Operação Cupido | Jikook & Vhope

Flechas de Cupido

Da mesma forma como acontece na complexa tapeçaria da vida na Terra, onde cada indivíduo é agraciado com uma função, a ordem celestial refletia essa distinção, organizando-se em intrincados grupos, cada qual investido de uma missão. No cerne dessa estrutura, o primeiro agrupamento abrangia a grandiosa maioria dos habitantes do céu, um conglomerado de almas que, após enfrentar as vicissitudes terrenas, finalmente descansava nos âmbitos celestiais, eles eram agraciados com um descanso justo e ansiado. Cada dificuldade, cada luta na Terra, era agora compensada com a serenidade e o deleite dos édens paradisíacos. Em meio a paisagens etéreas e uma aura de tranquilidade, esses seres encontravam uma paz inefável que transcenderia qualquer agitação passada. Era como se a jornada terrena fosse uma ponte para o merecido refrigério nos domínios celestes, onde as alegrias da existência eram saboreadas em toda sua plenitude.

O segundo grupo emerge como os seres mais puros e inocentes, os que encontram seu destino cedo demais. Essas almas, que partiram antes mesmo de florescerem completamente, carregam consigo a essência da pureza e da inocência. Sem a necessidade de passar por qualquer julgamento, suas jornadas após a morte são tão límpidas quanto suas almas. Uma vez que cruzam o véu entre a vida e a morte, essas almas infantis são acolhidas no céu. Ali, sua transição é suave, pois não têm culpas ou pecados para carregar. Instantaneamente transformados em seres celestiais, eles ganham asas de pureza e se tornam anjos cupidos, portadores de um amor que transcende o tempo e o espaço.

Sua missão celestial é: ajudar aqueles que ainda habitam a Terra a encontrar o amor correspondido. Dotados de uma sabedoria além de sua idade terrena, esses anjos infantis veem o coração humano com uma clareza cristalina. Eles sussurram palavras de encorajamento nos momentos de solidão, espalham a faísca do amor verdadeiro e inspiram os corações a se conectarem em uma dança cósmica de emoções. Assim, mesmo após partir tão cedo da Terra, essas almas inocentes continuam a desempenhar um papel vital no tecido da existência humana. Seu propósito transcende a própria morte, guiando-nos a buscar e cultivar um amor que ecoa a pureza e a simplicidade que eles mesmos representam. Como anjos cupidos, eles iluminam os caminhos do amor, lembrando-nos da preciosidade de cada conexão e da beleza que reside na busca pelo amor correspondido.

O terceiro grupo, composto por almas que amadureceram plenamente antes de deixar o reino terreno. Esses indivíduos, que partiram sem manchar suas consciências com transgressões, carregam consigo uma aura de integridade e respeito. Após cruzarem o limiar entre a vida e a morte, essas almas maduras transformados em seres celestiais, eles são agraciados com asas de proteção, um símbolo de sua nova missão. O papel que lhes é confiado é o de zelar pela humanidade que deixaram para trás. Cada um é designado como anjo da guarda, e com essa incumbência vem uma responsabilidade monumental, eles se tornam os guardiões atentos de um indivíduo humano. Sua missão é envolvida em um manto de proteção e orientação, livrando esse ser humano de todas as adversidades e males que possam se atravessar em seu caminho. Guiados por sua sabedoria adquirida em vida, esses anjos da guarda se tornam mentores invisíveis, guiando com carinho e vigilância.

Hoseok pertencia a este grupo, um jovem de aparência acastanhada, irradiava um sorriso meigo que parecia iluminar até os cantos mais escuros do mundo. Suas covinhas, uma marca distintiva, eram um reflexo das profundezas de sua alma gentil. Ele era um exemplo vivo do terceiro grupo, aqueles cuja vida na Terra havia sido permeada por virtude e generosidade.

O quarto e último grupo, composto por almas que trilharam um caminho desafiador, repleto de tropeços e erros, mas que ainda carregam um potencial de redenção. Esses indivíduos, cujas faltas eram de menor gravidade e que foram agraciados com uma segunda chance no julgamento final, personificam a busca pela transformação e crescimento pessoal. Em vez de enfrentarem um destino severo, eles são envolvidos por uma luz de misericórdia, uma segunda chance de se redimirem por meio de uma tarefa nobre e sagrada.