Friends Forever | KIMCHAY

[1] - ꜜ👑𖠵 ៸៸

" ─ Por que você é tão pequeno? ─ O garoto perguntou, segurando a mão do menor de forma cuidadosa, comparando o tamanho com a sua.

─ Quantos anos você tem? ─ Mesmo que ambos fossem desconhecidos, Porchay não se sentiu incomodado com o toque, apenas deixou o, claramente, mais velho, brincar com seus dedos pequenos.

─ Tenho sete, fiz aniversário a alguns dias ─ Ele respondeu animadamente, sorrindo com um de seus dentes faltando.

─ Eu tenho cinco ─ Porchay mostrou o número, com sua outra mão, fazendo o outro rir um pouco.

─ Seus dedos são curtinhos ─ O garoto ignorou como Chay ficou emburrado com o comentário e apenas se levantou da areia ─ Meu nome é Kim, quer brincar de rei? Eu sou seu guarda! ─ Ele não precisou estender a mão para o mais novo, ja que não fez questão de soltá-lo enquanto se levantava.

─ Quero ─ Sua voz saiu meio baixa, um tanto timida, enquanto ele balançava a cabeça em confirmação. O garoto, nomeado Kim, o ajudou a levantar e logos ambos sairam correndo até a pequena casinha de madeira, que felizmente, não havia nenhuma criança ocupando.

─ Como seu guarda, eu tenho que te proteger de tudo, majestade!! ─ Kim disse de forma animada, ajudando Porchay a se sentar no tronco de madeira, que simulava uma cadeira da casa. Ele se curvou rapidamente, fazendo o garoto rir ─ Eu vi em uma série com o meu irmão, que eles chamam os reis de majestade ─ Explicou, enquanto Chay concordava meio confuso.

─ Entãooo, o nosso reino vai ser atacado por formigas gigantes, você pode me defender delas? ─ Ele levantou os braços, para mostrar o tamanho dos insetos. Kim bufou baixinho, fazendo um pequeno biquinho triste.

─ Eu sou alérgico a formigas ─ Disse tristonho, por não poder cumprir sua primeira obrigação com guarda.

─ Hummm ─ Chay pareceu triste por um momento também ─ Então, são apenas gigantes, igual o moço do pé de feijão, pode ser?! ─ Ele se animou novamente, pulando em cima de seu "trono".

─ Pode!! ─ Kim superou sua tristeza rapidamente e pegou um graveto no chão, para ser sua espada, levantando para o alto, como um destemido guerreiro ─ Vou te defender de todos eles, rei... ─ Ele se calou, vendo que não sabia ou não se lembrava do nome do garoto ─ Como você se chama? ─ Foi possível ver suas bochechas tomando a coloração avermelhada.

─ Porchay!!

─ Rei Chay!! ─ Ambos garotos riram juntos e Kim correu para fora da casinha, para enfrentar os gigantes que invadiam o reino.

[. . .]

Kim foi praticamente jogado contra a parede, tendo seu rosto socado diversas vezes, enquanto mal conseguia se defender. Sua pele estava vermelha, meio inchado e era impossível não ver o sangue escorrendo de sua boca, provavelmente estava dolorido, Porchay podia ouvir o sofrimento do mais velho e cada gemido de dor que ele dava. Ele não sabia o que fazer, como ajudar, Kim estava apanhando por sua culpa, enquanto ele estava no chão, chorando como uma criança indefesa.

Seu rosto também estava machucado, por ter sido o alvo da agressão, antes de Han aparecer para ajudá-lo ou apanhar no seu lugar. Era comum os garotos da escola irem atrás de Porchay para o ofender, no máximo puxar seu cabelo ou dar alguns empurrões, mas Kim estava sempre o defendendo disso. Então, por algum motivo, um deles o encurralou sozinho e quando viu, ja estava jogado no chão, levando chutes e ouvindo o idiota rir como um psicopata, o chamando de gay como se fosse alguma ofensa. Chay nunca entendeu do porquê todo aquele ódio contra si, o que eles poderiam ter a ver com sua sexualidade? E no fim, sobrou para Kim. Ele realmente não esperava ter que ver seu melhor amigo de anos, apanhando de um babaca homofóbico.

─ Pensei que tivesse mais para defender seu namoradinho, Theerapanyakul ─ Ele disse com ódio em sua voz, enquanto apertava Kim contra a parede ─ Você é só mais um viadinho, igual esse nojento, duas bichas nojentas.

─ Kim... ─ Porchay murmurou, tentando se levantar, sentindo seu estômago doer. Não demorou para ser chutado novamente, impedido de ajudar seu amigo.

─ Ta com dó do seu namoradinho? Ele não vai conseguir te comer todo machucado? ─ Riu como se tivesse contado a maior piada do mundo, mas foi um grande descuido ter soltado Han. Porchay conseguiu apenas sentir o sangue cair sobre seu rosto, após o forte soco certeiro que Kim deu no rosto do garoto maior, o jogando no chão, ao lado de Chay, com certeza sua mão sairia machucada também, mas ele não se importou, se sentou em cima do outro e se deixou descontrolar, desferindo diversos socos, um atrás do outro.

─ Vamos, agora você tem outro cara sentado no seu colo, quem é o viado? Em? ─ Ele pausou a agressão por um momento, levantando o outro pela colarinho ─ Me responde seu filho da puta, você não é o bonzão? Cadê as piadinhas agora? ─ Não se deu o trabalho de ser delicado ao bater o garoto contra o chão, voltando a socar seu rosto, ignorando o que ele murmurava ─ Eu juro que acabo com sua vida, se você chegar perto do Chay de novo.

─ Kim...pare, ja deu, por favor ─ Porchay se conseguiu choramingar, puxando a camisa branca de Han, agora suja de sangue ─ Você vai entrar em problemas.

─ É legítima defesa, tenho certeza que esse idiota quebrou meu dente ─ Mesmo que contra sua vontade, ele se levantou, ajudando Porchay a levantar também, segurando cuidadosamente a cintura do garoto, que estava todo dolorido ─ Ta doendo muito? Quer que eu te carregue até a enfermaria?

─ Mas...e ele? ─ Chay perguntou, olhando o garoto se mexer, ainda jogado no chão. Antes de alguma resposta, Kim pegou Porchay pelas pernas com um braço, dando apoio para costas do mais novo com o outro braço, o carregando no colo.

─ Alguém virá aqui, não tenha pena de quem te machucou ─ Han disse simplista, começando a andar para longe, levando Porchay como se fosse a pessoa mais leve do mundo, sem se importar com seus próprios machucados ─ Vou cuidar de você hoje, creio que vamos poder voltar pra casa mais cedo.

E como prometido, Kimhan cuidou de Porchay, o mimou e o fez rir o resto do dia. Fazendo o garoto se esquecer de tudo que havia acontecido e apenas aproveitar da companhia de seu melhor amigo, o garoto que com setes anos prometeu o defender durante uma brincadeira e estava cumprindo sua promessa a dez anos. Porchay as vezes se sentia um peso na vida do mais velho, mas Han sempre o fazia se lembrar do quanto ele o amava e que aquela amizade nunca chegaria ao fim. "