Eu não podia acreditar no que estava acontecendo! Eu precisava ir pra casa, mamãe com certeza estava preocupada!
Sou quase que arrastada pela ruas até os portões do palácio. As pessoas que passavam, assistiam sem fazer nada. Meus olhos começavam a ficar marejados.- Por favor, me soltem... Eu preciso ir para casa. Por favor... - Tento me soltar, mas é inútil. - Isso é tão injusto! Eu não fiz nada, fui vítima daqueles ladroes, não podem me prender! - protesto em vão.
Assim que adentramos, observo o tamanho daquele lugar. Era a primeira vez que eu entrava ali. Era enorme! Depois dos portões, dava-se de frente para um imenso jardim que, na primavera, com certeza ficava magnífico.
E, à nossa frente, o palácio. Julgo ser quase que do tamanho da vila. Nunca tinha visto algo tão majestoso.Então volto-me à realidade e vejo que ainda estão me arrastando para as portas do castelo. Começo a caminhar com dificuldade, sentindo uma dor tremenda no tornozelo.
- Para onde estão me levando? - pergunto.
- Para o Príncipe, ele julgará o que fazer com você, ladrazinha.
- Calma! Devagar! Por favor - a dor aumentava ainda mais, mas eles pareciam não me ouvir.
Os guardas me levam até uma porta enorme que se abre com a nossa presença.
Aquele lugar era ainda mais frio. Não tinha a claridade do sol para esquentar.
Adentramos o palácio e sou quase que jogada diante do trono, mas não havia ninguém ali. Um deles vai até uma outra porta conversar com um outro guarda e depois de alguns minutos, ele volta.- Vamos levá-la para a prisão. O príncipe a julgará mais tarde.
- Prisão? Não pode ser! Justiça! Eu exijo justiça! - esbravejo, tentando me soltar daquelas mãos enormes, mas é em vão.
De repente, meus olhos se encontram com outros olhos conhecidos. Serena me encarou com espanto e sem saber o que estava acontecendo. Ela usava uniforme de cozinha bege e uma touca na cabeça e carregava uma bandeja com alguns talheres e pratos.
- Ei, ei!!! - ela grita para os guardas. - O que estão fazendo com essa moça? - ela se aproxima.
- Dê o fora, criada! Isso não é da sua conta. - ela para e me olha com pena. Ela diz algo como "Vou te ajudar", consigo ler pouco seus lábios.
Então é aberta uma porta a nossa direita que dava de frente a um longo corredor. Descendo as escadas, dava de frente à várias celas cheias de poeira.
Alguns prisioneiros olhavam e soltavam risadas. Todos em péssimas condições.- Olá, gracinha. - um deles diz através das grades, fazendo meu estômago revirar.
- Coloque ela aqui conosco, guarda! Cuidaremos dela. - outro diz com uma risada maléfica. Sinto um arrepio descer pela minha espinha.
Os guardas passam direto e me jogam para dentro da última cela do corredor. Sozinha e longe dos outros prisioneiros. Menos mal, penso.
- O príncipe te julgará mais tarde, ladrazinha. - ele diz, soltando uma risada asquerosa.
Não podia acreditar no que estava havendo... Me meti em uma grande confusão! Minha esperança era que Atlas tivesse chegado em casa e que meu irmão viesse a minha procura, mas também seria em vão. Eu precisava provar minha inocência ou corria o risco de ser julgada e culpada por algo que não fiz.
Mamãe deveria estar morrendo de preocupação. Eu deveria protegê-la. Protegê-los. Mas ao invés disso, estava nesta cela.
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Reinado de Espinhos
Исторические романыO reino de Nervídea está sendo assolado pela guerra. A jovem camponesa Emilly tem seu irmão gêmeo convocado para a guerra e isso faz com que ela aumente ainda mais seu ódio pela realeza do país. O que ela não contava, é que teria que lidar com o prí...