PÉROLA

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Caetano: Como sabe que é o meu aniversário? Na verdade, meu aniversário foi alguns dias atrás.

Antony: Eu sei, mas nunca é tarde para desejar feliz aniversário, certo? Eu não perdi nenhum dos seus aniversários na escola, eu lembro da data.

Caetano: Eu esqueci totalmente disso. E ninguém me deu parabéns esse ano.

Antony: Bem, eu faço isso.

Antony trouxe o rosto dele para mais perto do seu e seus lábios quase se tocavam. Caetano não provava os lábios de Antony há dias, e agora estava lá sedento por eles, esperando ele saciar sua necessidade. Antony o beijou gentilmente, e quando Caetano estava prestes a retribuir, ele parou.

Antony: Eu amo como você gosta dos meus beijos. Vai ter mais depois, não se preocupe. Venha!

Antony pegou a mão dele e os seus dedos se entrelaçam.

Caetano: Aonde você está me levando?

Antony: Vou te mostrar uma coisa.

Ele levou Caetano até o quarto dele e abriu a porta.

Antony: É aqui que você vai dormir.

Caetano: Eu? Sozinho? Na sua cama?

Antony: Sim.

Caetano: E você?

Antony: Vou dormir na sala.

Caetano estava decepcionado. Ele esperava que tudo voltaria ao que era antes, o comportamento dele fez ele acreditar nisso.

Antony: Vamos comer agora.

Caetano: Espere!

Antony: Eu sei o que você quer. Depois do jantar. É Natal, você está na minha casa, eu quero fazer pelo menos uma coisa certa.

Caetano: Ok. O que você preparou para o jantar?

Antony: Você vai ver. Vamos.

Ele disse para Caetano se sentar à mesa e começou a trazer vários pratos, um por um.

Caetano: Uau! Quanta comida! Como sabia que eu estaria aqui com você?

Antony: Não sabia, só esperava que isso acontecesse.

Caetano: Hahaha. Ah, você tem algumas cartas na manga. Acho até que você assustou o David com essa sua atitude. O jeito que você entrou na casa...

Antony: Eu tinha que fazer alguma coisa. Foi o suficiente ir às compras e ouvir conversas sobre você. Era o assunto principal em todo canto.

Caetano: Eu não consegui evitar isso...

Antony: Vou encontrar aquele babaca cara a cara e ele não vai gostar.

Caetano: Não suje as suas mãos com ele, não vale a pena. E você não pode fazer isso por causa do seu trabalho.

Eles começaram a comer em silêncio. Apesar de estarem concentrados na comida, Caetano podia sentir o olhar de Antony no seu rosto de tempos em tempos. Na próxima vez que Caetano notou o olhar de Antony, ele olhou para o mesmo e sorriu. Antony ficou confuso com esse ato repentino, e então sorriu de volta para Caetano.

Uma hora depois ele o levou para o quarto depois de ter levado as malas.

Antony: Agora só pegue algo para usar para dormir e descanse. Você deve estar muito cansado, teve um dia difícil e estressante. Vamos, Caetano.

Caetano: Mesmo? Você está me trazendo para a cama feito uma criança? E você me critica também!

Antony: E eu tenho um presente para você. Vai receber ele amanhã.

Caetano: Sério? Eu não esperava por isso. É presente de Natal, certo? Eu não comprei nada para você. Não esperava isso, então...

Antony: Não se preocupe, eu entendo.

Caetano só rezava para Antony ler a sua mente e ver que o único presente que precisava era ele. Antony pegou um conjunto de pijama da mala e entregou a ele.

Antony: Vá ao banheiro e se prepare para dormir. Vai primeiro, eu faço isso depois.

Depois de se arrumar, Caetano foi ao quarto dele e deitou na sua cama, mas ele não conseguiu dormir. Caetano logo ouviu um barulho vindo do banheiro. Depois que o barulho parou, ele tinha certeza de que Antony estava no sofá, na sala. Caetano decidiu ir até lá porque tinha tantos desejos e Antony podia tornar todos eles, realidade.

Contudo, quando Caetano ia tocar na maçaneta, ele ouviu passos no corredor. Ele rapidamente voltou para a cama e tentou fingir que estava dormindo, mas era impossível naquele momento, já que Caetano estava respirando rápido, como se  tivesse acabado de voltar de uma corrida.

A porta abriu e ele ouviu a voz de Antony.

Antony: Você não está dormindo?

Caetano: Não.

Antony estava usando uma camiseta branca e shorts - algo tão comum, mas ainda parecia irresistível a ele.

Antony: Já passou da meia-noite.

Caetano: É?

Antony: Sim. É Natal. Feliz Natal, Caetano!

Caetano: Feliz Natal, Antony! Pensei que eu fosse passar sozinho. Passar esse dia especial com você é o melhor presente que eu podia ganhar. Eu senti a sua falta, Antony.

Antony: Também senti a sua falta, Pérola.

Caetano parou de respirar quando ouviu essas palavras inesperada.

Caetano: Eu fui imprudente, não quis fazer nada de ruim acontecer com você. Só queria saber. Quero saber tantas coisas sobre você e você me afugentou daquele jeito.

Antony: Eu cometi um erro. Mas você está de volta e é isso que importa agora.

Caetano: Mas dessa vez não vou aceitar nenhum limite ou, se eles têm que existir, sou eu quem vai estabelecer eles.

Antony: Que tipo de limites?

Caetano: Vamos chamar eles de desejos. Se eu vou morar aqui, quero ter os mesmos direitos que os seus. Quero preparar a comida e arrumar a casa do jeito que eu gosto. Eu quero cuidar de tudo aqui, somos colegas de quarto, então temos que ter direitos iguais.

Antony: Hahaha... acho que você acabou de se dar muito trabalho, Pérola. Você podia aproveitar o fato de ter um servo pessoal que vai te dar carinho.

Caetano: Eu quero ser útil.

Antony: Ok, como quiser.

Caetano: A propósito, por que você me chama de "Pérola"?

Antony: Porque não existem muitas pessoas como você. Você é precioso, você é único.

Caetano foi tomado por emoções depois de ouvir as palavras dele. Ele tirou o lençol do seu corpo e convidou Antony a se juntar a ele na cama.

Caetano: Venha! Me dê o meu presente agora mesmo. Já passou da meia-noite.

Antony: Que tipo de presente? Você desejou alguma coisa?

Caetano: Sim - você.

Continua...

O toque da Besta (Romance Gay +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora