - Lili intervêm para que possamos parar a discussão. - Fizemos um café da manhã de boas vindas para você Jenny.
- Obrigada Lili, você é muito gentil, mas eu perdi a fome.
- Pelo menos um dos nossos filhos ainda gosta de mim. - ouço Lili dizer para meu pai que resmunga algo de volta.

Caminho em direção ao meu quarto e encontro com Jonathan no caminho. Não sabia que ele e Eric haviam voltado, já que a minha relação com ele não está a das melhores. Aceno com a cabeça em cumprimento. Não gosto muito do Jonathan já que a maioria das minhas brigas com o Eric no ano passado foi por culpa dele, espero que eles não voltem, Elliot sempre foi um namorado melhor, fiquei triste ao descobrir do termino. Mas agora que estou de volta vou ajudar meu irmão a conseguir alguem bem melhor. Nada de Jonathan.
Fico no topo da escada e consigo ouvir um pouco da conversa dele com a Lili.
- Ele tem ficado na casa do Elliot desde que voltaram de Gstaad. - silêncio! - O que foi?
- Elliot terminou com o eric no fim do ano. Todos comentavam isso no primeiro dia de aula.
- Mas o Eric dormiu na casa dele ontem!

Me tranco no quarto pensando onde o Eric poderia ter dormido. Será que ficou no Lofft com o Dan? Não o Dan é careta demais para guarda um segredo. Penso por mais um tempo, já que ele não tem muitos amigos a lista é bem curta. Ele provavelmente está com os meninos. Pego o celular e vago pela lista telefônica pensando se ligo ou não para o Nate.
Essa seria uma boa oportunidade para me desculpar e dizer que fui uma completa idiota por ter me intrometido no relacionamento dele com a Serena. E de ter feito ele e o Dan de trouxa naquela festa.
Talvez essa seja a minha chance de me desculpar e dizer que fui uma idiota por tentar atrapalhar o relacionamento dele com a Serena. Eu nem precisava ter me intrometido estava na cara que não iria durar, mas eu acabo sendo sempre impulsiva e agindo pelo que estou sentindo no momento.
Eu gostei do Nate de verdade, ele estava ali para mim quando eu mais precisei, ele cuidou de mim e eu só consegui estragar tudo.
Ligo para ele decidida a me humilhar pelo seu perdão, coisa que eu não estou acostumada a fazer. Mas queria uma segunda chance para a nossa amizade. Então estou decidida a fazer de tudo para conseguir de volta o Nate e o Eric. Como o celular de Nate só da caixa postal pego minha bolsa na intenção de ir até o Palace, mas me lembro de que ele provavelmente está em aula. - ótimo, irei na Columbia.
Desço as escadas apressadamente me encontrando com Lili, Eric e Jonathan conversando na sala.
- Eric, você chegou! Estava indo atrás de você! - digo sorridente e indo em sua direção para lhe dar um abraço. Ele se afasta recusando.
- Muito obrigada, mas eu não preciso de babá.- Responde secamente.
- Não quero ser sua babá, só quero ser sua amiga. - Falo calmamente para que ele entenda que as minhas intenções são boas.
Vejo Lili se retirar, ligeiramente da sala para que possamos resolver nossos problemas sozinhos, ela sempre fala para o meu pai que não se interfere nessas pequenas brigas, porque é através delas que amadurecemos e ficamos mais fortes. Porém com o meu pai é diferente ele sempre se mete e acaba tomando as dores de quem ele considera o mais fraco.
- Corta essa Jenny todo mundo sabe que você nunca foi uma boa amiga. - Jonathan cospe rudemente com um certo deboche.
- E quando foi que a conversa chegou em você?
- Não fala assim com ele jenny! - aumenta o tom de voz. - Tudo o que ele disse é verdade, vai embora. Ninguém te quer aqui. - Aponta com o braço em direção a saída.
Balanço a cabeça positivamente entendendo que ele não me quer por perto, então tentaria uma outra abordagem com ele, mas não vou insistir muito, se ele não me quiser como amiga tudo bem. O próximo a me desculpar e o Nate. Talvez com ele seja mais complicado.
Chamo um taxi até a Columbia, vou ensaiando meu discurso de desculpas por todo o caminho. Chegando lá fico encantada com o campus, é tudo tão lindo e grande. Ficaria muito feliz de um dia poder estudar aqui, mas entrar na Columbia University não é uma tarefa fácil. Entretanto, o esforço vale a pena. Ela ostenta em seu hall da fama personalidades como os ex-presidentes Theodore Roosevelt e Barack Obama, os escritores J. D. Salinger (O Apanhador no Campo de Centeio) e Isaac Asimov (Admirável Mundo Novo; Fundação). A maioria das pessoas pensam que eu sou a Humphrey que deu errado, a que não pensa e só liga para a moda. - Ou em como invadir lugares para aparecer. Mas a verdade é que eu finalmente aceitei o meu lugar e entendi que se você não tem nome, dinheiro ou prestígio as coisas são bem mais difíceis. Não que seja impossível, mas quando se tem um inimigo com todos esses requisitos e você não tem nenhuma arma para lutar, ou um escudo para se defender fica ainda pior. Por isso quis largar a Constance Billard, não queria mais brigar por status ou sei lá pelo que eu tanto brigava. Queria uma vida nova e sem brigas, me desgastei por tanto tempo querendo ser igual a eles. Hoje finalmente entendi qual era o preço alto que eu pagaria por tentar estar sempre no topo, a Blair sempre avisou, mas eu precisei perder a todos para perceber que não valia a pena. Aqui é vazio.

Sou tirada dos meus pensamentos quando uma mão alcança meus ombros me fazendo sobressaltar pelo susto. Viro para trás dando de cara com ninguém menos do que Nathaniel Archibald. Ele me encara sério, com um olhar duro e impetuoso. Foram poucas as vezes que vi esse olhar em seu rosto, já que ele é sempre tão gentil e bondoso. Pelo menos sempre foi assim comigo.
Um frio percorre minha espinha fazendo com que eu sinta um imenso arrependimento de ter vindo até aqui.
- O que você está fazendo aqui? Blair não vai gostar de saber que a primeira coisa que você fez depois de chegar foi vir até a Columbia. - Murmurou Nate - A não ser que você já tenha um super plano para humilhar mais alguém. Cuidado para não ser exilada outra vez.

Nate estava com raiva de tudo o que aconteceu naquela festa, pois acreditava fortemente que Serena o escolheria se não tivessem ocorrido todas aquelas turbulências, pelo caminho. Ele não acreditava que Serena escolheria Dan após toda a história deles, até mesmo porque ela disse que aquele beijo não significou nada, e que a noite em que ela dormiu na casa de Dan não houve mais nada.
- Vim ver você. - Respondi com mansidão.
- Bom, você já viu. Agora pode ir embora. - Rebateu indiferente.
- Nate eu estou tentando me desculpar! - soltei apressadamente com os olhos transbordando.
- Não precisa se desculpar Jenny. E não adianta tentar insistir, você me tinha e fez questão de estragar tudo. Pensei que você também me considerasse seu amigo.
Desde o lance que tivemos no ano passado não o via mais como amigo. O que foi um grande erro. Sempre imaginei o que poderia ter acontecido se ele tivesse me escolhido no lugar da Vanessa, mas isso é uma coisa que jamais irei descobrir. Está tudo acabado e por mais que ele me perdoe um dia nunca voltaremos a ser como antes.
Todo o discurso de perdão que eu ensaiei foi por água abaixo assim que o vi na minha frente.
- Me desculpa! - disse segurando o choro. Essas malditas lagrimas insistem em me acompanhar sempre, mais não consigo evitar. - Eu imagino que você me odeie agora, acredite eu também. Você sempre foi correto comigo e sempre esteve ali quando eu precisava. Me sinto tão mal por não ter correspondido à altura. Perdão! Se você aceitar minhas desculpas, prometo agir de um modo completamente diferente daqui para frente.
- Você realmente precisa mudar daqui para a frente, mas não por mim e sim por você mesma. Sempre consegui ver a garota incrível que você era, mesmo quando todos desacreditavam. E sabe o que você fez? Deu razão a eles. - Se vira caminhando lentamente dando a entender que queria que eu o acompanhasse.
- Eu sei que errei feio com você, e agora o que eu mais quero é pedir desculpas, sei que palavras não apagam nada do que eu fiz, mas tudo que posso fazer agora e pedir. Me perdoa? - ele não diz mais nada. Paro na sua frente o pressionando por uma resposta. Ele para pôr uns dez segundos me encara e dá a volta por mim dando a nossa conversa por encerrada.
Fico parada em meio ao campus vendo-o se afastar cada vez mais. Sentindo as lagrimas que eu tanto segurei escorrer por todo o meu rosto repetidas vezes como se tivesse um estoque infinito delas.
Ouço as palavras de Eric e Jonathan ecoarem na minha cabeça, "Ninguém te quer aqui!", "Você nunca foi uma boa amiga." Talvez eu não devesse ter voltado. Como eu poderia achar que eles me perdoariam por algo que aconteceu com a Serena? Se nem o meu pai me perdoou como eles poderiam. Mas uma vez eu perdi tudo.
Descido ir caminhado até o Brooklyn, a distância é bem grande, mas preciso de um tempo sozinha com os meus pensamentos para entender melhor o que estou sentindo e como vou lidar com tudo isso sem deixar transbordar para não atingir ninguém.

O loft continua o mesmo, só que um pouco mais bagunçado que o normal. Vou em direção ao meu antigo quarto. Vazio. É o mesmo que sinto ao olhar como tudo ficou.
Meu celular apita na bolsa me tirando dessa tristeza repentina que senti ao chegar aqui, e dá sensação de pertencimento, de finalmente sentir que estou em casa.

Fresh Start ♡ little  JOnde histórias criam vida. Descubra agora