A Tensão de Seus Lábios.

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Choi Yeonjun e Choi Soobin sempre foram melhores amigos desde o ensino fundamental dois, andavam grudados todos os dias e quase sempre estavam na casa um do outro, em todas às vezes para fazer os deveres de casa ou para somente jogar conversa fora. 

Depois de terminarem juntos o ensino médio, Soobin se mudou por dois anos para Incheon, para morar com sua avó, e Yeonjun ficou sozinho. Não foi fácil lidar com a saudade no início, mas nada que o costume da solidão logo não poderia resolver, que assim, o fez ir a procura de novos amigos, na universidade em que passara a estudar. Sua popularidade aos poucos cresceu fortemente, sempre sendo conhecido por todos os universitários como um garoto bonito e gentil, que sempre era amigável com todos ao seu redor. Yeonjun sempre vivia rodeado de garotas de todos os estilos e personalidades, algumas ele achava que eram bonitas, mas outras, ele sentia até pena. Ele sempre fazia de tudo para respeitosamente rejeita-las, já que esse não era o seu forte. O que Yeonjun realmente gostava era de garotos. 

Alguns meninos de sua sala pareciam uma tentação — apesar de saber que nunca teria coragem de chamar algum deles para sair ou, talvez, transar — e Yeonjun nunca se aproximava de nehum deles para dizer algo, por não saber qual seriam suas reações ou respostas, já que sua fama era de sempre ter garotas ao seu redor, e nunca garotos. 

[...]

Ao fim da sua última aula, quando o relógio já se aproximava das nove e meia da noite, uma pop-up de mensagem aparece em seu celular, chamando sua atenção:

"Yeonjun-ssi! Tenho boas notícias para contar. Uma grande fofoca. Passe aqui em casa quando sair daí."  O rapaz sorriu, sabia muito bem como identificar uma mensagem de seu amigo, Hueningkai, mesmo sem olhar o nome gravado acima da notificação. "Pode deixar. Estou chegando aí!" Logo respondeu ao seu amigo, guardando o celular no bolso e levantando-se de sua mesa, pondo com pressa seus cadernos de ilustração dentro de sua bolsa. 

Perto da porta de saída, uma garota baixa esbarrou-se nele propositalmente, porém fingindo que não havia sido por querer. Yeonjun, confuso, tirou seus fones de ouvido que tocavam sua playlist musical favorita, e fitou a garota, que sorriu para ele.

— Oi, Yeonjun! Sinto muito, te machuquei?? - Ela aproveitou para passar a mão nos braços de Yeonjun, que mesmo constrangido, não foi rude. 

— Oi, Nina. Estou bem, não se preocupe. - Ele sorriu, em meio ao seu constrangimento disfarçado. — E você, está bem? 

— Estou sim, Junnie. - Ela sorriu. — Sabe, você vai fazer algo por agora? Talvez nós devêssemos sair, não acha?

— Me perdoe, mas vou para a casa de meu amigo. - Ele forçou uma expressão decepcionada. — Outro dia iremos, pode ser? 

— É claro! Até logo, Yeon! - Ela o abraçou, tão grudada em seu corpo que até parecia que iria atravessa-lo. 

— Até logo, Nina. - Ele retribuiu o abraço, sentindo seus ossos serem quase esmagados pela garota morena, que deu um beijo molhado e nada agradável em sua bochecha. 

Quando ela se afastou, Yeonjun deu um suspiro, com vontade de morrer. Sempre lembrando-se dos ensinamentos de sua mãe, que eram de sempre ser respeitoso, nunca fazia nada como se afastar ou reclamar dos atos que as garotas faziam, porém sua mente pedia para todos os deuses possíveis que aquela avalanche de meninas o deixasse em paz por pelo menos duas aulas. Ele sentia a vontade de ter a coragem de dize-las que era gay, e que ele só queria ficar longe do cheiro dos perfumes enjoados e fortíssimos que elas usavam, que sempre ficava impregnados em suas roupas. 

Yeonjun tinha uma moto barata, a qual usava para ir em todos os lugares, que fora presente de seu falecido pai. Com o capacete nas mãos, não tardou a colocá-lo em sua cabeça e montar na moto, indo sem pressa para a casa de Kai. As ruas noturnas e cheia de universitários, que iam para bares, boates ou para suas casas,  estavam todas decoradas pelas flores da primavera que escondiam a margem da calçada entre suas folhas verdes.

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