COMO UMA VELA

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Caetano gostou do fato de Antony tratar ele como sua posse, como se ele tivesse medo de alguém rouba-lo. Ele saiu com a bebê mas voltou logo. Enquanto isso, os dois homens não disseram uma palavra um para o outro.

David: Venha pro papai, deixe Caetano beber o chá dele. Ela arrancou alguns cabelos, certo? Posso ver eles na mão dela.

Caetano: Ah, não se preocupe, não senti nada. Além do quê, ela tinha que brincar com alguma coisa enquanto eu trocava a fralda dela.

O tempo todo que Caetano falava com David, ele podia sentir Antony o encarando. Ele não sabia no que Antony estava pensando, mas logo que David foi embora, ele sentou ao seu lado no sofá e começou a beijá-lo loucamente.

Caetano: O que deu em você? Não acredito que você já sentiu tanto a minha falta.

Antony estava beijando o pescoço dele, com suas mãos por todo o corpo.

Antony: Você devia ter todos os seus desejos realizados, Caetano. Isso não é um pecado. Eu nunca conheci ninguém como você. Lindo de corpo e alma... nunca.

Caetano estava abraçando ele com toda sua força, sabendo que o tempo deles estava acabando rápido, enquanto Antony sussurrava palavras gentis entre os beijos doces.

Caetano: Mas o meu destino não é lindo.

Antony: Mas pode ser, você só tem que escolher ele.

Essas palavras, que Antony sussurrou no ouvido dele, pareciam um anúncio do que os dias a seguir trariam para ele. Uma escolha. Difícil e dolorosa. Uma que Caetano lembraria pelo resto da vida.
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ALGUNS DIAS DEPOIS...

Naquela manhã, Caetano acordou com um sorriso, seguido por uma percepção de que a carta de Antony tinha passado do prazo. Quarenta e cinco dias passaram e ele estava lá.

Caetano: ( Esse vai ser um dia bom, o David vai trazer a bebê. )

Ele fez o café e estava indo arrumar a mesa quando Antony apareceu.

Antony: O maldito correio ainda não chegou.

Caetano: Vai chegar, não se preocupe. Esse lugar não é fácil de se achar.

Antony: Eu sei, mas... a propósito, você está lindo!

 a propósito, você está lindo!

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Caetano: Obrigado! Fico feliz de ouvir isso.

Antony: Estou ficando nervoso, Caetano. Estou ansioso para a carta chegar.

Caetano: Vai chegar logo. Você sabe que o carteiro não vem aqui todos os dias.

Antony: Isso é tudo que eu sei, Caetano. Voar é a minha segunda natureza. Não posso fazer mais nada, e mais nada me interessa. Eu nasci para isso, estudei para isso na escola. Sou predestinado a ser piloto. Se eles tirarem isso de mim... não vou ter outro objetivo na vida. Meu pai sacrificou tudo que ele tinha por mim, e... só tive dois vôo quando aquilo aconteceu... não posso deixar isso tudo. Espero que você entenda.

Caetano: Sim, Antony, eu entendo.

Antony: Obrigado, Caetano. E agora... quanto tempo temos antes dos convidados chegarem? Espero que tenhamos um tempo só para nós... eu gostaria de te dar a sua recompensa favorita por ser tão atencioso... mas tenho medo de não termos tempo o suficiente...

Caetano: Temos tempo, quero a minha recompensa. O que você vai me dar?

Antony: Algo que você adora.
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Eles transaram no sofá, mas agora Caetano não queria paixão e luxúria mas gentileza e proximidade. Ele chorou para si o tempo todo. Depois de se vestirem, Caetano levantou e observou Antony.

Caetano: É como uma vela...

Antony: O que é como uma vela?

Caetano: Nós. Como uma vela que vacila, dá calor e deixa traços de cera, mas quando terminar de queimar, tudo para. Só o que restam são os restos que ficaram frios. Só restos frios ao invés do calor que estava alí.

Antony: Caetano, o que você está tentando me dizer?

Caetano: Nada de ruim, deixe para lá. Hoje eu vou ser babá. Vou ficar de babá porque o David tem que ir a Londres a negócios e o Sr.Percy está no trabalho.

Antony: Essa criança não tem nome? Vocês sempre chamam de "chorona", "garotinha", "bebê"...

Caetano: É claro que tem, é Jasmim. Vou botar ordem na casa. Eles vão chegar a qualquer minuto.

Ele só queria escapar da presença de Antony porque estava se esforçando para não dizer as palavras que queria dizer, pedir a Antony algo que ele prometeu nunca pedir.

Antony: A casa já está em perfeita ordem.

Caetano: Nunca está limpo demais quando se tem um bebê na casa.

Antony: Caetano, espere. Eu quero te falar uma coisa.

Ele foi até Caetano e colocou a sua mão no ombro dele.

Antony: Você não tem que se preocupar, eu cuidei de tudo.

Caetano: O quê?

Antony: Vou deixar essa casa para você usar. Na verdade, eu transferi ela para você.


Continua...

O toque da Besta (Romance Gay +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora