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Quando Gerson disse que ajudaria a cuidar da criança ele não estava brincando, ainda era noite e o jogador estava sentado na minha cama de costas para mim conversando com o bebê como se fosse um adulto

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Quando Gerson disse que ajudaria a cuidar da criança ele não estava brincando, ainda era noite e o jogador estava sentado na minha cama de costas para mim conversando com o bebê como se fosse um adulto

sim, isso mesmo.
mas lógico que é por conta que não iria deixar o neném em um quarto separado do meu.

Giovanna dormia tranquilamente agarrada na minha cintura e a TV estava ligada em um volume muito baixo.

Confesso que nem estava vendo a série que havia colocado já que minha atenção estava em outra coisa, ou melhor, em outra pessoa.

Era estranho ter um homem dentro da minha casa, dentro do meu quarto bem perto de mim.

Sendo sincera cada movimento que ele dá faz o meu coração acelerar de nervoso e medo

muito medo.

eu acredito que ele seja uma pessoa que nunca irá agredir alguém já que ele me trata bem.

mas não deixa de ser homem né

e mesmo que fosse um padre aqui eu ainda teria medo dele me espancar.

era difícil viver com esses pensamentos 24 horas, parecia que estava no lopin sem fim de pura tortura mental que só pensava e imaginava coisas ruins e cruéis.

-- quando você for maiorzinho eu vou te levar para jogar bola -- abrir um sorriso negando ao ouvir as palavras do jogador

era estranho, a gente tinha acabado de encontrar um neném dentro de uma lata de lixo e minutos depois tanto eu quanto ele nos sentíamos ligados a essa criança.

tanto que ele já imaginava um futuro com o pequeno.

-- você vai ser bem melhor do que eu. -- pude ver mesmo que de costas suas mãos tocarem suavemente no rosto do neném -- e você não pode ser reclamão como a Mika. -- ele disse virando o rosto para mim de uma divertida e revirei os olhos

-- me deixa quieta eu nem disse nada -- neguei rapidamente e o bebê começou a chorar. -- será que ele está com fome? -- perguntei me sentindo nervosa mais uma vez

-- as vezes é falta de calor maternal, fica com ele um pouquinho. -- ele disse se levantando e andando em minha direção e com cuidado me entregou o neném, porém seu braço bateu levemente no meu ombro e rapidamente me inclinei um pouco mais para trás de uma forma automática -- desculpa, foi sem querer.

-- ah, eu sei. -- concordei começando a balançar o neném cuidadosamente -- será que a gente pode dar um nome para ele? -- perguntei ao jogador que se sentou novamente na cama um pouco mais afastado e o agradeci mentalmente.

-- eu não sei mas eu gostaria de dar um nome para ele.

-- a gente pode pensar.. -- falei pensativa

-- Gerson é um lindo nome, não só o nome né -- o jogador disse provocativo piscando para mim e engoli em seco e em seguida neguei rindo

-- não, com certeza não.

-- mas foi você mesma quem disse -- mais uma vez o camisa vinte do flamengo piscou o olho em minha direção e neguei rapidamente

-- a sua filha me forçou a falar aquilo -- falei olhando para ela que dormir serenamente.

O choro do bebê foi cessando aos poucos conforme ele ficava mais sonolento

-- sabe nem inventar uma desculpa boa -- ele disse rindo.

Meu Deus

O sorriso dele é muito bonito

Para, Mikaella!!

-- ah cala a boca

-- ignorante -- ele retrucou

-- acho que agora ele dorme tranquilamente a noite inteira não é? -- perguntei para ele sorrindo animada com a possibilidade mas o sorriso foi diminuído conforme a risada do jogador aumentava.

-- coitada, você não sabe o trabalho que essa mocinha aí me deu quando bebê, fiquei horas sem dormir.

-- aí meu Deus.

-- eu tô aqui relaxa, posso dormir hoje aqui?

Engoli em seco sem saber o que falar.

ele dormir na minha casa?

e se ele fizer algo contra mim?

mas tem duas crianças aqui, ele não faria nada não é?

-- já entendi -- ele disse assentido é cruzei o venho confusa sem entender o que ele falou -- você está nervosa com a possibilidade deu dormir aqui e te fazer algum mal

como ele sabia disso?

tava tão na minha cara o meu medo?
os meus traumas...

-- e olha eu respeito para caralho você e então eu vou dormir lá no carro e qualquer coisa tu me liga que eu venho para cá. -- arregalei os olhos assim que ele disse isso já se levantando

ele iria dormir no carro só para eu não sentir medo?

ele...

puta que pariu

acho que homem nenhum faria isso por mulher nenhuma

engulo seco confusa e na hora que vou falar para ele dormir no quarto de hospedes percebo que ele já havia saído do quarto.

-- ele vai dormir no carro só para que eu não fique aflita com um homem dentro da minha casa, você ouviu isso neném? -- perguntei confusa e engoli em seco.

Ah meu Deus.
lá deve ser tão desconfortável.

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FRONTEIRA - Gerson Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora