1.01 - Primeiro dia em um novo mundo

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O relógio marca 6:30 da manhã e o alarme soa. Daniel acorda, coloca seus óculos e caminha com os pés descalços até o banheiro, onde escova os dentes e toma banho. Na cozinha, Bruce Barton, pai de Daniel apronta o café da manhã e apressa o filho para o primeiro dia de aula.

- Lembro-me de quando era eu quem tinha que apressar você. – disse Harrison Barton. Um senhor de 67 anos, aposentado e que mora com o filho e o neto desde a morte de sua amada Brenda. – Eram banhos e mais banhos demorados. – o velho falou e deu uma risadinha. Bruce simplesmente ignorou.

- O café está servido. – disse Bruce e caminhou até a escada para apressar Daniel mais uma vez, mas o soar da campainha o faz voltar e atender a porta.

- Bom dia, Sr. Barton. O que temos para o café da manhã? – era Nathaniel Davis, ou simplesmente Nate. Melhor amigo de Daniel desde a infância, que já ia entrando e se dirigia para a cozinha.

- Bom dia, Nate. Sinta-se em casa. – disse Bruce de forma irônica e fechou a porta.

- Oras, Sr. Barton, eu já sou de casa. Só falta te chamar de papai. – disse Nate, que se sentava à mesa.

- Nathaniel! – Harrison cumprimentou o garoto enquanto lia seu jornal.

- Bom dia, Sr. HB! – o rapaz respondeu e pegou uma torrada. – Viu o jogo de ontem? – perguntou ao velho, e assim começava um assunto sobre futebol americano. Algo que o avô de Daniel e Nate tinham em comum.

Bruce sobe as escadas e bate na porta do banheiro.

- Você vai se atrasar, Daniel.

Daniel arrumava seu cabelo. Era a única coisa com a qual tinha vaidade. Penteava os cabelos pretos como os de seu pai, tentando não deixá-lo parecendo uma juba de leão.

- Eu já vou, pai. Qualquer coisa, eu converso com o diretor. – o garoto falou e abriu a porta. - Opa... Esqueci que o diretor é você. – brincou e Bruce abriu um sorriso irônico.

- Sem preferências por ser filho do diretor. Lembra?

- Eu sei. Pai, eu estou brincando. – disse Daniel enquanto colocava os tênis. – Parece que não entende brincadeiras... – resmungou.

- Vai rápido. O morto de fome do Nate está te esperando.

- Ok. Só vou pegar o meu material e já desço. – terminou Daniel.

Daniel abriu sua gaveta e pegou uma fotografia antiga. Era uma fotografia dele no colo de sua mãe aos quatro anos de idade. Daniel não se lembrava muito dela. Tinha medo de se esquecer completamente das feições de sua mãe, algo que não seria tão ruim, considerando o vazio que ela havia deixado. Afinal, já fazia onze anos que a havia visto. Ela havia perdido todo seu crescimento e formação como pessoa.

Daniel guardou novamente a fotografia em sua gaveta, pegou sua mochila e desceu as escadas. Ao entrar na cozinha, escutou uma discussão entre Nate e Harrison, que comentavam o campeonato. Nate se dava melhor com seu avô do que ele. Nate, aliás, tinha uma relação até mais próxima com seu pai do que ele.

- Você não tem comida na sua casa não? – perguntou Daniel.

- Bom dia para você também! Mal educado! – disse Nate.

Daniel pegou sua tigela e encheu de cereais, mas logo percebe que o leite acabou.

- Você tomou tudo? – perguntou Daniel segurando a garrafa.

- Foi mal...? – brincou Nate dando de ombros.

- Ok. Eu como alguma coisa na escola. – disse Daniel de forma conformada. – Vamos logo. Daqui a pouco meu pai começa a buzi...- Daniel é interrompido pela buzina do carro de Bruce –...nar.

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