Protect me | yeo hwanwoong

001 ｯ capítulo único

Desde que Beatriz Wong vira seu amigo ser abordado por colegas da sua turma do ensimo fundamental, ela jurou para si própria aprender a lutar, pois sabia que iria ter volta, já que seu amigo não se defendia por medo, sendo um completo indefeso. 

Yeo Hwanwoong era o tipo de rapaz que todos queriam se meter porque simplesmente não fazia nada, então constantemente era abordado para fazer favores ou mesmo dar seu dinheiro todo que possuía para os valentões. 

Por mais que a sino-portuguesa fosse mais nova e estudasse à pouquíssimo tempo naquela miserável escola, onde já ameaçou bater num dos garotos que andava mexendo com ela por simplesmente possuir coxas grossas, o seu desejo de aprender a lutar se tornou ainda maior ao ver aquilo com seus próprios olhos e simplesmente não poder partir para cima deles pois, por mais perna grossa que continha, seus braços eram magros, seu corpo em si era magro sem ser suas coxas. Seu desenvolvimento poderia estar atrasado, não possuía nem peito e nem bunda, mas suas coxas eram um tanto grossas e sua cintura fina, então muita gente invejava a garota, por mais que ela nunca fosse considerada uma garota bonita ao olhar de toda a gente, e ainda seu comportamento perante pessoas mal educadas era muito comentado, mas o que ela tinha de culpa se pivetes não lhe respeitavam e queriam que ela a respeitasse? Mas é que nem seu pai dizia "se não te respeitam, não tens obrigação dos respeitares". Sua mãe era diferente, mandava ela ignorar, mas se ela visse o que a filha viu e lhe falasse essas palavras, com certeza a pequena garota iria reclamar com a própria progenitora pois era impossível ignorar tal coisa.

Aos treze anos, ela começou a lutar boxe, e continuou até ao ensino fundamental, no entanto, seu pai sempre dizia para ela parar um pouco, pois estava simplesmente viciada em boxe, ao ponto de possuir um saco de pancada na sala de estar do seu pai.

Sua mãe — que separou-se do seu pai — não gostou nada da ideia da filha saber tal desporto. Preferia judô ou taekwondo, mas a filha era a melhor boxeadora mais jovem da região, além da única completamente estrangeira pisando naquela academia.

Mas quem diria que ela realmente fizesse o que prometera ao pai e sempre lhe impedia. A pequena Wong prometeu enfiar a porrada na próxima vez que tentassem mexer com Hwanwoong. Hwanwoong ainda era alvo de vários comentários, sobretudo sobre sua altura e peso — que sinceramente, ele não era nada de gordo, pois a garota já o tinha visto, sem querer, trocar de roupa num dia que ele ficou para dormir na sua casa e dormiu na cama do seu pai por seu pai sair — e simplesmente surtou num dia que até mesmo os garotos vieram falar coisas feias até à residência dele.

Hwanwoong segurou-a e deu o dinheiro para os garotos, mas assim que o garoto principal se virou, Wong o chamou, se aproximando dele com um toque sedutor por mais que não fosse considerada bonita para eles, o que deu dele rir. Ela esperava isso, e com certeza ele não soube de onde veio aquele murro que ela lhe deu na costela; esse que era seu golpe final e Hwanwoong sabia melhor do que ninguém.

Se alguém soubesse que ela fez aquilo, com certeza não a deixariam lutar, pois ela realmente levava bastante aquilo a peito e vivia do boxe, mas Hwanwoong não sabia que ela começou a praticar boxe por causa dele, para o proteger.

— Eu já disse para não fazer isso! — Ele falou, quase brigando com ela. A diferença de altura que sempre foi notada entre eles mesmo ele não possuindo um metro e setenta era notável. A garota fechou seu casaco, apenas ignorando o garoto, continuando a andar, mas ele segurou seu braço. — Não me ignore!

— Teve uma vez, aos doze anos, que você estava nas mãos deles, dando seu dinheiro do almoço, e eles se divertiram enquanto te maltratavam. Nesse dia, eu ainda era uma frangolina, braços que nem maça esparguete. Você me pediu para te proteger quando eu fui ter com você, mas sempre disse que nunca disse nada disso. Eu tenho uma boa memória, e meu prometi ao meu pai que sempre iria te proteger, e garanti a ele que hoje eu daria um murro naquele babaca, mas não seria no rosto. 

— Preferia que você não fizesse mais isso. Prefiro que dê um tapa na cara. — Hwanwoong olhou o chão. — Por mais que eu queira que me proteja porque eu sou completamente inútil. Mas não quero que se prejudique por minha culpa. — A garota riu fraco.

— Você sempre foi assim. Pediu-me para te proteger, mas sempre se preocupou em não me prejudicar. Meu querido. — Virando para ele, tocou o queixo dele. — Eu aprendi boxe para te proteger, e por mais que você me abandone, seja do que for, eu vou te proteger. Até ao dia que você aprender a socar a costela de um qualquer, eu dou por você. — Hwanwoong olhou novamente o chão. Ele nunca seria como a garota, e sentia-se mal pois nunca conseguiria proteger ela como ela o protegia. 

Puxou-a para um abraço, um abraço forte.

— Proteja-me, e eu prometo que um dia vou retribuir. — A garota assentiu, levantando seus pés e dando um beijo na bochecha do Yeo, que sorriu, sentindo suas bochechas esquentarem.

Hwanwoong era um completo indefeso, mas Wong acreditava que um dia ele iria retribuir, nem que fosse apenas uma vez num completo surto, mas deixou claro que se fosse contra ela, ele com certeza levaria um soco na costela sem pensar duas vezes. Amigos amigos, socos à parte.