Olive
A propósito do que o Max falou comigo à pouco, as aulas que tive hoje foram sempre acompanhadas de avisos para a comitiva de segunda. Este é um evento que acontece todos os anos no 12º ano, visitamos determinadas universidades ao longo dos períodos (na próxima semana será então Yale), a parte que menos gosto mesmo é que a escolha dos quartos, mais precisamente dos parceiros de quarto, uma vez que é efetuada a partir da lista alfabética da turma. O que (segundo os meus cálculos) me colocará no mesmo espaço que precisamente o Max.
Depois das aulas e de ir com a Gwen lanchar ao parque da cidade, voltei para casa pois daqui a minutos teria explicações a dar ao meu querido vizinho. Chegou meia hora atrasado.
- Porquê este atrasado? Ficaste a jogar FIFA com os teus amigos e só vieste quando te apeteceu?
- Se já sabes pra que é que perguntas? - entra pela minha sala a dentro, eu só reviro os olhos. - Boa tarde Sr. Anderson. - declara com o seu típico "cumprimento militar".
Passado um pouco estávamos sentados numa mesa da sala a tentar explicar-lhe alguma coisa, mas claramente ele estava mais interessado no jogo de futebol que o meu pai acompanhava na televisão à nossa frente. Dou-lhe uma cotovelada.
- Importaste de prestar alguma atenção ao que eu te 'tou a dizer?
- Eu 'tou a prestar atenção. - sendo que ele voltou a concentrar-se no ecrã da sala, desta vez pego na minha mão pegando-lhe no seu rosto e direciono-o para mim.
- À televisão, isso sim. Pega nas tuas cenas e anda pro meu quarto. - ao contrário do que julguei que acontecesse ele não se opôs.
- Sempre um prazer vê-lo. - sorri levemente ao meu pai que também se despede dele.
- Não quero nada desses "afetos" em público, ainda pensam que namoramos.
- É esse o objetivo.
- Tá, mas os meus pais não precisam de pensar isso também.
- Pelo menos ficam a gostar de mim como um SIMPLES vizinho. - a última parte prendeu-me por segundos a respiração.
- Preferia que nem meu vizinho fosses.
- Sim claro. - paro a meio do corredor ofendida pela sua declaração.
- Ouve lá tu deves te achar muito coisa.
- Ui 'tás irritada. - responde-me provocador aproximando-se.
- Para de me encostar à parede.
- Não te encostei tu é que te afastaste quando me aproximei.
- Porque odeio ter-te em cima de mim.
- Nunca experimentaste. - após aquele comentário tentei sair, porém ele não permitiu.
- Nem quero. Tira o braço.
- O que é que me dás em troca se eu o fizer?
- A garantia de que não te dou uma joelhada.
- Calma 'tava a gozar contigo. Não és tu que eu quero.
- Felizmente. Mas é por isso mesmo que já paravas com essas provocações.
- Nah eu gosto de te provocar.
- Provocar-me ódio, claramente. - empurro-o para dentro. - Siga.
Apesar de nem sempre estar focado, vejo no Jake o potencial para ser um estudante bem sucedido.
- Afinal não és assim tão burro como eu pensava.
- Se isso era um elogio, ofendeu mais que outra coisa.
- Aliás tu sabes isto tudo, nem sei pra que é que precisas de mim. Tirando as vezes em que 'tás a ignorar o que te digo, que honestamente ainda não percebi se o fazes só pra me enervar.
- Se calhar o mérito é teu.
- Mas nós ainda precisamos de continuar com isto?
- 'Tás a falar das explicações ou?
- Das explicações. Sejamos honestos não há necessidade e muito menos necessidade tenho de te ver 24 horas por dia.
- Ok na boa. - pegou na mochila e levantou-se.
- Onde é que vais?
- Casa.
- Quando eu disse pra acabarmos não tinha de ser agora.
- É mas eu tenho cenas pra fazer. - soou-me distante.
- Até agora não tinhas.
- Prioridades mudam. - saiu sem sequer se despedir.
Imaginem ele não tinha de o fazer, mas era algo a que eu já estava habituada (como passar o tempo com ele). Alguém me bata por favor depois desta última frase. Não acho que tenha sido um erro acabar com isto, mas ele ficou estranho e se vou ter de continuar a fingir ser namorada dele não posso lidar com esta arrogância. Pego no telemóvel que recuperei hoje de manhã na escola e mando-lhe mensagem (ir atrás dele faria parecer-me desesperada ou sequer incomodada, que para que conste não fiquei).
~ Ficaste chateado??
Esperei uns 10 minutos, contudo uma vez que ele não respondeu decidi tomar medidas mais drásticas: ir ter com ele.
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O meu vizinho
RomantizmRomance escrito em português de Portugal. Olive Anderson é uma rapariga simples, inteligente e doce (exceto com o seu novo vizinho). Jake Martin, típico badboy, pegador nato e por vezes antipático mudou-se para o seu condomínio há uns meses, porém a...