CAPÍTULO - 33

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O impacto veio como um soco forte. Após alguns metros dentros da tempestade, meu corpo estava sendo cada vez mais empurrado para trás. Nicolas havia soltado minha mão e agora estava caído no chão. Eu tinha que abrir o olho, mas se abrisse, poderia não enxergar nada.

- NICOLAS - gritei.

Não obtive nenhuma resposta.

- NICOLAS - senti minha garganta cortar, veias saltarem da minha face, músculos rígidos. Meu coração estava batendo a mil.

Abri meus olhos numa faixa fina, da forma que poucas coisas estavam visíveis ao meu redor. O vento me golpeava furiosamente, não tinha nada em que eu pudesse me segurar. Já não existia mais asfalto sob meus pés, apenas areia e mais areia.

- LÉO - A voz dele gritou e olhei para o lado, mas não consegui ver nada.

- ONDE VOCÊS ESTÁ ?

- EU NÃO SEI - a voz dele estava emitindo algim tipo de dor.

- CONTINUE FALANDO, IREI ATÉ VOCÊ - respondi e passei a tentar localizá-lo.

Em questão de um minuto procurando inutilmente na direção errada, me voltei para minhas costas e notei que uma forma escura, quase como uma mancha densa em meio aos tons outonais da fúria desértica se contorcia no chão.

Corri até lá.

- Nicolas, Nicolas. Estou aqui - me ajoelhei próximo à seu corpo e mais uma vez ele estava estava recebendo as ondas de choque na região das costas. Leona já estava sabendo de noss fuga, ou melhor, o império já estava ciente.

Mas por qual o motivo eu não estava também sendo torturado ? A comunicação entre a tatuagem e paradisus estava falhando?

Todas as veias do corpo saltavam de seu corpo, se contorcendo como um serpente peçonhenta. Seus membros estavam tremendo e sua boca que aos berros ficara muito tempo aberta, começou a encher-se de areia.

- Fica perto de mim, isso vai passar.

- Eu não vou te deixar, nunca - abracei seu corpo e fechei seus olhos. A onda de choque derrepente parou. Ficamos aliviados, mas após dois minutos, tudo retornou.

Eu não sabia o que fazer, aquilo não era um tipo de convulsão, era um tipo de dor que não havia como evitar. Não estava em meu poder e me sentia culpado por não estar sentindo o mesmo que ele.

Nicolas apontou para um ponto do nosso campo de visão. Outras duas manchas estavam surgindo, dois caçadores.

- Procure mais, eles devem estar por aqui.

Olhei para o rosto abaixo de mim. Sua pele estava ainda mais pálida e seus sentidos desacordados.

- Vamos, temos que ir - sussurrei.

- Não consigo me levantar - declarou cansado.

- Carregarei você...

- Não... vai sem mim. Léo, vai ter muito mais chances sem ter que transportar um peso morto...

- Ei.. ei - Segurei seu queixo e puxei as mechas de seu cabelo para os lados da testa -, eu não saiu daqui sem você.

As vozes dos caçadores continuaram a se aproximar.

Eu também já tinha me certificado antes e por algum motivo não era pzosivel retirar as lentes dos meus olhos e eu só pedia para que a tormenta que estava nos assolando apagasse qualquer imagem nossa.

Em meio às furiosas correntes de ventania que continuavam à nos cercar, levantei corpo de Nicolas e o coloquei sobre meus ombro esquerdo. Exercendo a maior quantidade de força a velocidade que eu tinha, corri para a duração oposta dos caçadores e do acampamento de Leona e mais uma vez, envesti mais fundo pelo vendaval de terra que não dava qualquer sinal de fim.

TEMPORADA DE CAÇA Onde histórias criam vida. Descubra agora