•Prólogo•

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Prólogo – S/n

Enquanto olhava pela janela do quarto, S/n se perguntava se o Pastor Harris já estava na igreja. Ela presumiu que sim, e enquanto observava o quebrar das ondas na praia, ela se
perguntou se ele ainda era capaz de notar o jogo de luzes produzido pelo vitral acima dele. Talvez não — afinal, a janela fora instalada há mais de um mês e ele provavelmente estaria muito ocupado para reparar. Ainda assim, ela esperava que alguém novo na cidade tivesse tropeçado para dentro da igreja essa manhã e vivenciado a mesma sensação de deslumbramento que ela vivenciou na primeira vez que viu a luz inundar a igreja naquele dia frio de Dezembro. E ela esperava que o visitante tivesse dedicado algum tempo para considerar sua origem e admirar sua beleza.

Ela estava acordada havia uma hora, mas não estava preparada para enfrentar o dia. As festividades pareciam diferentes naquele ano. Ontem, ela levou seu irmão mais novo, Jonah, para um passei na praia. Aqui e ali, árvores de Natal se encontravam nos deques das casas por onde passaram. Nessa época do ano, eles tinham praticamente a praia toda para eles mesmos, mas Jonah não demonstrou interesse nas ondas ou nas gaivotas que o haviam fascinado há alguns meses atrás. Em vez disso, ele queria ir para a oficina e ela o levava, ainda que ele ficasse apenas alguns minutos antes de ir embora sem dizer uma única  palavra.

Na cabeceira da cama havia uma série de fotos do seu quarto na casa de praia, junto com outros itens que ela havia coletado essa manhã. Em silêncio, ela as estudou até que fora
interrompida por uma batida na porta. Sua mãe espreitou sua cabeça para dentro do quarto.

―Você quer café da manhã? Eu encontrei alguns cereais no armário da cozinha.

―Não estou com fome, Mãe.

―Você precisa comer, querida.

S/n continuava olhando para a pilha de fotos, vendo nada em especial. ―Eu estava errada, Mãe. E não sei o que fazer agora.

―Você se refere ao seu pai?

―Me refiro a tudo.

―Quer falar sobre isso?‖
Quando S/n não respondeu, sua mãe atravessou o quarto e se sentou do lado dela.

―Alguma vezes ajuda se você botar pra fora. Você tem estado tão quieta nesses últimos
dias.‖

Por um instante, S/n sentiu uma onda de memórias inundá-la: o incêndio e a subsequente reconstrução da igreja, o vitral, a música que ela finalmente terminou. Ela pensou em Sadie e Theo e Marcus. Ela pensou em Aidan. Ela tinha dezoito anos e se recordava do verão em que fora traída, o verão em que fora presa, o verão em que se apaixonou. Não tinha sido há muito tempo atrás, e ainda assim, ela se sentia uma pessoa
completamente diferente daquela época.

S/n suspirou. ―E o Jonah?‖

―Não está aqui. Brian o levou na loja de sapatos. Ele é como um filhotinho. Seu pé está crescendo mais rápido que o resto do seu corpo.

S/n sorriu, mas seu sorriso desapareceu com a mesma rapidez que havia aparecido. No
silêncio que se seguiu ela sentiu sua mãe recolher seu longo cabelo e o torcer em um solto
rabo-de-cavalo em suas costas. Sua mãe fazia isso desde que
S/n era uma garotinha. Por mais estranho que fosse, ela ainda achava aquilo reconfortante. Não que ela algum dia admitiria isso, é claro.

―Vou te dizer o seguinte,‖ sua mãe continuou. Ela caminhou até o armário e colocou a mala em cima da cama. ―Por que você não me conta enquanto fazemos a mala?‖

―Eu nem ao menos saberia por onde começar.‖

―Que tal pelo começo? Jonah mencionou algo sobre tartarugas?‖

S/n cruzou seus braços, sabendo que a história não havia começado ali. ―Na verdade não,"ela disse. ―Mesmo que eu não estivesse lá quando aconteceu, eu acho que o verão
realmente começou com o incêndio."

―Que incêndio?

Ronnie alcançou a pilha de fotografias na cabeceira da cama e gentilmente removeu um esfarrapado artigo de jornal que se encontrava entre duas fotos. Ela entregou o amarelado papel para sua mãe.

―Esse incêndio," ela disse. ―O da igreja.‖

Suspeita de Fogos de Artifício Ilegais na Igreja Blaze - Pastor Ferido Wrightsville Beach, CN — Um incêndio destruiu a histórica Primeira Igreja Batista no Ano Novo, e investigadores suspeitam de fogos de artifício ilegais.
Os bombeiros foram chamados através de uma ligação anônima para a igreja perto da praia logo depois da meia noite e encontraram chamas e fumaça vindas da parte de trás da
estrutura, disse Tim Ryan, chefe do Departamento de Bombeiros de Wrightsville. Os restos de um foguete de artifício fora encontrado na área do incêndio. O Pastor Charlie Harris estava dentro da igreja quando o incêndio começou e sofreu
queimaduras de segundo grau nos braços e mãos. Ele fora transportado para o Hospital Regional de New Hanover e se encontra na UTI. Esse foi o segundo incêndio em igrejas nos últimos meses em New Hanover County. Em Novembro, a Igreja Tratado da Boa Esperança em Wilmington fora completamente
destruída. ―Os investigadores ainda estão tratando isto como suspeito, e como um caso de incêndio premeditado em potencial nesse momento."Ryan observou.

Testemunhas reportam que menos de vinte minutos antes do incêndio, foguetes de artifício foram vistos sendo lançados na praia encontrada atrás da igreja, como numa celebração de
Ano Novo. ―Foguetes de artifício são ilegais na Carolina do Norte e são especialmente perigosos, considerando a recente condição de seca," preveniu Ryan. ―Esses incêndio mostra o porquê. Um homem está no hospital e a igreja está completamente destruída."Quando sua mãe acabou de ler, ela olhou para cima, encontrando os olhos de Ronnie.
Ronnie hesitou; então, com um suspiro, começou a contar a história que ainda parecia sem

Quando sua mãe acabou de ler, ela olhou para cima, encontrando os olhos de s/n. S/n hesitou; então, com um suspiro, começou a contar a história que ainda parecia sem sentido para ela, mesmo com o benefício da retrospectiva.

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Contínua..

Eu sei que vocês aguardaram por muito tempo, mais aqui estáo prólogo da história eu espero que tenham gostado

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Eu sei que vocês aguardaram por muito tempo, mais aqui está
o prólogo da história eu espero que tenham gostado.

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