Aquele com a discussão acalorada

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A chuva caía incessantemente do lado de fora enquanto Kendall se culpava pelos acontecimentos recentes. S/n estava na sala a poucos metros de distância, deitada no sofá da casa que ela mesma alugou, no interior de Brighton, para que as duas ficassem durante o fim de semana.

A diferença, dessa vez, era que nenhuma das duas se incomodou em com o fato de estarem uma em cada cômodo da casa. Esse era o resultado da discussão acalorada que as modelos tiveram durante a tarde.

A inglesa percebeu que tinha algo errado com a namorada, e não queria a pressionar para falar sobre, mas acabou perguntando. Elas estavam caminhando juntas, com as mãos entrelaçadas, pela área próxima à casa alugada, aproveitando a calmaria, que era uma novidade para as duas, quando S/n perguntou. Foi uma pergunta simples, algo como: "Você não vai mesmo me dizer o que está acontecendo?" E foi o suficiente para irritar a mais velha.

Não que ela tivesse ficado brava pela pergunta, ou brava com S/n, mas ela não queria falar sobre isso e tinha deixado bem claro durante a semana. A inglesa estava ciente disso, é claro, mas era evidente que o problema, desconhecido para ela, estava incomodando sua namorada e incomodava até mesmo o relacionamento delas. Foi por isso que perguntou, e também porque ela estava ali para Kendall, independente de qual fosse a situação.

- Eu já disse que não tem nada acontecendo. - Kendall soou um pouco mais rude do que queria, mas não pediu desculpas. Sua mão se soltou da de S/n involuntariamente, quase como um reflexo.

- Se você quer guardar isso para você, tudo bem, eu entendo. Mas não diz que não tem nada acontecendo, porque nós duas sabemos que é mentira.

- Se entende que eu não quero falar sobre isso por que continha perguntando?

Kendall fechou os olhos e suspirou, buscando se acalmar, quando percebeu que elevou seu tom de voz. Não estava gritando, mas falando alto o suficiente para parecer que estava verdadeiramente brava.

- Porque eu me preocupo com você. - S/n respondeu em um tom calmo, como sempre era quando elas discutiam. Isso irritava Kendall um pouco, porque parecia que ela era a errada em toda discussão - Me desculpe se eu só quero resolver os problemas enquanto você foge de mim de novo. Nós já vimos isso acontecendo, Kendall, e você sabe como terminou.

- Eu preciso te contar sobre tudo, então?

- Claro que não e eu não disse isso. Você me conta o que achar que deve me contar.

- Você está fazendo parecer que eu estou escondendo alguma coisa.

- Porque você está.

S/n não queria que soasse assim, como se estivesse acusando Kendall de alguma coisa. Era um fato que a mais velha estava guardando algo para si, e, para S/n, isso é esconder. Era nesse sentido que ela disse, mas não foi assim que pareceu e nem foi assim que Kendall entendeu.

- O que você quis dizer com isso?

- Eu não quis insinuar nada. - S/n esclareceu, mas sabia que era á toa - Eu quis dizer que você está guardando algo para si mesma. E você sabe que está.

- Você já parou para pensar que essa é a minha vida e esse problema é meu?

- Então por que o seu problema está afetando o nosso relacionamento?

- Porque você está transformando isso em algo maior - Kendall apontou o dedo para S/n em algum momento enquanto falava e acabou o encostando no peitoral da inglesa.

- Eu não vou entrar nisso. - a inglesa segurou delicadamente o dedo de Kendall que estava apontado para si e o abaixou. Esse era um hábito que Kendall tinha quando discutia e S/n odiava isso, porque achava desrespeitoso.

- Você já entrou.

- Certo. Então vamos falar sobre como você vai fugir de mim, como já fez tantas vezez, para "resolver o problema sozinha".

- Eu não estou fugindo. - S/n sorriu ironicamente - Não querer falar sobre esse assunto não é fugir.

- Claro que não é.

S/n voltou a caminhar, sem nem mesmo se importar se Kendall a seguiria. A mais velha bufou irritada e segurou o braço da inglesa com delicadeza, pois não queria machucá-la.

- É você quem está fugindo agora.

- Vamos mesmo discutir na rua?

Kendall soltou o braço da mais nova, caminhando na frente dela até a casa. S/n estava com a chave, então os passos apressados da norte-americana foram em vão, já que ela teve que esperar a inglesa para abrir a porta da frente.

Nenhuma outra palavra foi dita quando elas entraram. Kendall foi para o quarto e só não bateu a porta ao entrar porque a casa não era sua. S/n sacudiu a cabeça, tirando o casaco que usava e o pendurando na poltrona.

Já era outro dia quando Kendall deixou o quarto. Viu a namorada deitada no pequeno sofá, evidentemente desconfortável, com os olhos fechados. S/n tinha o sono leve, mas não acordou com os leves barulhos dos passos de Kendall.

A mais velha se aproximou devagar, se segurando para não acordar a namorada e chamá-la para se deitar. Não sabia se deveria fazer isso, porque não tinha ideia de como S/n a trataria. E que erro pensar que a inglesa a trataria mal, mas tiveram uma discussão e as pessoas mudam quando estão irritadas.

Kendall fez o café da manhã. Panquecas feitas com aveia e banana, café para si e chá para S/n. Era isso que a inglesa gostava de comer quando acordava. A morena comeu um pedaço de banana antes de se trocar e sair para caminhar. Deu uma última olhada na namorada antes de fechar a porta da casa apenas para ver que ela continhava dormindo.

As coisas ficariam bem de novo, ela acreditava.

Relação Complicada [Kendall Jenner] Social MediaOnde histórias criam vida. Descubra agora