02. Paciência

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O sorriso e a euforia de Baekhyun morrem aos poucos. O garoto engoliu em seco, piscando várias vezes antes de olhar para Sehun, seu olhar era quase de dor.

Sehun respirou fundo e bagunçou seus cabelos.

— Desculpa não ter dito antes, mas o Chanyeol está morando com a gente. O apartamento é grande, tem três quartos. O do fundo é o dele, o do meio será o seu e o primeiro é o nosso. Espero que tudo bem...

Baekhyun não conseguiu responder, também não conseguiu esboçar nenhuma reação. Sentia choques passando através de seu corpo, seu coração acelerado fazendo aquela dor e vergonha se alastrarem por ele. E faria o que agora? Já havia ido até ali, não tinha como voltar. Não tinha outro lugar para ir. Talvez fosse o momento para superar.

— Uhum. — respondeu, balançando a cabeça várias vezes, tentando curvar os lábios em um sorriso o tanto que conseguiu, escondendo a sua vontade de chorar e as lágrimas que estavam a ponto de escorrer.

— Ajude ele com as malas, Sehun. Eu vou voltar para a cozinha. — Kyungsoo sorriu e viu o namorado seguindo com o Byun pelo corredor — Não trate ele assim, ele não é mais uma criança. — disse a Chanyeol, batendo nele com o pano de prato antes de seguir para a cozinha.

— Esse é o seu quarto. Vai se ajeitando, te chamo quando o almoço estiver pronto. — disse Sehun, mostrando um sorriso solidário ao amigo e saindo do quarto, fechando a porta.

Baekhyun sentou na cama, sentindo sua garganta doer com o nó que havia se formado. Queria muito chorar e nem sabia o porquê de seus sentimentos terem se aflorado daquela forma, mas quanto mais tentava prender as lágrimas, mais seu corpo tentava as expulsar. 

Respirou fundo e procurou em sua bagagem de mão com seus objetos pessoais, tirando de lá documentos, celular e sua carteira de cigarros. Abriu a janela de seu quarto e debruçou-se sobre ela, ficando com a parte superior do corpo para a rua quando acendeu o cigarro, tragando de forma nervosa, balançando o próprio corpo para tentar livrar-se daquela sensação de que choques passavam através de sua pele.

— O almoço está pronto. — disse Chanyeol, entrando no quarto e arqueando a sobrancelha ao perceber que apenas a bunda e as pernas de Baekhyun estavam dentro do cômodo e o restante estava para o lado de fora do prédio, de uma forma que não conseguia ver o seu rosto.

— Tá, obrigado. Mas eu comi no aeroporto. — respondeu, acendendo outro cigarro apenas para não ter que sair da janela e dar satisfações sobre seu choro.

— Você fuma? Sempre ouvi que você detestava essas coisas.

— Detesto estudar também, mas estou na faculdade. — deu de ombros, mexendo a perna de forma mais nervosa e isso logo foi notado pelo mais velho.

— Pirralho-

— Eu tenho nome, Chanyeol. — respondeu de forma fria.

— Vem almoçar.

— Eu estou bem, vá você, já deve estar esfriando. — respondeu, sua voz em um tom grave e distante por estar do lado de fora do prédio.

O Park não questionou, Kyungsoo estava certo, Baekhyun não era mais uma criança. Bufou e fechou a porta, indo para a cozinha.

— E o Baekhyun? — perguntou Kyungsoo, colocando a comida na mesa.

— Ele não quis vir, disse que comeu no aeroporto. — respondeu irritado, sentando-se à mesa.

Sehun apenas olhou para o namorado e crispou os lábios, temiam que isso acontecesse.

— Sabia que aquele imbecil fuma? — Chanyeol quebrou o silêncio, ainda mais irritado.

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