ela se lembra de mim?

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Caminho pela areia quente da praia. O sol estava quente. A maré agitada assim como as crianças daquela praia. Me vejo denovo naquele local
Aonde tudo terminou. Austrália não me trás lembranças boas.. pelo contrário.. foi aqui que perdi minha familia. Minha esposa e filhas.

Me afastando um pouco mais vejo uma bela família. Um casal e uma menininha. A garotinha se vira para mim e sorri. Como ela pode me ver? - questiono.

A garotinha de cabelos claros. Os azuis acinzentados e a pele tão clara quanto a areia da praia.

- Pra quem você está sorrindo minha filha? - Reconheço a voz. A mulher se vira para mim e dá um sorriso amigável.

Nesse momento meu coração erra as batidas. Era como encontrar a luz no fim do túnel que eu tanto procurava.
Ela estava linda.. os cabelos mais curtos a brilhantes. As bochechas rosadas assim como sua boca.. que sentia falta de beija-la ou sentir seus lábios passeando pelo meu corpo.

- Conhece ele? - Um homem alto. Jovem, de Cabelos negros e cacheados  olhos castanhos  me encara. Como eles podem me ver?

- Na verdade não... Aurora que simpatizou com ele. - ela sorri e massageia os ombros do homem.

Meu coração gela. Não sei se é pela notícia que a garotinha é minha filha ou se é por quê ela está com esse homem.. possivel marido dela penso eu.

Aurora corre para meus braços. Olho Luísa um pouco surpreso. Queria abraçar a menina.. mas pra ela eu sou apenas um desconhecido. Com um sorriso no rosto e um manear de cabeça sútil ela me dá permissão pra abraçar a menina.

Envolvo a menina em meu braços. Tento controlar as lágrimas inconvenientes que insistem em cair do meu rosto.

- Esperta né? - ela sorri.

- É.. muito. - Retribuo o sorriso

Avisto uma bela mulher se aproximar de nós. Não consigo segurar a emoção e lágrimas escorrem do meu rosto. era Poliana. Minha menina já virou uma mulher. Uma bela mulher.

- TIAAA! - Poliana dá um beijo na bochecha de Luísa.

- Oi Rora! - Polina vai até mim e acaricia as bochechas de Aurora.

- Oi moço, nunca te vi por aqui. O senhor é daqui? É amigo da minha tia? Quem é você? - Poliana nunca mudou. Ela continua a mesma curiosa de antes.

- Poliana! - Luisa a repreende. Sorrio ao perceber a tonalidade de suas bochechas ficarem mais rosadas ainda.

- Tá tudo bem. - deixo Aurora ir para os braços de Poliana.

- Não vai me cumprimentar não bixinha? - Reconheço esse sotaque.. era João? Esse garoto está enorme!

- Bobo! - Poliana se senta ao lado de João e o beija docemente. Desvio o olhar. Não sei porquê, não sei se é ciúmes ou desconforto.

- Bela familia. - encaro Luísa. Seus olhos verdes eram intensos. Ela umedece os lábios e me encara de volta.

- Obrigada. - ela sorri. - Eles são tudo que eu tenho.

- E... Você tem marido? - pergunto. Mas logo me arrependo. Luísa respira fundo e volta a me encarar.

- Tinha.. mas ele se foi. A alguns anos atrás. - ela tenta conter as lágrimas.

- eu.. sinto muito. - fito os meus pés.- desculpa ser.. incoveniente.

- Está tudo bem. - ela sorri.

- E.. durante todos esses anos.. você não se envolveu com mais ninguém? - volto a encara-la.

Luísa sorri. Deve ser por conta de que ela fez essa mesma pergunta a mim há alguns anos atrás.

- É que.. eu nunca conheci ninguém com quem eu quisesse compartilhar
Minha vida. - Seu olhar intenso me consome. Meu coração erra as batidas. Minha respiração está desregulada..

- Seu rosto está todo vermelho. - ela sorri.

Coloco minhas mãos em meu rosto. Não sei se por conta do sol ou por encarar Luísa por tanto tempo.

- De...deve ser por causa do sol. - gaguejo.

- Tá muito forte mesmo. - seu sorriso é como uma cura pra minha doença.

Curtimos a praia com as crianças até de noite. Aonde Luísa resolve ir embora.

- Vamos crianças. Está no hora de ir. - Poliana carrega aurora no colo acompanhada de João até o carro.

- O dia foi ótimo, que pena que acabou. - ela sorri.

- É.. é uma pena mesmo.

- Você não me falou seu nome. - ela se aproxima de mim. Sinto um frio na espinha.

- é... - fico receoso em dizer. - Cézar..

Luísa me encara com um olhar surpreso. Mas logo um belo sorriso se forma em seus lábios. Seu olhar era encantador. Ela me olhava com ternura e carinho.. mas por quê?
Noto que seus olhos começam a ficar marejado.

- Cézar? - ela sorri desacreditada. - Esse era o nome do meu marido.

- Ah.. é mesmo?  - Não consigo mentir pra Luísa. Mesmo que ela não me reconheça.

- Um dia ele me disse.. - lágrimas escorrem em seu rosto. - Que talvez em outra vida pudéssemos ficar juntos.  - ela sorri.

- Luísa..

- Não sei.. algo me diz... O seu olhar.. o seu olhar. - Ela encara intensamente os olhos claros do homem.

Dou alguns passos para trás. Quero evitar de fazer uma besteira e beija-la ali mesmo. Dizer o quanto eu a amo e o quanto eu sinto falta dela.

- o quê tem meu olhar? - arqueio a sobrancelha.

Ela solta uma risada nasal. - Nada... Bobeira a minha. - ela se vira de costas para mim. - foi bom te reencontrar, Cézar. - ela sorri para mim e segue seu rumo até o carro.

Talvez  em outra vida, meu amor. •°| LuottoOnde histórias criam vida. Descubra agora