EU estava sentado na minha poltrona jogando meu videogame, ouvindo a música que sempre ouvia, na minha vibe meio depressiva, mas sem depressão, quando eu recebi no meu celular, atrapalhando a minha música, a notícia de que meu avô paterno se foi. Não liguei muito( Não pinguei nenhuma lágrima sequer), visualizei a mensagem, depois ignorei, e voltei pra minha música e o meu videogame. Junto com a mensagem, veio o convite de seu enterro, mas falei para meu pai que estava passando mal e que ele podia ir sem mim. Não ligo muito pra morte dos meus parentes depois que a minha mãe se foi. Desde que minha mãe morreu, meu pai não é mais o mesmo. Antes de ela bater as botas, ele era mais amoroso, mas depois que isso aconteceu, ele ficou mais reservado e só sabe gritar. Todo dia na hora de dormir, eu ouço meu pai dizendo que queria estar no lugar dela. Eu já estava cansado dessa vida, e queria sair e conhecer outras pessoas. Então, agora com 14 anos, falei para o meu pai que queria ir para um colégio interno chamado Theodoro da Fonseca. Meu pai disse que mesmo sendo longe (O colégio ficava no Rio de Janeiro e eu morava no Sergipe), ele aceitava minha ida, provavelmente porque não me suportava mais naquela casa. Eu também não aguentava mais viver lá naquele lugar. No dia seguinte arrumei minhas malas e no dia 22/08 parti para o Rio de Janeiro num avião relativamente grande. Meu pai nem se deu ao trabalho de entrar no aeroporto e se despedir de mim. Eu também não ligava muito, nem fazia questão de que ele fizesse isso. Uma menina aparentemente com a mesma idade que eu sentou a meu lado. Eu puxei um papo com ela e perguntei:
- Qual é o seu nome?
-Laís- ela respondeu- E o seu?
- Noah- respondi
Tentando puxar mais papo com ela eu perguntei em seguida:
-O que você está fazendo nesse avião sem seus pais?
- Estou indo para um colégio interno, chamado Theodoro da Fonseca. -ela respondeu, com um tom bem amigável.
-Que coincidência, estou indo pra lá tambem, eu caí no 9B, e você Lais?
-Eu também. Que legal vamos estudar juntos.
-Sim- respondi, animado, achando que já éramos muito amigos.
A aeromoça chegou em nós e falou:
-Olá casal, gostariam de um "mimo"?
-Primeiro: nós não somos um casal, e segundo: eu odeio comida de avião- Laís respondeu, com um tom de ódio.
Sem querer, fiz uma expressão meio chateada, sem saber o porquê.
O avião pousou e dois táxis vieram nos levar até o colégio.
Quandeu cheguei, me deparei com aquele campus, que era enorme. O inspetor, chamado Lindomar, disse que o jardim tinha 100KM2, e por dentro tinha 100KM2 também. Ele disse que a escola tem 120 anos, e que ela já tinha passado por várias obras, e por isso, era daquele tamanho. O meu alojamento era o número 83, e o de Laís era o 91. Quando cheguei estava com muita fome, então fui para o refeitório, que era uma espécie de 𝓼𝓮𝓵𝓯-𝓼𝓮𝓻𝓿𝓲𝓬𝓮. Lá, conheci a cozinheira Jéssica, bem amigável. Eu me servi com arroz, feijoada, linguiça e batata frita, e no final fui para meu alojamento, tomei meu banho e dormi.