Lentamente deixei o cemitério com o coração um pouco mais leve. Talvez falar sobre os problemas realmente ajudasse. Eu descobriria isso em pouco tempo. Contar para a Marilia sobre a conversa com Saimon. De uma forma pertubadora eu não queria que ela me odiasse, coisa que certamente acontecia se ela tivesse sua preciosa carreira arruinada por minha culpa. Eu a conhecia pouco, mas estava ciente de quanto valorizava seu trabalho. Ela não havia se casado comigo para conseguir uma promoção.
Eu não estava longe de casa. ( da casa da Marilia quero dizer) então decidi caminhar até lá. Tanto o ônibus quanto metrô estariam lotados. Eu não estava no clima de ser amassada e ficar rodeada de gente ouvindo funk no último volume. Foram duas horas de caminhada, o que eu achei bom. Tive tempo para pensar em como iniciar a conversa com a Marilia.
Durante o percurso, a noite deu as caras e me abraçou, acolhedora.
Logo entrei em casa, Marilia surgiu da cozinha com um pano de prato no ombro. Os dois primeiros botões da camisa estavam abertos mostrando um pouco do seu sutiã preto, e as mangas dobradas.
- Maiara! - Ela suspirou. - Você não atendeu o celular, fiquei preocupada.
- Você está cozinhando? O cheiro está fantástico!
- Estou. E temos visitas. - Ela disse apressada enquanto analisava meu rosto. Provavelmente eu não estava lá muito atraente, com os olhos inchados pelo choro e os cabelos bagunçando pelo vento. - Você está bem?
Não!
- Visitas....? - Era tudo que eu precisava nesse momento.
Ela sorriu, um sorriso intimo, um arrepio subiu por minha coluna. Eu tinha que pedir para a Marilia parar de fazer aquilo. Meus nervosa já estavam em frangalhos.
- Meus pais e meu irmão estão aqui. - Ela sussurrou, então pegou minha mão e retirou minha aliança, a guardando no bolso da sua calça jeans. Notei que a dela não estava em seu dedo. - Te devolvo depois. Quero te apresentar para eles e acho que ainda não devemos contar que nós casamos, vem. - E começou a me puxar para a sala.
- Mas eu preciso....
Não pude dizer mais nada, por que Marilia me arrastou até a sala, e de repente me deparei com três rostos sorridentes. Comecei a suar ao notar aqueles três pares de olhos me examinando atentamente. Tudo bem, Marilia e eu não éramos realmente um casal, mas sua família acreditava que sim e me estudava, me avaliando na expectativa de que eu fosse ( ou não) boa o bastante para ela.
A mãe é um pouco mais alta que eu e exibia o cabelo lisos que caiam na altura dos ombros. O pai era um pouco mai alto que a Marilia. Seu irmão era quase tão bonito quanto Marilia, porém muito mais jovem, talvez tivesse uns dezoito anos. Eu não fazia ideia de sua estatura, já que ele estava sentado em uma cadeira de rodas, embora não houvesse gesso ou ataduras em nenhuma parte do seu corpo.
- Essa é minha família. Minha mãe, meu pai e o João. - Anúncio Marilia, ainda segurando minha mão. Ela sorriu largamente, os olhos brilhavam de contentamento e prazer ao me apresentar para a família. - Essa é a minha Maiara.
Prendi a respiração, meu coração acelerou e derepente a sala começou a girar rápido demais. A sua Mariara?
A mãe dela sorriu, o pai estendeu a mão e o irmão assobiou. O pai riu, ainda apertando a mão. Marilia deu um peteleco no topo da cabeça do garoto.
- Aí! - Gemeu o João. - Ela é gata. O que você quer que eu diga?
- Quero que fique calado. - Então Marilia virou-se para mim com uma careta divertida no rosto.- Desculpa, Maiara, meu irmão bateu forte com a cabeça recentemente.
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Procura-se Uma Esposa
FanfictionMaiara sabe curtir a vida, já viajou o mundo é inconsequente, adora uma balada e é louca por sua avo, uma rica empresária, dona de um patrimônio incalculável é sua única família. Após a morte de sua vó, ela vê sua vida ruir com a abertura do testame...