ATTENZIONE PICKPOCKET! É quase como se meus neurônios tivessem sido roubados, mas na verdade é só o capitalismo roubando meu tempo em troca de uns trocados pra viver. Muita coisa aconteceu nesses meses, coisas boas, mas estou com pouquíssimo tempo livre. Apesar dos pesares eu estou com muita saudade de escrever, então tentei fazer alguma coisa diferente só pra ter certeza que eu ainda sei juntar sílabas.
Não prometo qualidade, prometo apenas um daqueles exercícios de escrita feitos com amor.
Espero que gostem.
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Quando a gota de inspiração cai sobre sua mente, o mínimo que uma escritora deve fazer é sentar-se em uma cadeira confortável e escrever. Mas as gotas são escassas e sinto que já esgotei todas as fontes de imaginação que possam desaguar sobre minha cabeça, então me sento em uma cadeira dura, no canto charmoso de uma cafeteria e torço para que as dicas de uma amiga tomem forma, fazendo da vida alheia a fonte mais pura e natural de inspiração que há de me abraçar.
Escrever, escrever sem rumo, sem grandes expectativas, apenas tirar o bloqueio e falta de palavras para explicar algo simples. Pam costuma dizer que devo focar na interação humana, apenas narrar o que acontece no mundo real, deixar os floreios de lado para que o ar da inspiração percorra o ambiente. Não acredito nela, mas momentos desesperados pedem medidas desesperadas, pelo menos é o que minha editora acha.
É meu décimo dia na cafeteria charmosa, o cheiro de café é abrasador, assim como o sorriso gentil da atendente de cabelos dourados. No crachá o nome Kara D. é exposto e me questiono todos os dias o porquê do D, já que nenhuma outra atendente se chama Kara. Ela decorou meu pedido e nosso diálogo é resumido em: "o de sempre?" e meu balançar de cabeça, seguido de um "obrigada".
Há um grande movimento na cafeteria charmosa no período da tarde, velhos rabugentos, executivos esnobes, jovens entusiasmados, mas uma mulher consegue tirar belos sorrisos da atendente loira. É por essa história que retorno e me sento na cadeira dura, no canto iluminado da cafeteria charmosa. Não, não estou me torturando, esse é apenas o retrato de uma escritora desesperada tentando a sorte para obter uma boa história.
Se me perguntarem seu nome, direi que não sei, e essa é a mais pura verdade, sendo assim, por hora, a chamarei de Red Velvet, porque é isso que vejo a bela atendente lhe entregando todos os dias em que presenciei aquela intrigante interação de tentativas e falhas. A morena de olhos verdes e uma beleza digna das musas de obras de arte, será minha fonte de inspiração, não apenas ela como também a loirinha alegre que fica atrás do balcão. Pam ficaria orgulhosa, tenho certeza, ela queria me tirar do buraco afinal.
Acredito profundamente que o apelido lhe caia bem, pois sua pele branca fica avermelhada quando a de cabelos dourados se aproxima. Seus diálogos são sempre muito semelhantes, já que Red tem o costume de ler enquanto toma seu café com bolo, e Kara tenta fervorosamente puxar assunto sobre o título. Admito que não sou muito fã dos clássicos, mas Red parece estar se deliciando com as obras tolas de Shakespeare.
No dia cinco, notei uma movimentação atrás do balcão, o chefe de Kara D. depositou um leve tapa nas costas da loira assim que Red entrou no recinto. Isso me alegrou instantaneamente, talvez, meu conto pudesse ter uma reviravolta e uma história deveras romântica pudesse ter início, mas a mornidão da interação que se seguiu jogou-me um balde de água fria, tomada de zero inspiração.
Porém, deposito minhas fichas no hoje, dia dez de minha empreitada, dia que algo mudou. Red não está sozinha, ela desfila pelo chão de taco com seu andar tímido, acompanhada de uma mulher que grita palavras em espanhol, deixando a outra ainda mais envergonhada do que de costume. Ela não senta no lugar de sempre, dessa vez caminha para longe do balcão, o que leva tristeza aos olhos de Kara, é o que consigo notar estando sentada aqui no canto charmoso. Por sorte, as duas mulheres, que deduzo serem amigas, escolhem um lugar ao meu lado. Rezo para que os deuses da escrita estejam ao meu favor e me entreguem como presente uma conversa regada de detalhes.
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Inspiração - Oneshot Supercorp
FanfictionSentada em uma cadeira dura, enquanto as palavras tentam sair da minha cabeça. ATENÇÃO: - Kara não é a Supergirl; - Créditos do desenho que está na capa a quem corresponda; - Data da postagem: 23/08/2023.