Hoje fazia 1 semana que eles haviam se separado.Ramiro se sentia cada vez mais culpado, ver o homem que ama chorar era realmente a pior dor do mundo, ele não sabia como aguentar tanta dor, não estava trabalhando direito nem os esporros do Doutor Antônio o causavam tristeza e raiva, ele já estava imerso no sofrimento, todo dia a mesma coisa, chegava em casa e ia dormir chorando, ali sozinho no quartinho em que ele por muitas vezes sonhou em levar Kelvin e agora estava pensando o que fazer da vida sem seu Kelvinho.
Kelvin se sentia morto por dentro, se perguntava o porquê disso tudo, tudo doía, ver o cantinho deles sem a caminhonete de Ramiro encostada ali, ele tinha as meninas do bar que o ajudavam mas ao anoitecer na hora de dormir era só ele e os pensamentos, ele entendia Ramiro mas era difícil, difícil viver sem os toques do maior, sem as risadas, sem o amor do jeitinho bruto, era difícil até respirar sem ele.
Mas tinha algo que os amparava de certa forma, para Kelvin era sinal do universo já para Ramiro era castigo divino, mas no fundo achava lindo.
Durante essa 1 semana, Kelvin recebia a visita de um beija-flor todos os dias, geralmente no horário que Ramiro ia visitá-lo, era uma visita rápida, geralmente pousava em algumas flores mas seu foco era sempre Kelvin, o menino do semblante triste logo abria um sorriso ao sentir o beija-flor nos seus cabelos e depois um leve toque na testa, assim como Ramiro costumava beijar, ele sentia que era uma mensagem do destino.
E era.
Seu Ramiro voltou nos beijos de um beija-flor.
Já Ramiro passou 1 semana vendo flores amarelas pelo seu caminho, as vezes até na janela da sua casinha que nem havia flores amarelas por perto, pensou até estar alucinando, todas que achou pelo caminho guardou e perguntou ao Caio se ele também as vias e ele confirmou, eram verdadeiras, todas aquelas flores o lembravam de Kelvin, o seu Kelvinho, o loirinho que ele tanto ama e sente falta, até as flores tinham o cheiro de Kelvin, mas essa parte só ele sentia, só ele tinha tal conexão com o loiro, a noite caía e ele se deitava na cama como sempre chorando com algumas flores nas mãos e outras na cama, sentindo o cheiro do seu loirinho favorito, do seu benzinho e perguntando se aquilo era algum tipo de castigo divino mas ele gostava, se permitia até sorrir entre lágrimas ao lembrar do seu Kelvinho.
Não era castigo divino.
Talvez fosse o destino ou talvez fosse até mesmo Deus o avisando, que o amor estava ao lado.
Seu Kelvin voltou nas asas de um passarinho ou melhor, nas flores amarelas.
O destino estava se encarregando de os deixar menos sozinhos nesse período necessário, talvez não tanto para Kelvin mas para Ramiro, necessário para compreender que o amor é o sentimento mais forte que existe e ele o levaria de volta pro seu loiro.
O destino vai levá-los de volta um para o outro e assim os beijos serão de Ramiro e as flores serão entregues por Kelvin e não por uma força desconhecida.
Kelvin caía no sono mais uma vez, Kelvin se sentia mais leve e tranquilo sentia como se algo bom fosse acontecer já Ramiro olhava pro teto com cada vez mais coragem de assumir esse amor e num pico de coragem pegou seu celular e digitou a mensagem que queria mandar assim que saiu do bar naquele dia.
"Tô morrendo de saudade d'ocê, me desculpa, prometo pro cê que vou te mostrar que te amo mais que tudo Kevinho."
Talvez na manhã seguinte Kelvin não receba a visita do beija-flor e nem Ramiro encontre uma flor amarela pelo caminho, o destino já havia os unido novamente.
★ — ★
"Meu amor chorou
Eu fui embora
Meu amor chorou
Vou voltar
Eu vou nas asas
De um passarinho
Eu vou nos beijos
De um Beija-Flor""No tic tic tac
Do meu coração
Renascerá"★ — ★

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Beija-Flor
Lãng mạnO mesmo destino que os afastou pode os unir novamente mas de um jeito ainda mais especial.